Alguns componentes podem fazer mal à pele das crianças
Quem tem criança em casa sabe como elas adoram embalagens divertidas, coloridas e com produtos cheirosos. E os esmaltes, então? Entretanto, nem todos os cosméticos podem ser usados pelos filhos. Segundo estudo de Jackeline Alecrim, pesquisadora em cosmetologia avançada, publicado no livro Saúde da Criança e do Adolescente (Ed. Aya), é necessário levar em consideração que a pele dos pequenos é sensível e frágil devido à imaturidade das estruturas constituintes que, posteriormente, formarão a pele com todas as funções da derme de um adulto.
“Vale lembrar que, apesar de ser uma superfície corporal externa, a pele apresenta alta capacidade de absorver substâncias, permitindo que alcancem a corrente sanguínea. No caso das crianças, ela é ainda mais permeável, aumentando o risco de alergias e reações indesejáveis. Assim, os cuidados devem obedecer a essas diferenças fisiológicas”, explica a especialista.
No Brasil, o órgão responsável por fiscalizar e assegurar a qualidade de tais produtos é a Agência Nacional da Vigilância Sanitária (ANVISA). No site, a instituição fornece, inclusive, um buscador de produtos registrados e regularizados para o uso em formulações destinadas ao público infantil. Além disso, é possível encontrar notícias e atualizações sobre produtos infantis.
Os riscos de utilização de produtos não próprios para crianças vão desde o aumento da predisposição a alergias, irritação e queimaduras, até necrose hemorrágica. “A criança está sendo exposta a riscos quando utilizamos produtos não destinados à sua faixa etária. Aquela máxima: ‘Mas já usei e nunca aconteceu nada’ não se aplica aqui, já que as reações podem ser silenciosas, acumulativas e tardias, fazendo com que os pais não associem a sua ocorrência ao uso de tais produtos inadequados”, avisa a pesquisadora.