Problema é a causa mais frequente de mortes na população adulta, de acordo com Ministério da Saúde
A vida da aposentada Vanilda Anna Fávaro, 82, mudou completamente em 24 de junho de 2014. Naquela manhã, a moradora de Pirassununga, interior de SP, acordou sentindo-se estranha. Quando tentou levantar da cama, uma fraqueza muito forte a fez ir ao chão. Era um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
O Dia Mundial de Combate ao AVC é celebrado nesta segunda-feira (29). Apesar de tudo, Vanilda teve sorte. Isso porque o problema é a causa mais frequente de mortes na população adulta (10% do total). Na época, ela precisou ficar 10 dias internada na UTI. "Me pegou completamente de surpresa", lembra.
Segundo Fabio Porto, neurologista do Hospital das Clínicas de São Paulo (SP), o principal fator de risco para o AVC é a hipertensão arterial. No entanto, a idade também é uma causa de risco importante, além de outras doenças cardiovasculares. "Pessoas que usam medicações para “afinar o sangue”, como antiagregantes plaquetários ou anticoagulantes, também têm risco aumentado", afirma.
MUDANÇAS PROFUNDAS
O problema afetou a fala e o lado direito de seu corpo. Após muita fisioterapia e ginástica, ela conseguiu voltar a conversar e a se movimentar. Mesmo assim, passados quatro anos do fatídico dia, seu corpo nunca mais voltou a ser o que era antes.
"Fiquei impossibilitada de fazer muita coisa, mas fui me acostumando a me movimentar com o lado esquerdo", conta a aposentada, que precisou reaprender a escrever, fazer trico e até mesmo comer com a mão que ainda estava boa.
No entanto, precisou deixar de fazer o que mais gostava: cozinhar e cuidar da casa. "O que sinto mais falta é disso, desse trabalho diário. É algo que, infelizmente, não consigo mais", lamenta. (Foto: Arquivo Pessoal)
ALERTA VERMELHO
Os dados mais recentes do Ministério da Saúde sobre o assunto, de 2016, apontam que, naquele ano, o SUS registrou 188,2 mil internações para o tratamento de AVC isquêmico e hemorrágico, além de 40 mil mortes pela doença.
Existem basicamente dois tipos de AVC: o Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) e o Acidente Vascular Hemorrágico (AVCH). O primeiro, mais comum, é causado pela falta de sangue em determinada área do cérebro, por conta da obstrução de uma artéria. Já o segundo acontece devido a um sangramento causado pelo rompimento de um vaso sanguíneo.
Ainda há uma terceira condição, chamada "Ataque Isquêmico Transitório" (AIT ou TIA, do Inglês) que consiste na interrupção temporária do fluxo sanguíneo, causando sinais e sintomas iguais ao AVC. No entanto, reverte-se espontaneamente em um curto período de tempo. O ataque isquêmico transitório deve ser encarado como um aviso de que algo está errado. Sua causa precisa ser descoberta e tratada, antes que o AVC ocorra.
FIQUE DE OLHO
A identificação rápida dos sintomas, além do socorro adequado, são muito importantes para seu diagnóstico e o tratamento adequados. Os sinais se iniciam de forma súbita e podem ser únicos ou combinados, de acordo com a lista abaixo, elaborada pelos especialistas do Hospital Albert Einstein, de São Paulo (SP):
COMO EVITAR
Existem fatores de risco modificáveis e não modificáveis. É impossível, por exemplo, mudar questões genéticas, sexo ou a idade, mas algumas atitudes podem ajudar nossa saúde. Confira!