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Vale a pena para um artista se posicionar politicamente?

Até Beyoncé, que costuma manter uma postura neutra, subiu no palanque a favor da candidata à presidência dos EUA, Kamala Harris

por Renan Pereira_Colunista de AnaMaria Digital

Publicado em 14/11/2024, às 14h51

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Jojo Todynho - Divulgação_JojoTodynho
Jojo Todynho - Divulgação_JojoTodynho

Após uma série de declarações polêmicas, Jojo Todynho perdeu contrato com mais uma marca famosa, a Knorr, que produz temperos para alimentos. Há algumas semanas, a cantora do hit "Que tiro foi esse?" protagonizou uma briga pública com a Avon, que tinha Jojo como garota propaganda da linha de batons "Power Stay".

E tudo isso se iniciou quando Jojo deixou de celebrar a comunidade LGBTQIAP+ após ser criticada nas redes sociais por demonstrar apoio à Michelle Bolsonaro e também a candidatos filiados ao PL (Partido Liberal), cujas bandeiras são assumidamente mais conservadoras e divergem das pautas que a comunidade LGBT+ defende.

Ainda no meio desta confusão, a ex-vencedora de "A Fazenda" também se assumiu de "direita" e criticou o Bolsa Família, principal programa de transferência de renda do Brasil desde o começo do século XXI.

Jojo não é a primeira e nem será a última celebridade que se deu mal tentando usar de sua popularidade para defender ideiais políticos. Aqui na Coluna Melhores da TV, já comentamos o caso de Regina Duarte e Cássia Kis, que foram desligadas da TV Globo e tiveram sua carreiras artísticas ofuscadas após se posicionarem. Em comum, as três personalidades se autodeclaram de direita e apoiam políticos extremistas.

Mas há quem também se altere para o lado da esquerda, a exemplo do ator Zé Abreu, que já se meteu em algumas polêmicas por defender bandeiras da esquerda. Ele chegou a afirmar que Glória Perez estaria do mesmo lado político que Guilherme de Pádua, o homem que assassinou Daniella Perez, filha da escritora, em 1992. Ele disse: "O Brasil está tão doido que vemos Guilherme de Pádua e Glória Perez apoiando o mesmo espectro político! Que tempos!”.

A autora de O Clone (2001) rebateu: "Você é muito canalha! Não vou revidar lembrando sua tragédia pessoal. É block e mais nada!".

Todos estes casos citados refletem a polarização que vivemos no mundo e que se acentou em 2016, com a primeira eleição que elegeu Donald Trump nos EUA, e serviu como espelho aqui para a eleição que tornou presidente, em 2018, Jair Messias Bolsonaro. A euforia destes momentos fez com que muitos artistas se posicionassem nas redes sociais.

E este fenômeno ainda faz eco, já que recentemente até Beyoncé, que costuma manter uma postura neutra e evita trazer sua vida íntima à tona, subiu no palanque a favor da candidata à presidência dos EUA, Kamala Harris.

Porém, assim como Jojo Todynho, que apoiou o candidato a vereador no Rio de Janeiro, Dr. João Branco (PL), Beyoncé também não foi bem sucedida, tendo em vista que Kamala perdeu a eleição para Trump... Ou seja, os milhões de seguidores não serviram para nada!

O fracasso retumbante destas duas personalidades (Bey e Jojo), tão distantes em talento, criatividade e território geográfico, não poderia nos ensinar algo? Será que não está na hora de todas as celebridades colocarem os pés no freio ao atravessarem o cenário político e social?