O Alzheimer é uma doença ainda sem cura que provoca lesões cerebrais, perda de memória e de funções cognitivas e que afeta mais de 1 milhão de brasileiros, atingindo com mais frequência pessoas acima dos 65 anos. No mundo, são 55 milhões de pessoas diagnosticadas com a doença e 10 milhões de novos casos por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Por ser uma doença ainda sem cura e evolutiva, causa bastante impacto na rotina de todos os envolvidos e requer dedicação e resiliência para adaptar-se às mudanças que ocorrem ao longo do tempo.
De acordo com Sheila Martani, geriatra da Starbem, plataforma de telessaúde, “a doença está cada vez mais frequente, até porque as pessoas estão vivendo mais e a idade é o principal fator de risco, mas uma coisa é certa: quanto antes o diagnóstico, melhor o tratamento para evitar a progressão do problema”.
SINTOMAS
De acordo com o livro O Fim do Alzheimer (Ed. Objetiva), no momento em que os sintomas são notáveis a ponto de fazer com que a pessoa procure um médico, a doença está relativamente avançada e difícil (quando não impossível) de tratar. O início, em geral, ocorre de 15 a 20 anos antes de o diagnóstico ser feito. Para piorar a situação, quando os sintomas se desenvolvem, a tendência é procurarmos justificativas para nos assegurar de que nada grave está acontecendo.
Dizemos que as palavras estão “na ponta da língua” ou que determinado comportamento “é sinal da idade”. Muitos realmente não estão sofrendo com o desenvolvimento do mal, porém, alguns estão. Portanto, quanto antes se perceber os sinais e buscar ajuda, mais propício será melhorar a cognição por meio do tratamento.
Os primeiros sintomas são sutis, o que pode passar despercebido. São os pequenos esquecimentos – normalmente, os familiares acham que faz parte do processo normal de envelhecimento. Vale destacar que nem todo esquecimento é sinal da doença, no entanto, o alerta surge quando esses esquecimentos começam a ter uma frequência maior e repercutem no funcionamento das atividades cotidianas do idoso.
À medida que a doença evolui, as pessoas ficam cada vez mais dependentes de terceiros. A partir daí, iniciam as dificuldades de locomoção e comunicação e o paciente passa a necessitar de cuidados e supervisão permanente, até mesmo para as atividades da vida diária. Entre os principais sintomas estão:
NA FASE INICIAL
- Perda de memória;
- Dificuldade em resolver problemas;
- Desorientação no tempo e espaço;
- Dificuldade em realizar tarefas do cotidiano;
- Problema de linguagem;
- Trocar o lugar das coisas;
- Alteração de comportamento.
NA FASE MODERADA
- Dificuldade para cozinhar ou limpar a casa;
- Incapacidade de fazer a higiene pessoal ou esquecer de se limpar, usando a mesma roupa constantemente ou andando sujo;
- Dificuldade para se comunicar, não recordando as palavras ou dizendo frases sem sentido e apresentando pouco vocabulário;
- Dificuldade para ler e escrever;
- Desorientação em locais conhecidos, perdendo-se dentro da própria casa, urinando no cesto do lixo ou confundido os cômodos;
- Alucinações como ouvir e ver coisas que não existem;
- Alterações do comportamento, ficando muito quieto ou excessivamente agitado;
- Ficar sempre muito desconfiado, principalmente de roubos;
- Alterações do sono, podendo trocar o dia pela noite.
EXISTE PREVENÇÃO?
“Manter hábitos saudáveis ao longo da vida ajuda a reduzir o risco de desenvolver a doença: manter-se cognitivamente ativo com leituras e novos aprendizados, gerenciar o estresse, manter a pressão arterial sob controle, praticar atividade física, ter boa alimentação, não fumar, evitar bebidas alcoólicas e dormir bem ajudam a evitar não só o Alzheimer como outras doenças”, explica a especialista.