Conheça as características de cada relacionamento tóxico - Imagem │Unsplash
CONFIRA

10 tipos de relacionamentos tóxicos que talvez você não conheça

Reconhecer os sinais é um passo crucial para sair de um relacionamento tóxico em segurança; conheça as características de cada um deles

Jéssica Batista Publicado em 25/07/2024, às 19h00

De acordo com um levantamento feito pelo Monitor de Feminicídios no Brasil, do Laboratório de Estudos de Feminicídios (LESFEM), até 30 de junho de 2024 foram registrados 2.007 casos de tentativas de feminicídio, dos quais 750 foram consumados. Muitos desses casos partem de relacionamentos abusivos. No entanto, um relacionamento abusivo é apenas um dos dez tipos de relacionamentos tóxicos.

À primeira vista, pode parecer confuso, já que os relacionamentos tóxicos podem assumir diversas formas e manifestar-se de várias maneiras. Independentemente da classificação, essa dinâmica pode trazer consequências tão graves quanto o feminicídio. 

Você está em um relacionamento tóxico? 

Mesmo considerando que cada relacionamento é único, é importante estar atenta aos sinais que nos cercam. Mayra Cardozo, mentora de mulheres e advogada, especialista em gênero e sócia do escritório Martins Cardozo Advogados Associados, explica que nem todos os sinais determinam uma relação tóxica, mas podem abrir os olhos para ela.

Quando não são identificados no início, esses relacionamentos podem ter consequências mais drásticas, inclusive com o feminicídio. Por isso, é crucial estar atenta aos sinais. Mayra lista os tipos mais comuns de relacionamentos tóxicos e salienta que cada relação interpessoal pode se encaixar em mais de uma categoria. Confira a seguir as características de cada tipo de relacionamento tóxico: 

Relacionamento abusivo

Neste tipo de relacionamento tóxico ocorre abuso físico, emocional ou psicológico. Pode envolver agressões físicas, humilhação, controle excessivo, ameaças, insultos e manipulação. “Relacionamento abusivo é a situação em que uma pessoa, por acreditar que depende da outra para sua própria felicidade, acaba presa na relação. Ela se submete a abusos físicos, psicológicos e emocionais, podendo sofrer agressões e humilhações”, explica Luiz Mafle, professor de Psicologia e Doutor em Psicologia pela PUC Minas e Universidade de Genebra. 

“Quem se envolve neste tipo de relacionamento acaba acreditando que não tem tanto valor porque é mais fraca física, psicológica ou emocionalmente, sendo dependente da outra pessoa”, completa o especialista.

Relacionamento controlador

Um parceiro tenta controlar todos os aspectos da vida do outro, de amizades e hobbies a carreira e finanças. Isso pode levar à perda da independência e da autonomia da outra pessoa.

Unsplash│Conheça as características de cada relacionamento tóxico

 

Luiz diz que, no relacionamento controlador, há a invasão da privacidade em muitos aspectos. “Neste tipo de relacionamento, a pessoa se sente sem liberdade, observada constantemente, e com medo das repreensões, acaba deixando de viver a própria vida para viver a vida que o outro determina”, detalha o psicólogo. A queda da autoestima pode desencadear quadros de ansiedade e depressão. 

Relacionamento ciumento e possessivo

O ciúme excessivo e o comportamento possessivo podem sufocar o parceiro, minando a confiança e a liberdade pessoal. Isso pode resultar em constante desconfiança e acusações infundadas.

A principal característica do relacionamento ciumento e possessivo é a falta de confiança. Assim como no relacionamento controlador, o companheiro tenta vigiar todos os elementos da vida da pessoa para que ela não saia de determinado limite de segurança. “A vítima se sente sufocada, em uma prisão, porque tudo o que faz é vigiado de alguma maneira”, acrescenta Mafle.  

Relacionamento manipulativo

Um parceiro manipulador usa táticas sutis para controlar a outra pessoa, como jogos mentais, chantagem emocional, culpa ou vitimização. Isso pode levar à sensação de que a pessoa está sendo usada.

Mayra esclarece que em um relacionamento manipulativo, a pessoa pode usar diversas estratégias para exercer controle sobre o outro, muitas vezes de forma sutil e insidiosa. A manipulação emocional pode levar a vítima a questionar sua própria percepção e realidade, fazendo com que ela se sinta culpada ou responsável pelo comportamento do parceiro.

Relacionamento negligente

Este tipo de relacionamento envolve o desinteresse e falta de cuidado por parte de um dos parceiros. Pode se manifestar como falta de apoio emocional ou abandono emocional.

Um companheiro negligente pode ser interpretado como uma pessoa muito autônoma, mas quem está do outro lado se percebe numa relação onde não há confiança. A parceira se sente tão sozinha que questiona constantemente se o relacionamento realmente é concreto, já que o desinteresse e falta de cuidado é evidente.

Relacionamento narcisista

Um parceiro narcisista tem um ego inflado e coloca suas próprias necessidades e desejos acima de tudo. Essas pessoas podem ser insensíveis às necessidades e sentimentos dos outros.

“A figura narcisista, além de olhar só para si, quer que os outros também só olhem para ela. Tudo o que faz é para ser servido e atender suas necessidades. O parceiro narcisista demanda atenção constante, desvalorizando os problemas e sentimentos do outro, fazendo com que tudo gire em torno de si”, frisa o especialista. 

Relacionamento dependente

Neste tipo de relacionamento, uma pessoa se torna excessivamente dependente da outra para sua felicidade e identidade, o que pode levar à falta de autoestima. Uma pessoa dependente se sente frágil e indefesa, acreditando que não pode ser funcional sem o parceiro ao lado. 

Relacionamento volátil

Envolve frequentes brigas e discussões intensas, muitas vezes seguidas por reconciliações apaixonadas. Esse ciclo pode ser emocionalmente desgastante e prejudicial.

Unsplash│Conheça as características de cada relacionamento tóxico

 

“O relacionamento volátil é como um relacionamento ioiô, sempre terminando e voltando. Brigas intensas, seguidas por reconciliações apaixonadas, tornam a relação emocionalmente desgastante. Não há paz ou rotina, apenas extremos de conflito e paixão, desgastando emocionalmente os envolvidos”, pontua o psicólogo. 

Relacionamento desequilibrado

Um parceiro assume o papel dominante, enquanto o outro é constantemente submisso. Isso pode levar a um desequilíbrio de poder e desrespeito mútuo. No relacionamento desequilibrado, não há troca de papéis ou funções. A vítima submissa se sente humilhada, sem valor, enquanto o dominante desinteressa-se.

Relacionamento destrutivo

Esse tipo de relacionamento envolve comportamentos autodestrutivos, como abuso de substâncias, que podem prejudicar a saúde e o bem-estar de ambos os parceiros.

Luiz alerta que no relacionamento destrutivo, o casal pode se unir para o uso de entorpecentes, retroalimentando comportamentos agressivos. “Um pode influenciar o outro a entrar nesse mundo de abuso de substâncias. Ambos podem perder a identidade e saúde”, completa. 

Conheça os sinais e busque ajuda

É importante conhecer os sinais de um relacionamento tóxico e buscar ajuda se você estiver em um. Relacionamentos saudáveis são baseados em respeito, comunicação aberta, apoio mútuo e igualdade, independentemente de serem românticos ou não.

“Relacionamentos saudáveis são fundamentais para o bem-estar. Se você identificar esses sinais, não hesite em buscar ajuda. Existe suporte para sair dessas situações e encontrar uma vida mais equilibrada e feliz”, reforça Mayra. 

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