O sistema de financiamento de imóveis pela Caixa Econômica Federal será alterado no próximo mês. As novas regras, antes previstas para entrar em vigor em 21 de outubro, passaram para 1º de janeiro. As mudanças incluem novas condições de crédito e o aumento do valor de entrada.
Apenas o financiamento de compra ou construção de imóveis com avaliação de compra e venda de até R$ 1,5 milhão serão aceitos. As alterações, que valem tanto do Sistema de Amortização Constante (SAC) como pela tabela Price, não terão prazo de validade – e podem ser permanentes.
O que muda no financiamento de imóveis pela Caixa?
Uma das principais mudanças é o aumento do valor mínimo de entrada, seguida pelo menor valor financiado pelo banco estatal. Ou seja: a instituição reduzirá a parcela do valor do imóvel que pode ser financiada, aumentando a participação do comprador no momento do financiamento.
A partir de novembro, fica da seguinte maneira:
- Modelo SAC:
- Modelo atual: Caixa financia até 80% e o comprador paga 20%.
- Novo modelo: Caixa financia até 70% e o comprador paga 30%.
- Modelo Price:
- Modelo atual: Caixa financia até 70% e o comprador paga 30%.
- Novo modelo: Caixa financia até 50% e o comprador paga 50%.
Não sabe a diferença entre os modelos? AnaMaria explica: no sistema SAC, o valor das prestações reduz ao longo do tempo, devido a parcela decrescente de juros. Enquanto no sistema Price o valor das parcelas é constante durante todo o prazo.
Além disso, como citado, o financiamento com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), é limitado aos imóveis de R$ 1,5 milhão. No modelo atual, não há teto máximo.
Segundo a Caixa, a limitação não se aplica às unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pelo banco, que seguem no modelo atual. Outra exceção são as propriedades já adquiridas, que seguem com as regras de financiamento previamente contradas.
Por que o financiamento da Caixa será alterado?
A alteração nas regras de financiamento da Caixa Econômica Federal está relacionada ao aumento da demanda por imóveis no Brasil, somad ao maior volume de saques da caderneta de poupança, principal fonte de recursos para os empréstimos habitacionais via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
De acordo com o Banco Central, em setembro, a poupança registrou saques líquidos de R$ 7,1 bilhões, o maior valor do ano, marcando o terceiro mês consecutivo de retiradas. Além disso, a Caixa informou que a sua carteira de crédito habitacional deve ultrapassar o orçamento aprovado para 2024.
Em nota, o banco explicou: “A Caixa estuda constantemente medidas que visam ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais, inclusive participando de discussões junto ao mercado e ao governo, com o objetivo de buscar novas soluções que permitam expansão do crédito imobiliário no país, não somente pela Caixa, mas também pelos demais agentes do mercado”.
O que fazer antes das novas regras
Para os consumidores que estão finalizando o financiarmento de um imóvel, a recomendação de especialistas é acelerar o processo antes que as novas regras entrem em vigor. Assinar o contrato de financiamento antes de novembro garante as condições atuais, com entrada menor e maior parcela financiada.
Para aqueles que não conseguirem fechar o negócio dentro desse prazo, será necessário reavaliar o planejamento financeiro. A entrada maior exigida pode demandar mais tempo para poupança, ou a busca por alternativas, como consórcios, que possibilitam a compra do imóvel sem a necessidade de financiamentos com juros altos.
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