Santa Catarina presenciou o nascimento do primeiro filhote de elefante-marinho registrado no país; entenda quais serão os próximos passos do animal
Um marco inesperado para a fauna brasileira aconteceu neste mês em Santa Catarina: o nascimento do primeiro filhote de elefante-marinho registrado no país. O filhote e sua mãe, uma fêmea de elefante-marinho-do-sul, foram avistados inicialmente na praia do Siriú, em Garopaba. A presença deles no local chamou a atenção de biólogos e curiosos, visto que esses mamíferos são encontrados majoritariamente nas costas da Argentina e da Antártida. Como de costume na espécie, a mãe partiu após o período inicial de amamentação, deixando o filhote para que ele aprenda a sobreviver sozinho.
Agora, enquanto permanece na região, o pequeno elefante-marinho será monitorado por biólogos e equipes de proteção ambiental para garantir sua segurança. Estima-se que ele fique por cerca de um a três meses no local até que esteja preparado para seguir seu instinto e nadar rumo à Patagônia Argentina, onde está a colônia reprodutiva mais próxima da costa brasileira.
O elefante-marinho-do-sul, de nome científico Mirounga leonina, é o maior membro da família dos focídeos e vive principalmente nas águas geladas do Atlântico Sul. A espécie é reconhecida por seu imenso tamanho, com machos adultos chegando a pesar até 5 toneladas e medindo cerca de 6 metros de comprimento. Durante a maior parte de suas vidas, esses animais se mantêm em mar aberto, geralmente próximos à Antártida, onde caçam peixes e lulas para se alimentar.
Filhotes de elefante-marinho nascem com um peso inicial em torno de 40 a 45 quilos, mas ganham peso rapidamente durante o período de amamentação. O filhote nascido em Santa Catarina está estimado em aproximadamente 90 quilos e está saudável para começar sua independência. Como a maioria dos elefantes-marinhos não se reproduz no Brasil, essa foi uma situação atípica e uma oportunidade única para estudos sobre o comportamento e a adaptação da espécie em novas áreas.
Após o abandono natural pela mãe, o filhote de elefante-marinho passará um período de adaptação em Santa Catarina, onde será monitorado pelas equipes ambientais. Esse monitoramento é essencial para garantir que ele se desenvolva bem sem interferências externas, pois é fundamental que ele descanse nas praias durante os momentos em que não está no mar.
Especialistas recomendam que a população se mantenha a uma distância segura e não interfira no ambiente do filhote, garantindo sua tranquilidade para se preparar para o próximo passo. Dentro de um a três meses, o animal começará sua jornada rumo à Patagônia Argentina, um trajeto longo de cerca de 3 mil quilômetros até a colônia reprodutiva mais próxima, localizada na Península Valdés.
Essa região é uma área tradicional de reprodução para os elefantes-marinhos-do-sul, onde se reúnem em grandes grupos. Lá, ele encontrará condições ideais para sua sobrevivência e poderá interagir com outros elefantes-marinhos, formando laços sociais e aprendendo a caçar peixes e lulas, as principais presas da espécie.
A observação de um elefante-marinho em território brasileiro é um evento raro e emocionante, mas é necessário que a população saiba como agir de forma a respeitar o habitat do filhote. Algumas atitudes essenciais incluem:
O nascimento do primeiro elefante-marinho no Brasil é um marco para a biologia e uma oportunidade para a comunidade científica aprofundar os conhecimentos sobre a espécie. Embora o filhote permaneça no país por pouco tempo, sua presença reforça a importância da conscientização ambiental e do respeito ao espaço desses animais.
Enquanto ele se prepara para seguir seu instinto migratório, o monitoramento e os cuidados da população serão fundamentais para que esse jovem aventureiro tenha uma jornada segura e saudável rumo à colônia argentina.
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