Um relatório preliminar do acidente aéreo em Vinhedo deve ser apresentado em até 30 dias; entenda as possíveis causas da queda da aeronave
Na última sexta-feira (9), um avião turboélice ATR-72, operado pela companhia aérea regional Voepass, caiu em uma área residencial na cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo, causando a morte de todos os 62 passageiros a bordo. As autoridades já recuperaram a caixa-preta da aeronave, que contém gravações de voz e dados de voo, e um relatório preliminar do acidente áereo em Vinhedo deve ser apresentado em até 30 dias, conforme informou o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) no último domingo (11).
A aeronave partiu de Cascavel, no Paraná, com destino a São Paulo. No entanto, por volta das 13h30 (horário de Brasília), aconteceu o acidente áereo em Vinhedo, cerca de 80 km da capital paulista. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o avião estava voando normalmente até as 13h21, quando parou de responder às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo. O contato com o radar foi perdido às 13h22 e nenhuma emergência foi relatada pelo piloto.
Especialistas estão investigando se as condições meteorológicas poderiam ter contribuído para o acidente áereo em Vinhedo. Alguns vídeos do acidente mostram que o céu estava aparentemente limpo no momento da queda. No entanto, há especulações sobre a possibilidade de gelo acumulado na aeronave. Na sexta-feira, a Voepass afirmou que a formação de gelo era esperada nas altitudes em que o avião estava voando, mas deveria estar dentro dos níveis aceitáveis.
O engenheiro aeronáutico brasileiro e investigador Celso Faria de Souza afirmou que, com base nos vídeos analisados, acredita que o acúmulo de gelo pode ter sido a causa do acidente.
O modelo ATR-72 já enfrentou problemas relacionados à formação de gelo anteriormente. Em 1994, um acidente similar nos Estados Unidos matou 68 pessoas após o avião não conseguir se inclinar devido ao acúmulo de gelo. Desde então, a fabricante ATR aprimorou o sistema de degelo das suas aeronaves. Em 2016, um incidente na Noruega também envolveu acúmulo de gelo, mas o piloto conseguiu retomar o controle do avião.
John Hansman, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), revisou alguns dos vídeos do acidente áereo em Vinhedo compartilhados nas redes sociais e opinou que a queda pode não ter sido causada pelo clima. Ele sugeriu que uma falha em um dos motores poderia ter levado à rotação descontrolada da aeronave.
Segundo Robert A. Clifford, advogado especialista em acidentes aéreos, acidentes desse tipo geralmente resultam da combinação de múltiplos fatores como falhas mecânicas e erros humanos.
Os incidentes envolvendo aviões no Brasil são um lembrete doloroso da importância da segurança aérea e das investigações rigorosas para prevenir futuros acidentes. O trabalho dos investigadores será fundamental para determinar as causas exatas deste acidente e evitar novas tragédias.
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