Descubra os motivos que estão tornando mais difícil a conquista da casa própria e o acesso ao financiamento imobiliário
Beatriz Caroline Men Publicado em 29/10/2024, às 18h00
As novas regras para financiamento de imóveis com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), anunciadas pela Caixa Econômica Federal no meio deste mês, entrarão em vigor na próxima sexta-feira (1º).
Entre as mudanças, está o aumento das cotas de financiamento permitidas e a exigência de um valor de entrada maior dos compradores.
Essas alterações foram reveladas em outubro, em resposta à crescente demanda por imóveis no mercado brasileiro e ao aumento dos saques da caderneta de poupança, sendo a fonte dos recursos utilizados pela Caixa para os empréstimos via SBPE.
A partir da próxima sexta-feira, os empréstimos realizados com recursos do SBPE terão um novo limite, financiando a compra ou a construção de imóveis com valor de avaliação, ou de compra e venda de até R$ 1,5 milhão. Além disso, o cliente não poderá ter outro financiamento habitacional ativo com a Caixa.
No modelo anterior, que vigora até o fim deste mês, não havia limite para os financiamentos feitos com recursos do SBPE. Os clientes podiam, inclusive, ter múltiplos financiamentos imobiliários ativos na Caixa na mesma modalidade.
Por outro lado, os financiamentos com recursos do FGTS sempre foram restritos a um único contrato de crédito ativo por cliente.
Na prática, isso significa que os compradores precisarão dar um valor maior de entrada ao adquirir um imóvel. Veja os exemplos a seguir:
Modelo atual: Para um imóvel avaliado em R$ 800 mil, a Caixa financia até R$ 640 mil (80%). Nesse caso, o mutuário paga 20% do valor do imóvel como entrada, ou seja, R$ 160 mil.
Novo modelo: Agora, para o mesmo imóvel de R$ 800 mil, a Caixa financiará até R$ 560 mil (70%). Os 30% restantes ficarão a cargo do tomador, totalizando R$ 240 mil.
Modelo atual: Se um imóvel vale R$ 800 mil, a Caixa financia até R$ 560 mil (70%). O mutuário paga 30% do valor do imóvel como entrada, totalizando R$ 240 mil.
Novo modelo: Para o mesmo imóvel de R$ 800 mil, a Caixa financiará até R$ 400 mil (50%). Os 50% restantes ficarão a cargo do tomador, ou seja, R$ 400 mil.
Segundo a Caixa, as alterações nas cotas de financiamento e a limitação do valor do imóvel a R$ 1,5 milhão não se aplicam às unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pelo banco, que manterão as condições vigentes.
A redução das cotas de financiamento e a limitação no valor do imóvel são respostas à crescente demanda por imóveis no mercado brasileiro e ao aumento no volume de saques da caderneta de poupança, a origem dos recursos utilizados pela Caixa para os empréstimos via SBPE.
De acordo com dados recentes do Banco Central do Brasil (BC), a caderneta de poupança registrou o maior volume de saques líquidos do ano em setembro, totalizando R$ 7,1 bilhões. Este foi também o terceiro mês consecutivo de retiradas.
Em nota, a Caixa informou que sua carteira de crédito habitacional deve ultrapassar o orçamento aprovado para 2024. Atualmente, a instituição responde por quase 70% do mercado. Até setembro deste ano, o banco concedeu R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, representando um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período de 2023, totalizando 627 mil financiamentos de imóveis.
No que diz respeito às contratações com recursos da poupança (SBPE), a Caixa detém uma participação de mercado de 48,3%, correspondendo a R$ 63,5 bilhões das operações realizadas pelo banco até setembro.
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