Cerca de 72% das pessoas que fazem compras por impulso dizem se arrepender depois; entenda sobre o assunto e o que dizem especialistas a seguir
Publicado em 17/09/2024, às 11h00
Gastar dinheiro pode ser uma grande satisfação para alguns consumidores. Tanto que, um levantamento recente da Serasa revelou um dado preocupante: cerca de 7 em cada 10 consumidores já fizeram compras por impulso. O dado se torna ainda mais significativo já que 72% desses consumidores se arrependeram dos produtos adquiridos.
"Comprar por impulso é quando uma pessoa faz uma compra não planejada, geralmente movida por uma emoção do momento, sem considerar a real necessidade do item", diz Wanessa Guimarães, sócia da HCI Invest e planejadora financeira CFP pela Planejar, à AnaMaria.
Muitas vezes esse comportamento impulsivo é motivado por emoções momentâneas, campanhas de marketing, pressão social ou gratificação instantânea. No entanto, as consequências tendem a ser negativas para a saúde financeira dos consumidores.
"Para muitas pessoas, o dinheiro funciona como uma espécie de varinha mágica, que transforma a vida e tudo ao seu redor fica melhor. Os gastadores e os compradores impulsivos vão buscar no dinheiro segurança, conforto, completude, afeição e alívio para sua ansiedade. A questão é que, de uma maneira muito intensa, causa sofrimento e pode muitas vezes levar ao endividamento financeiro", afirma Paula Sauer, professora de economia e coordenadora do Laboratório de Inteligência Financeira da ESPM, à AnaMaria.
Ela afirma que as compras por impulso, muitas vezes, funcionam como uma fuga das preocupações, que provoca alívio ao consumir, mesmo que o item adquirido nunca seja usado. Ou seja, essa é uma maneira de identificar se você compra por impulso. "O prazer está no ato da compra, não necessariamente na utilização do bem ou serviço adquirido", destaca.
Afinal, quem nunca caiu no marketing das lojas e comprou algo que não estava nos planos enquanto esperava na fila do caixa? Os ambientes são pensados para fazer com que o consumidor compre mais. A situação é parecida no ambiente virtual, em que os algoritmos disponibilizam imagens dos produtos que o consumidor já pesquisou, justamente para induzi-lo às compras por impulso.
5 dicas para escapar do perigoso vício em compras
Comprar por impulso é comprar sem planejar e, portanto, quase sempre sair do orçamento. "Ao comprar itens desnecessários, o consumidor acaba gastando além do previsto, o que pode gerar acúmulo de dívidas, dificuldade em manter uma reserva de emergência e até a necessidade de cortar gastos essenciais. A longo prazo, esses comportamentos podem impactar negativamente a capacidade de economizar e investir", afirma Wanessa.
Essas compras por impulso provocam a sensação de alívio e prazer passageiro, que dá espaço para a chamada 'ressaca do consumo', isto é, o arrependimento de ter comprado algo que não precisava e com o dinheiro que não tinha.
Nesses casos, o primeiro passo, portanto, é verificar se existe a possibilidade para troca ou devolução do item.
"Caso o consumidor tenha adquirido o produto ou serviço online, por catálogo ou por telefone, tem até 7 dias para solicitar o estorno do valor pago, incluindo as taxas de entregas, de manuseio do produto e outros custos. É importante ressaltar que essa regra não se aplica a compras realizadas no estabelecimento comercial e, por isso, é necessário buscar o serviço de atendimento ao consumidor da loja", diz Paula.
"Se não for possível, é importante reconhecer o comportamento e entender os gatilhos que levaram à compra. Isso pode ser uma oportunidade de aprendizado e prevenção para compras futuras", destaca Wanessa.
Fez compras e se arrependeu? Saiba quais são seus direitos
Se estiver claro que as compras por impulso funcionam como uma válvula de escape para preencher um vazio ou distrair de um problema, busque alternativas para resolver essas questões. Veja algumas dicas práticas a seguir:
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