Uma breve análise da incrível capacidade do ser humano em valorizar aquilo que não tem, é de difícil acesso ou quem não está mais entre nós.
Publicado em 21/09/2024, às 10h00
É impressionante como o ser humano valoriza aquilo que não tem, é inalcançável, de dífícil acesso, ou quem não está mais entre nós.
Se pensarmos com a mentalidade dos profissionais do marketing podemos concluir que o gatilho da escassez se mostra extremamente eficaz, pois quando a possibilidade de algo acabar passa pelo nosso pensamento, automaticamente é acionado um mecanismo que podemos chamar de "não tem, eu quero".
O fato é que quando nos encontramos diante de algo que não temos, isso nos motiva a querer ter. Assim como é comum percebermos o comportamento que adotamos quando alguém falece. Muitos dizem que quando se morre todos os pecados são perdoados e a pessoa em questão chega a conquistar uma aura santificada. Sem religiosismos alegóricos, o que percebemos é que existe no ser humano uma valorização daquilo que não se tem.
No campo artístico, sobretudo no mundo das artes plásticas, a valorização do artista que não está mais entre nós é infinitamente maior. Se pensarmos no gênio Vincent Van Gogh, que morreu miserável, enquanto sua obra alcançou valores inimagináveis após sua morte, concluimos que essa é uma realidade cruel.
Buscando valorizar o artista em vida, Victor Hugo Rosa, proprietário da galeria de arte Victor Hugo, localizada no bairro de Pinheiros ,em São Paulo, inaugura a exposição "Artista Vivo", que celebra os 40 anos do trabalho de sua família no mercado da arte e também a inauguração do novo espaço da galeria na rua Teodoro Sampaio.
Esta exposição única tem como principal objetivo valorizar e celebrar o artista plástico vivo, que, por meio de sua arte, reflete e interage com as dinâmicas do nosso tempo. A exposição inicia em 27 de setembro e encerra em 06 de outubro de 2024.
"Artista Vivo" reúne uma seleção de obras que representam a pluralidade e a vitalidade da produção artística contemporânea, destacando criadores que, com seu trabalho, enriquecem e transformam o cenário cultural de São Paulo.
A exposição é uma ode ao artista que, estando presente em seu tempo, participa ativamente das discussões e transformações da sociedade, marcando seu lugar na história da arte brasileira.
Nesta mostra, o público terá a oportunidade de vivenciar um diálogo profundo entre a arte e o cotidiano, explorando as diferentes expressões e técnicas dos artistas presentes.
A curadoria da exposição foi cuidadosamente pensada para refletir a diversidade de olhares e abordagens que compõem o panorama atual das artes plásticas, reforçando a importância de reconhecer e prestigiar aqueles que ainda estão entre nós, criando e inovando.
“Com o passar dos anos, identificamos a imperativa necessidade de auxiliar, promover, incentivar e apoiar artistas vivos cuja produção contínua revela um significativo potencial de valorização no mercado, mas que tem encontrado limitações de exposição nas galerias convencionais”, reflete Victor Hugo Rosa, proprietário da galeria que leva seu nome.
A exposição contará com o trabalho de expoentes da arte contemporânea. "Será uma excelente oportunidade para uma troca direta entre criadores e público", destaca Victor Hugo.
A arte sempre nos leva a questionar atitudes e comportamentos e nada melhor do que a expressão artística para refletirmos sobre a incrível capacidade do ser humano em valorizar o que não tem ou quem não está mais entre nós.
