Os parasitas são um verdadeiro terror para os pets e seus donos. Só que a propagação de pulgas na primavera é ainda maior. Isso acontece porque o clima mais quente e úmido comum nesta época do ano cria condições favoráveis para a proliferação desses animaizinhos indesejados.
A presença de pulgas pode impactar não apenas a saúde dos animais de estimação, mas também o ambiente doméstico como um todo. Por isso, evitar e combatê-las exige cuidados específicos e rotineiros dos tutores, antes que o problema se alastre.
Entendendo a ação das pulgas na primavera
Com o ambiente doméstico facilitando seu desenvolvimento, com temperaturas entre 25 e 35°C e umidade superior a 70%, a reprodução das pulgas ocorre em aproximadamente 21 dias. A primavera e seu clima quente e úmido deixam tudo mais propício.
Elas se desenvolvem principalmente em locais como tapetes, camas e cobertas, onde as larvas encontram abrigo e alimento, como restos de pele e fezes de outras pulgas. A médica veterinária Lysandra Barbieri, analista de educação corporativa da Cobasi, que comercializa produtos e serviços para pets, explica o tamanho do problema:
“As pulgas adultas parasitam os animais, se alimentando e colocando cerca de 50 ovos por dia. À medida que o animal se move, esses ovos caem no ambiente, iniciando um ciclo que pode ser difícil de controlar”. Já as larvas, que se desenvolvem em locais como tapetes e caminhas, se alimentam de fezes de pulgas e restos de pele, formando casulos resistentes que podem sobreviver por até seis meses.
As pulgas e os riscos à saúde
A dificuldade em tratá-las prolonga o problema e aumenta as chances de reinfestações. E isso, claro, traz graves consequências para a saúde dos animais domésticos. Um dos principais riscos à saúde dos pets gerados por pulgas é a coceira.
A reação é causada pela saliva desses parasitas, que pode provocar reações alérgicas em animais mais sensíveis. Em casos mais graves, os pets podem apresentar lesões na pele devido ao ato de se coçarem repetidamente, abrindo caminho para infecções secundárias. Outros sintomas comuns são:
- Feridas;
- Irritação na pele;
- Infecções;
- Transmissão de patógenos.
O desconforto causado pela coceira intensa e os outros sintomas comprometem a qualidade de vida dos animais, sendo necessário um controle rigoroso para evitar a infestação. Neste caso, é essencial tratar tanto o animal quanto o ambiente.
Lysandra recomenda que o tratamento de prevenção seja feito de forma contínua, com uma duração mínima de três meses para maior eficácia. Além disso, sugere o uso de produtos específicos para o ambiente no cuidado com os pets, já que eles atuam nas áreas onde as pulgas se desenvolvem.
Há diversas opções de tratamento disponíveis, como coleiras antipulgas, pipetas, comprimidos e sprays, que podem ser escolhidos de acordo com a recomendação do veterinário ou a preferência do tutor. Cada método age para eliminar as pulgas adultas, mas, para um controle efetivo, é fundamental incluir produtos que eliminem os parasitas no ambiente, como desinfetantes específicos.
Áreas externas, como jardins e quintais, são pontos comuns de proliferação. Deixar de lado o cuidado com áreas externas pode gerar novos focos de infestação, colocando o pet em contato constante com os parasitas, reforça Barbieri.
A especialista finaliza com um alerta aos donos de gatos, que são mais atingidos pelo parasita: “Pois a pulga do gato, (Ctenocephalides felis), pode afetar tanto cães quanto gatos, enquanto a pulga do cão, Ctenocephalides canis, acomete apenas os cães”. Neste caso, facilita o risco de transmissão entre os animais da mesma residência.