Elefantíase acabou no Brasil: saiba tudo sobre a doença agora erradicada do país - Reprodução/Redes sociais
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Elefantíase acabou no Brasil? OMS emite certificado; entenda

Brasil recebe certificado da OMS pela eliminação da elefantíase, doença que afetava populações vulneráveis. Saiba como o país venceu essa enfermidade

Redação Publicado em 12/11/2024, às 14h00

A elefantíase, também conhecida como filariose linfática, é uma doença parasitária crônica causada por um verme transmitido pela picada de mosquitos, como o pernilongo e a muriçoca. Por muitos anos, ela foi um dos principais fatores de incapacitação permanente no Brasil e em várias partes do mundo. A boa notícia é que o Brasil eliminou a elefantíase em território nacional, como afirma o Ministério da Saúde; entenda!

Comum em locais com poucos recursos e sem acesso a saneamento básico, a elefantíase afetava especialmente as populações mais vulneráveis, como as que viviam em áreas endêmicas, onde o mosquito transmissor se reproduzia com mais facilidade.

O que é a elefantíase?

Esta doença causa o inchaço excessivo de membros inferiores e até da região genital, levando a limitações físicas severas e, muitas vezes, ao estigma social.

Os sintomas, que podem variar de leves a graves, são causados pelo parasita Wuchereria bancrofti, que se aloja no sistema linfático da pessoa infectada.

Embora os casos mais graves resultem em sérios danos físicos, como o inchaço dos pés ou dos testículos, a doença nem sempre apresenta sintomas imediatos, o que torna seu diagnóstico e tratamento precoces importantes.

Elefantíase no Brasil: o fim de uma luta histórica

Com a entrega do certificado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Brasil comemora a eliminação da elefantíase em todo o território nacional.

Na manhã desta segunda-feira (11), durante uma cerimônia em Brasília, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, recebeu o reconhecimento oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS), marcando um marco importante para a saúde pública do país.

A elefantíase era um resquício de um problema histórico de saúde pública, que remonta ao século 19. O Brasil é o 20º país a ser certificado como livre dessa doença, após décadas de trabalho intenso.

Elefantíase é uma doença parasitária crônica causada por um verme transmitido pela picada de mosquitos, como o pernilongo e a muriçoca - Reprodução/Fiocruz

 

Isso porque, desde a década de 1950, o Brasil vinha se esforçando para erradicar a elefantíase, e a confirmação de que o país está livre dessa doença tão incapacitante é o resultado de décadas de trabalho conjunto entre o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde.

O processo envolveu, entre outras ações, campanhas de prevenção, tratamentos com o medicamento antiparasitário dietilcarbamazina (DEC) e a implementação de melhorias no saneamento básico em áreas de risco.

A última transmissão confirmada ocorreu em 2017, no município de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco. Naquela época, algumas cidades do estado, como Olinda e Recife, ainda registravam altos índices de casos.

Assim, com o avanço das políticas públicas de saúde, como o tratamento antiparasitário e a melhoria do saneamento básico, o Brasil conseguiu erradicar a doença, um grande passo para reduzir as desigualdades sociais e de saúde no país.

A ministra Nísia Trindade destacou, durante a cerimônia, que a elefantíase simbolizava "uma herança do século 19", refletindo as profundas desigualdades sociais do Brasil. Ela reforçou que a eliminação da doença não é apenas uma vitória da saúde, mas também uma conquista contra as condições de pobreza e a exclusão social.

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