Agosto Branco visa a conscientização câncer de pulmão, gerado pelo tabagismo e também o fumo passivo
Publicado em 08/08/2024, às 16h45
Tuberculose, infecções respiratórias, tumores, impotência sexual, infertilidade, etc: a lista de perigos do tabagismo é extensa. E isso não é bem uma novidade. Entretanto, o fumo passivo, termo que define aqueles que dividem ambiente com fumantes, ainda passa despercebido para a maioria.
Atualmente, há cerca de 1 bilhão de adultos tabagistas em todo o mundo. Logo, o número de indivíduos expostos à fumaça do cigarro é ainda maior — muitas vezes, crianças. Diversas instituições e pesquisas evidenciam o tamanho desse problema.
À AnaMaria, a oncologista Thais A. de Almeida, do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), alerta que o fumo passivo é extremamente prejudicial e pode ser tão perigoso quanto o fumo ativo: "Qualquer exposição à fumaça de cigarro é nociva”.
Estas pessoas têm o risco de câncer, doenças pulmonares e outros problemas de saúde ligados ao cigarro elevados. Isso ocorre pela alta quantidade substâncias químicas nocivas presentes na fumaça do cigarro, que podem ser inaladas pelos não fumantes — cerca de 4 mil compostos químicos, muitos deles cancerígenos.
"Risco de câncer de pulmão aumenta até 30%". Segundo a especialista, o mesmo ocorre com outros itens que produzem fumaça, como os cigarros eletrônicos e entorpecentes. O alerta também vai para os fumantes de narguilé: "Uma hora de fumo equivale a 100 cigarros tragados".
Narguilé faz tão mal quanto o cigarro
Os riscos do fumo passivo já ficaram evidentes. Isso significa que você deve pensar duas vezes antes de compartilhar o ambiente com alguém que está tragando cigarro. Em outras palavras, é preciso se proteger e colocar a própria saúde em prioridade. Mas como fazer isso?
De acordo com Thaís, a melhor alternativa é evitar locais onde as pessoas fumam e dar preferência aos locais abertos e com boa circulação de ar. Do lado contrário, o fumante também pode proteger amigos e familiares. Para isso, basta evitar fumar dentro de casa e em outros ambientes fechados, como no trabalho e em locais de grande circulação de pessoas.
A oncologista alerta que não há uma distância segura para permanecer, já que os produtos químicos da fumaça permanecem no ambiente mesmo depois que a pessoa para de fumar. Em ambiente fechado, permanece por até cinco horas após o cigarro ser apagado. Já os resíduos tóxicos podem ficar impregnados no ambiente por meses.
Além disso, beijar um fumante pode ser prejudicial. Isso porque a boca do indivíduo está contaminada com nicotina e outros resíduos do cigarro. Nesse caso, podem ser transferidos para a boca e vias aéreas, gerando a exposição a produtos químicos nocivos.
Sintomas comuns em pessoas expostas ao fumo passivo:
Infecções respiratórias repetitivas;
É verdade que a fumaça do cigarro faz mal para os cães?
Controlar o vício em cigarro é fundamental, sobretudo para aqueles que já desenvolveram problemas de saúde relacionados ao tabagismo. Neste caso, o indivíduo reduz o risco de morte e evita o fumo passivo de pessoas próximas, além de reduzir os riscos de novas doenças.
Segundo a especialista, é possível que o fim do vício possa reduzir em até 50% o risco de câncer em comparação com aqueles que seguem fumando. Neste caso, o acompanhamento integral da equipe de especialistas é essencial para a retirada de forma programada, pelo frequente risco de recaída ou desistência ou sintomas de abstinência.
No caso de pacientes com o diagnóstico de câncer, seguir fumando pode ser prejudicial no tratamento. Entre as consequências, estão dificuldade de cicatrização de feridas, infecções, menores chances de sucesso em cirurgias de grande porte e até novos tumores malignos.
Por fim, vale ressaltar que o diagnóstico precoce do câncer de pulmão, uma das consequências mais comuns do tabagismo, aumenta as chances de cura. Por isso, se você é/foi fumante ou está exposto ao fumo passivo, é recomendado fazer exames e se consultar com mais frequência.
"Novos avanços têm auxiliado na redução de tumores antes da cirurgia, diminuindo também as chances de recidiva", ilustra. Também é possível auxiliar os diagnosticados em fases mais avançadas (com metástase), mantendo a doença sob controle: "Obtém ganhos de tempo e qualidade de vida”, finaliza Thais.