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Sal diluído na água: método viralizado é perigo para a saúde ou redução de riscos?

A médica nutróloga Ana Luisa Vilela avalia os riscos e supostos benefícios do sal diluído na água, método que viralizou nas redes sociais

Guilherme Giagio
por Guilherme Giagio

Publicado em 25/11/2024, às 13h45

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Prática viral nas redes sociais pode causar riscos à saúde, sobretudo para os mais vulneráveis. - Foto: atlascompany/Freepik
Prática viral nas redes sociais pode causar riscos à saúde, sobretudo para os mais vulneráveis. - Foto: atlascompany/Freepik

O alto consumo de sal é reconhecidamente como um dos grandes vilões da saúde. No entanto, supostos especialistas defendem ter encontrado uma solução: sal diluído na água. O método viralizou nas redes sociais e gerou discussão. Afinal, é uma redução de riscos?

No entanto, a realidade é outra. A dica não tem embasamento científico e contraria especialistas. Além disso, o sal diluído na água pode representar riscos à saúde, especialmente em uma população já vulnerável ao consumo excessivo de sódio. No Brasil, 28% da população é vítima de hipertensão, segundo o Instituto Nacional de Cardiologia (INC).

O que dizem os defensores do método sal diluído na água?

A justificativa seria que o o sal integral é menos processado, preservaria minerais como magnésio e potássio — isso supostamente auxiliaria no controle da pressão arterial. O sal integral em questão seria o rosa, grosso, do Himalaia ou outras diferentes do “não refinado”.

Assim, o sal diluído na água seria uma forma de suplementar a dieta com elementos benéficos. Porém, a quantidade desses minerais no sal integral é insignificante para trazer benefícios reais à saúde. Além disso, a ingestão adicional de sódio pode ser prejudicial, especialmente para indivíduos hipertensos, aumentando o risco de infartos e acidentes vasculares cerebrais. 

Os perigos do consumo excessivo de sal

A médica nutróloga Ana Luisa Vilela ressalta que o sódio, em quantidades adequadas, é essencial para funções como equilíbrio hídrico e saúde muscular. Entretanto, o consumo acima do recomendado pode sobrecarregar os rins e o sistema cardiovascular.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere um consumo máximo de 5 gramas de sal por dia (cerca de uma colher de chá). Em 2019, um levantamento da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) concluiu que a média diária brasileira é de 9,34 gramas, quase duas vezes maior que a máxima recomendada.

"É importante esclarecer que o consumo adicional de sal não só é desnecessário, como pode trazer graves riscos para a saúde. A recomendação é que se evite o consumo excessivo, priorizando uma dieta balanceada rica em frutas, legumes e verduras, que ajudam a manter a pressão sob controle", destaca Vilela.

O excesso de sal está diretamente associado ao aumento da pressão arterial, um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. A ingestão de sal diluído na água, além de desnecessária, pode ser perigosa, sobretudo quando utilizada como substituto de práticas comprovadamente benéficas, como reduzir o consumo de sal e manter uma dieta equilibrada.

Por fim, Ana reforça a importância de buscar orientação de profissionais qualificados antes de adotar mudanças na alimentação: "Evita que modismos na internet coloquem em risco a saúde cardiovascular de quem os adota".

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