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Como identificar o transtorno bipolar? Saiba o que é e como lidar com a condição

Transtorno bipolar atinge cerca de 140 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS)

Guilherme Giagio
por Guilherme Giagio

Publicado em 04/04/2024, às 09h00

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Especialista esclarece principais dúvidas sobre o distúrbio. - Andrea Piacquadio/Pexels
Especialista esclarece principais dúvidas sobre o distúrbio. - Andrea Piacquadio/Pexels

O transtorno bipolar é uma doença caracterizada pela alternância extrema de sentimentos. Por exemplo, da tristeza à euforia sem uma motivação lógica. Apesar da seriedade do tema, algumas pessoas insistem em tratá-lo como piada - mas não é!

Por isso, AnaMaria conversou com a psicóloga Ana Paula Ribeiro Hirakawa, do Centro de Estudos e Pesquisas 'Dr. João Amorim' (CEJAM), que esclareceu as principaís dúvidas sobre a doença. Entre elas, como identificá-la e lidar com a condição.

O QUE É?

Antes de mais nada, é essencial saber mais sobre o transtorno bipolar: é uma condição mental caracterizada por mudanças extremas de humor, que variam entre episódios de mania e hipomania e depressão. Mas afinal, o que é isso?

Mania: é um distúrbio de humor que torna o indíviduo anormalmente energizado, tanto física quanto mentalmente. Nesta fase, é comum apresentar sintomas como:

  • Euforia exagerada;
  • Agitação psicomotora;
  • Desvio da atenção;
  • Compulsão para falar;
  • Irritabilidade e agressividades;
  • Sexualidade exacerbada;
  • Gastos excessivos e outros.

Hipomania: De maneira geral, é uma forma reduzida da mania. Tanto no tempo de duração, quanto na intensidade do sintomas. 

Depressão: É o inverso dos dois primeiros. Nela, o paciente sai da euforia para o humor reprimido, apatia, desinteresse, isolamento, frustração, falta de sono e apetite e outros sintomas. 

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TIPOS DA DOENÇA

O transtorno bipolar é classificado em três tipos diferentes:

  • Transtorno bipolar tipo I: predominância de episódios intensos e rápidos de mania, seguidos por períodos de depressão ou mistos, que podem incluir sintomas de ambos, durando várias semanas.
  • Transtorno bipolar tipo II: caracterizada pela presença de episódios de mania menos intensos;
  • Transtorno bipolar ciclotímico: forma mais leve da bipolaridade, caracterizada pela maior alternância entre os estados. 

Normalmente, os sintomas do distúrbio aparecem antes dos 30 anos - principalmente, entre 19 e 15 anos. No entanto, pessoas de outras faixas etárias não estão isentas. Além disso, o histórico familiar é um dos fatores de risco mais comum. 

Como diferenciar o transtorno bipolar de mudanças normais de humor? 

Não é incomum ouvir brincadeiras associando as mudanças repentinas de humor e outros sentimentos à bipolaridade. No entanto, há diferenças claras entre as situações. Segundo Hirakawa, a principal maneira de diferenciar os casos é com uma avaliação mais criteriosa.

Para a psicóloga, a chave está na intensidade, duração e impacto dos sintomas na vida cotidiana: "O transtorno de personalidade se distingue por padrões inflexíveis de comportamento, pensamento e funcionamento social".

"Por exemplo, é normal mudar de humor de vez em quando, mas no transtorno bipolar essas mudanças são muito mais intensas e frequentes", alerta.

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COMO IDENTIFICAR O TRANSTORNO BIPOLAR?

A identificação do distúrbio mental começa com os sintomas. Segundo a especialista, é essencial buscar um profissional - psiquiatra ou psicólogo - caso se sinta em uma "montanha russa emocional". Desta forma, é possível atender as necessidades de cada paciente.

"Estes profissionais podem realizar uma avaliação detalhada e fornecer um diagnóstico adequado", diz.

O diagnóstico do transtorno bipolar geralmente envolve uma avaliação clínica completa, que inclui entrevistas com o paciente, revisão do histórico médico e observação dos sintomas ao longo do tempo. Além disso, também podem realizados testes psicológicos e exames físicos.

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transtorno bipolar bipolaridade psicólogo
É indicado buscar atendimento profissional caso haja suspeita. Foto: - SHVETS production

COMO LIDAR COM A BIPOLARIDADE? DÁ PARA VIVER NORMALMENTE?

Sim, é possível viver uma vida significativa e gratificante mesmo com o transtorno bipolar. Isso quem afirma é a psicóloga. Para isso, o paciente precisa se dedicar nos cuidados e aplicar todas as técnicas e tratamentos recomendados pelos médicos responsáveis.

"O manejo eficaz da doença geralmente envolve uma combinação de medicamentos, terapia psicológica, autocuidado, apoio social e a identificação e gestão de gatilhos que podem desencadear episódios".

O mesmo discurso é válido para conviver com algum portador do distúrbio. Apesar das claras e inegáveis dificuldades impostas, dá para superá-las. A especialista destaca a importância de educar-se sobre a condição, afim de oferecer uma comunicação aberta e honesta.

  • Demonstrar empatia;
  • Oferecer apoio emocional;
  • Incentivar o acesso a tratamento adequado.

TRANSTORNO BIPOLAR TEM CURA?

O transtorno bipolar não tem cura. Por isso, o tratamento torna-se ainda mais importante. De acordo com Hirakawa, a ação dos médicos envolve uma abordagem multifacetada, que inclui medicamentos estabilizadores de humor, terapia psicológica e mudanças no estilo de vida.

Desta forma, muitas pessoas com transtorno bipolar conseguem gerenciar eficazmente seus sintomas e levar uma vida plena e significativa com tratamento adequado.

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