Sinais de TEA: identificando o autismo na infância - Foto: Reprodução/Freepik
ENTENDA OS SINAIS

Sinais de TEA: identificando o autismo na infância

Descubra os principais sinais de TEA na infância e a importância do diagnóstico precoce para o desenvolvimento saudável de crianças com autismo

Laís Seguin Publicado em 12/08/2024, às 20h00

A conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem crescido nos últimos anos, mas ainda existem muitas percepções equivocadas que dificultam o diagnóstico precoce.

Esse atraso pode impactar diretamente o desenvolvimento infantil, tornando essencial que pais e cuidadores estejam atentos aos sinais de TEA.

De acordo com um relatório da Rede de Monitoramento de Autismo e Deficiências do Desenvolvimento do CDC, publicado em março de 2023, estima-se que 1 em cada 36 crianças seja diagnosticada com TEA.

Com isso, é imprescindível reconhecer os primeiros sinais e procurar ajuda especializada o quanto antes. AnaMaria conversou com a médica pediatra Kelly Oliveira sobre o assunto.

Identificar precocemente os sinais de TEA na infância, como atraso na fala e comportamentos sensoriais incomuns, é crucial para garantir o desenvolvimento adequado de crianças autistas - Reprodução/Freepik

 

1. Andar na ponta dos pés

Um dos primeiros sinais de TEA que podem ser observados é o hábito de andar nas pontas dos pés. Esse comportamento pode ser uma maneira da criança autista estimular seus sentidos ou buscar uma forma de se acalmar.

Além disso, andar nas pontas dos pés pode estar relacionado a dificuldades motoras, equilíbrio ou hipersensibilidade tátil. Crianças autistas podem usar esse comportamento para reduzir o contato com o chão, aliviando a sensação desconfortável que sentem ao caminhar.

2. Estereotipias

As estereotipias, movimentos repetitivos que incluem balançar as mãos, agitar os dedos ou balançar de um lado para o outro, são sinais de TEA que ajudam no diagnóstico. Esses comportamentos ocorrem especialmente quando a criança é submetida a muitos estímulos simultâneos.

Além de movimentos, as estereotipias também podem envolver a repetição de sons. Embora possam parecer apenas hábitos inofensivos, é importante que sejam observados de perto para uma intervenção precoce.

3. Comportamentos sensoriais incomuns

Outro importante sinal de TEA é a sensibilidade aumentada a estímulos sensoriais. Por exemplo, crianças autistas podem ter uma aversão extrema a sons altos ou ao contato físico. Em situações de barulho intenso, elas podem reagir cobrindo os ouvidos ou demonstrando sinais de dor.

Essa mesma aversão pode se manifestar no toque, com a criança se afastando ou se irritando ao receber carinhos ou abraços.

4. Falta de imitação e contato visual em bebês

Bebês neurotípicos aprendem rapidamente a imitar as expressões e comportamentos dos pais, além de estabelecerem contato visual. Contudo, crianças com TEA tendem a evitar o contato visual e podem não responder às emoções e expressões faciais dos cuidadores.

A falta de interesse em imitar ou sustentar o olhar são sinais de TEA que podem ser percebidos desde cedo. Bebês que não olham quando são chamados pelo nome ou que evitam o olhar direto devem ser observados com atenção.

5. Desinteresse em interagir com o mundo

Crianças autistas frequentemente demonstram pouco interesse em interagir com o ambiente ao seu redor. Elas podem parecer desatentas e não responder aos estímulos da mesma forma que outras crianças.

Um exemplo é a falta de reação quando alguém tenta chamar sua atenção. Esse desinteresse também se reflete na falta de curiosidade em apontar objetos ou explorar o ambiente, sendo outro sinal de TEA que merece atenção dos pais e cuidadores.

6. Atraso na fala

O atraso na fala é um dos sinais de TEA mais reconhecidos. Crianças com TEA podem ter dificuldades para desenvolver a fala no ritmo esperado para a idade. Algumas podem balbuciar ou emitir sons nos primeiros anos de vida, mas posteriormente cessam a comunicação verbal. Identificar esse atraso e buscar intervenção precoce é crucial para ajudar a criança a desenvolver suas habilidades de comunicação.

A importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico de autismo pode levar meses para ser confirmado, mesmo após a identificação dos primeiros sinais de TEA. Em alguns casos, esses sinais são perceptíveis desde os 6 meses de vida, mas o diagnóstico costuma ser feito apenas anos depois.

Isso reforça a importância de pais e cuidadores estarem atentos e procurarem um pediatra ou neuropediatra ao notarem qualquer comportamento atípico.

Embora não exista um tratamento único para o autismo, uma abordagem multidisciplinar com profissionais como pediatras, fonoaudiólogos e psicólogos é essencial para o desenvolvimento e bem-estar da criança.

Conscientizar-se sobre os sinais de TEA e agir rapidamente pode fazer toda a diferença na vida de uma criança autista, garantindo que ela receba o suporte necessário para alcançar seu pleno potencial.

A intervenção precoce, com o apoio de uma equipe multidisciplinar, pode fazer toda a diferença na qualidade de vida dessas crianças - Reprodução/Freepik

 

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