Morre nesta quinta-feira (3) o jornalista Cid Moreira, um dos rostos mais icônicos da televisão brasileira - locutor e apresentador, ele vinha tratando de uma pneumonia
Beatriz Cyrino Publicado em 03/10/2024, às 10h10 - Atualizado às 10h40
Aos 97 anos, morre o jornalista Cid Moreira na manhã desta quinta-feira (3) no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Nos últimos dias, o locutor e apresentador vinha tratando de uma pneumonia que o manteve internado. A notícia de sua morte marca o fim de uma das carreiras mais icônicas da comunicação brasileira.
Com mais de sete décadas no jornalismo, Cid se tornou um dos principais nomes da televisão no país, apresentando o Jornal Nacional por 26 anos. De acordo com o Memória Globo, ele esteve à frente do telejornal cerca de 8 mil vezes. A seguir, AnaMaria relembra a vida, carreira e polêmicas de Cid Moreira - confira:
Cid Moreira nasceu em Taubaté, no Vale do Paraíba, em 1927, e havia completado 97 anos na última sexta-feira (27). Sua carreira começou no rádio em 1944, quando um amigo o incentivou a fazer um teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté. Entre 1944 e 1949, narrou comerciais até se mudar para São Paulo, onde trabalhou na Rádio Bandeirantes e em publicidade.
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Em 1951, Cid mudou-se para o Rio de Janeiro, sendo contratado pela Rádio Mayrink Veiga. Foi nesse período que começou suas primeiras experiências na televisão, apresentando comerciais ao vivo em programas como Além da Imaginação e Noite de Gala, ambos da TV Rio.
Sua estreia como locutor de noticiários ocorreu em 1963 no Jornal de Vanguarda, da TV Rio. Esse foi o início de sua trajetória no jornalismo televisivo, que o levaria a trabalhar em várias emissoras como Tupi, Globo, Excelsior e Continental, sempre se destacando pela voz grave e inconfundível.
Em 1969, Cid retornou à TV Globo, assumindo o Jornal da Globo e, no mesmo ano, integrando a equipe do recém-lançado Jornal Nacional, o primeiro telejornal transmitido em rede no Brasil. A estreia aconteceu em setembro, quando ele dividiu a bancada com Hilton Gomes. Dois anos depois, começou sua parceria com Sérgio Chapelin, com quem dividiu a apresentação do JN por mais de duas décadas.
Durante 26 anos, Cid Moreira foi o principal rosto do Jornal Nacional. Sua maneira de conduzir o noticiário, com uma entonação firme e respeitosa, fez dele um sinônimo de credibilidade. Seu "boa-noite" diário se tornou um marco da TV brasileira.
Em 1996, após uma reformulação do Jornal Nacional, William Bonner e Lillian Witte Fibe assumiram a bancada, e Cid se dedicou à leitura de editoriais no telejornal até sua saída.
Além de seu trabalho no JN, Cid participou de outros programas na Globo. Em 1999, ele narrou o famoso quadro de Mr. M no Fantástico, que se tornou um sucesso absoluto entre o público. A voz de Cid ficou tão associada ao quadro que ele foi convidado a entrevistar o próprio Mr. M quando o ilusionista visitou o Brasil no ano seguinte.
A partir da década de 1990, Cid Moreira se dedicou também à gravação de salmos bíblicos. Em 2011, ele concretizou um de seus maiores projetos: gravar a Bíblia Sagrada na íntegra, que se tornou um sucesso de vendas e consagrou sua voz como uma referência na comunicação religiosa no Brasil.
Em 2010, sua esposa, Fátima Sampaio Moreira, lançou a biografia "Boa Noite – Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil", que relata a trajetória do jornalista. Durante a Copa do Mundo daquele ano, Cid também gravou a famosa vinheta "Jabulaaani" para o Fantástico e os programas esportivos da Globo, adicionando mais um marco à sua extensa carreira.
Mesmo sendo um ícone de respeito, Cid Moreira enfrentou polêmicas nos últimos anos. Em julho de 2021, seus filhos adotivos, Roger e Rodrigo Moreira, buscaram a interdição do pai, alegando que ele já não tinha condições de gerir seu patrimônio por conta da idade. Eles também acusaram a esposa de Cid, Fátima Sampaio, de apropriação indevida dos bens e de manter o jornalista isolado da família.
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Cid negou as acusações e declarou estar lúcido e em plenas capacidades, o que foi comprovado judicialmente. Porém, as polêmicas não pararam por aí. Roger Moreira, seu filho adotivo, recentemente o acusou de abuso sexual e sequestro.
Segundo Roger, os abusos começaram quando ele tinha 14 anos e teriam ocorrido no condomínio onde moravam no Rio de Janeiro. Roger também alegou que a adoção teria sido uma forma de encobrir os abusos.
A equipe de Cid rebateu as acusações, afirmando que elas são infundadas e que essa não seria a primeira vez que Roger faz esse tipo de alegação. O caso ainda segue na Justiça, mas a equipe de Cid confia que, mais uma vez, a verdade prevalecerá.
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