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Bem-estar e Saúde / PERIGO POR PERTO!

Como se proteger do fumo passivo? 28% das mortes são de crianças

Agosto Branco visa a conscientização câncer de pulmão, gerado pelo tabagismo e também o fumo passivo

Guilherme Giagio
por Guilherme Giagio

Publicado em 08/08/2024, às 16h45

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo uma doença pediátrica, já que a maioria dos fumantes se torna dependente até os 19 anos. - Foto: Freepik
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo uma doença pediátrica, já que a maioria dos fumantes se torna dependente até os 19 anos. - Foto: Freepik

Tuberculose, infecções respiratórias, tumores, impotência sexual, infertilidade, etc: a lista de perigos do tabagismo é extensa. E isso não é bem uma novidade. Entretanto, o fumo passivo, termo que define aqueles que dividem ambiente com fumantes, ainda passa despercebido para a maioria.

Atualmente, há cerca de 1 bilhão de adultos tabagistas em todo o mundo. Logo, o número de indivíduos expostos à fumaça do cigarro é ainda maior — muitas vezes, crianças. Diversas instituições e pesquisas evidenciam o tamanho desse problema.

  • De acordo com o INCA, 603 mil pessoas morrem vítimas de fumo passivo por ano;
  • Destas, 28% são crianças - cerca de 168 mil;
  • O tabagismo, mesmo que passivo, é responsável por 85% dos casos de câncer de pulmão, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva.
  • Ainda segundo o INCA, mais de 32 mil casos de câncer de pulmão por ano são previstos até 2025.

À AnaMaria, a oncologista Thais A. de Almeida, do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), alerta que o fumo passivo é extremamente prejudicial e pode ser tão perigoso quanto o fumo ativo: "Qualquer exposição à fumaça de cigarro é nociva”.

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O risco para um fumante passivo é significativo e comparável ao de um fumante ativo. Foto: wirestock/Freepik

Estas pessoas têm o risco de câncer, doenças pulmonares e outros problemas de saúde ligados ao cigarro elevados. Isso ocorre pela alta quantidade substâncias químicas nocivas presentes na fumaça do cigarro, que podem ser inaladas pelos não fumantes — cerca de 4 mil compostos químicos, muitos deles cancerígenos.

"Risco de câncer de pulmão aumenta até 30%". Segundo a especialista, o mesmo ocorre com outros itens que produzem fumaça, como os cigarros eletrônicos e entorpecentes. O alerta também vai para os fumantes de narguilé: "Uma hora de fumo equivale a 100 cigarros tragados".

Narguilé faz tão mal quanto o cigarro

Como se proteger do fumo passivo?

Os riscos do fumo passivo já ficaram evidentes. Isso significa que você deve pensar duas vezes antes de compartilhar o ambiente com alguém que está tragando cigarro. Em outras palavras, é preciso se proteger e colocar a própria saúde em prioridade. Mas como fazer isso?

De acordo com Thaís, a melhor alternativa é evitar locais onde as pessoas fumam e dar preferência aos locais abertos e com boa circulação de ar. Do lado contrário, o fumante também pode proteger amigos e familiares. Para isso, basta evitar fumar dentro de casa e em outros ambientes fechados, como no trabalho e em locais de grande circulação de pessoas.

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Fumantes devem evitar fumar em casa e em outros ambientes fechados, a fim de proteger amigos e familiares. - Foto: Freepik

A oncologista alerta que não há uma distância segura para permanecer, já que os produtos químicos da fumaça permanecem no ambiente mesmo depois que a pessoa para de fumar. Em ambiente fechado, permanece por até cinco horas após o cigarro ser apagado. Já os resíduos tóxicos podem ficar impregnados no ambiente por meses.

Além disso, beijar um fumante pode ser prejudicial. Isso porque a boca do indivíduo está contaminada com nicotina e outros resíduos do cigarro. Nesse caso, podem ser transferidos para a boca e vias aéreas, gerando a exposição a produtos químicos nocivos.

Sintomas comuns em pessoas expostas ao fumo passivo:

Infecções respiratórias repetitivas;

  • Problemas respiratórios, como a asma;
  • Irritação nos olhos;
  • Aumento da produção de muco;
  • Agravamento de quadros de rinite;
  • Tosse;
  • Dor de cabeça;
  • Alergias e infecções de ouvido;
  • Em recém-nascidos, pode aumentar o risco de morte súbita.

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O fim do vício e o diagnóstico

Controlar o vício em cigarro é fundamental, sobretudo para aqueles que já desenvolveram problemas de saúde relacionados ao tabagismo. Neste caso, o indivíduo reduz o risco de morte e evita o fumo passivo de pessoas próximas, além de reduzir os riscos de novas doenças.

Segundo a especialista, é possível que o fim do vício possa reduzir em até 50% o risco de câncer em comparação com aqueles que seguem fumando. Neste caso, o acompanhamento integral da equipe de especialistas é essencial para a retirada de forma programada, pelo frequente risco de recaída ou desistência ou sintomas de abstinência.

No caso de pacientes com o diagnóstico de câncer, seguir fumando pode ser prejudicial no tratamento. Entre as consequências, estão dificuldade de cicatrização de feridas, infecções, menores chances de sucesso em cirurgias de grande porte e até novos tumores malignos.

Por fim, vale ressaltar que o diagnóstico precoce do câncer de pulmão, uma das consequências mais comuns do tabagismo, aumenta as chances de cura. Por isso, se você é/foi fumante ou está exposto ao fumo passivo, é recomendado fazer exames e se consultar com mais frequência.

"Novos avanços têm auxiliado na redução de tumores antes da cirurgia, diminuindo também as chances de recidiva", ilustra. Também é possível auxiliar os diagnosticados em fases mais avançadas (com metástase), mantendo a doença sob controle: "Obtém ganhos de tempo e qualidade de vida”, finaliza Thais.

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