O deputado anunciou que foi diagnosticado com a doença em julho deste ano e que está realizando tratamento; entenda o que é o linfoma não Hodgkin
Marina Borges Publicado em 29/10/2024, às 16h00
O deputado estadual Eduardo Suplicy, de 82 anos, anunciou recentemente que foi diagnosticado com linfoma não Hodgkin em julho deste ano. O político revelou que está realizando tratamento imunoquimioterápico, sendo que já completou quatro das seis sessões planejadas. A doença é um tipo de câncer do sistema linfático e apresenta uma progressão imprevisível, podendo atingir diferentes partes do corpo.
Esse câncer costuma ter incidência mais elevada em pessoas com mais de 50 anos, e, apesar de poder se desenvolver em qualquer momento da vida, o risco aumenta com o avanço da idade. A seguir, vamos entender o que é o linfoma não Hodgkin, como ele se diferencia de outros tipos de linfomas, quais são as perspectivas de cura e quais tratamentos estão disponíveis.
O linfoma não Hodgkin é um grupo de mais de 40 subtipos de câncer que têm origem no sistema linfático, que inclui estruturas como linfonodos e o baço, responsáveis pela defesa do organismo contra infecções e doenças. Esse câncer se desenvolve nos linfócitos, células que desempenham um papel crucial no sistema imunológico, e pode se espalhar por meio da corrente sanguínea de maneira irregular e imprevisível.
Em contraste com o linfoma de Hodgkin, que tem uma progressão mais organizada, o linfoma não Hodgkin é caracterizado pela disseminação desordenada, o que geralmente leva a um diagnóstico em estágio mais avançado. Como cada subtipo apresenta características e comportamentos próprios, é fundamental identificar o tipo específico para definir o tratamento mais adequado.
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Embora ambos os tipos de linfoma afetem o sistema linfático, eles possuem diferenças importantes. O linfoma de Hodgkin foi descrito no século XIX pelo patologista Thomas Hodgkin e, desde então, qualquer linfoma que não apresente as características específicas desse tipo foi classificado como linfoma não Hodgkin. O linfoma de Hodgkin tem um padrão de disseminação mais previsível e, por isso, é geralmente diagnosticado em estágios iniciais e possui maior índice de cura.
Já o linfoma não Hodgkin pode começar em diferentes áreas do corpo, progredir rapidamente e, por vezes, é detectado quando já está em estágio avançado. Essa condição é dividida em subtipos como linfoma de células B, que é o mais comum, linfoma de células T e linfoma de células NK, cada um com características e prognósticos específicos.
A possibilidade de cura para o linfoma não Hodgkin varia conforme o subtipo, estágio do câncer e características do paciente. Pacientes com linfomas de células B, por exemplo, têm um prognóstico mais favorável, com cerca de 90% sobrevivendo a longo prazo após o tratamento adequado. Por outro lado, os linfomas de células T e NK, por serem mais raros, podem demandar tratamentos mais específicos.
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que sejam diagnosticados mais de 12 mil casos de linfoma entre 2023 e 2025, ressaltando a importância de diagnósticos precoces e tratamentos avançados. O avanço na imunoterapia e em outros tratamentos personalizados tem melhorado significativamente a expectativa de vida dos pacientes, oferecendo esperança e novas alternativas terapêuticas.
O tratamento do linfoma não Hodgkin pode envolver uma combinação de quimioterapia, imunoterapia e, em casos específicos, terapia genética. A imunoterapia, que está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, utiliza anticorpos monoclonais para estimular o sistema imunológico a reconhecer e atacar as células cancerígenas. Esse tipo de terapia vem sendo amplamente utilizado em linfomas e tem mostrado resultados promissores.
Em cenários de recaída, uma alternativa mais recente é a terapia com células T CAR-T, onde células do próprio paciente são geneticamente modificadas para combater o câncer. No entanto, essa modalidade ainda é restrita a redes privadas e centros especializados.
Além desses tratamentos, os pacientes com linfoma não Hodgkin podem ser orientados a realizar ajustes no estilo de vida para fortalecer o sistema imunológico e lidar melhor com os efeitos colaterais do tratamento. Consultas regulares, exames de monitoramento e apoio psicológico também fazem parte do processo terapêutico para manter o bem-estar e qualidade de vida dos pacientes.
O diagnóstico de linfoma não Hodgkin de Eduardo Suplicy chama atenção para um tipo de câncer que, apesar de sua gravidade, conta com tratamentos cada vez mais eficazes. A imunoterapia e as novas abordagens terapêuticas representam avanços significativos na luta contra a doença, permitindo que muitos pacientes alcancem a remissão ou convivam com o câncer de forma controlada. A conscientização sobre a doença e o acompanhamento médico regular são fundamentais para detectar a condição precocemente e buscar o tratamento mais adequado.
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