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Copa do Mundo

Apesar de Marrocos, Mundial do Catar passa longe de ser o das zebras

Desde 1998, a edição com mais zebras foi a de 2002 (Japão/Coreia)

Lincoln Chaves - Repórter da EBC - São Paulo Publicado em 09/12/2022, às 11h36

A classificação de Marrocos às quartas de final da Copa do Catar, eliminando a Espanha, além de vitórias inesperadas de Japão, Arábia Saudita, Tunísia, Coreia do Sul e Camarões, na primeira fase, sobre favoritos como Alemanha, França, Portugal e Brasil, respectivamente, geraram o questionamento: seria este o Mundial das zebras? Os números, porém, mostram que outras edições tiveram resultados gerais mais surpreendentes, inclusive em fases mais agudas da competição.

A Copa deste ano é a última no formato com 32 seleções, que estreou em 1998 (França). A partir da próxima edição, em 2026 (Estados Unidos, Canadá e México), serão 48 equipes. O modelo atual, portanto, esteve em vigor em sete Mundiais, contando o atual. Neste recorte, nenhum teve tantas zebras quanto o de 2022 (Coreia do Sul e Japão).

Na ocasião, as quartas de final reuniram apenas duas seleções que estavam, à época, entre as dez primeiras do ranking da Federação Internacional de Futebol (Fifa): Brasil (2º) e Espanha (8º). De 1998 para cá, este foi o Mundial com menor representatividade de top-10 entre os oito melhores. Detalhe: somente os brasileiros, que saíram campeões, avançaram às semifinais.

Além disso, duas das três equipes pior colocadas no ranking entre as 32 classificadas à Copa também chegaram às quartas: Coreia (40ª) e Senegal (42ª). Os sul-coreanos, inclusive, foram além, parando só nas semifinais, para a Alemanha. Os senegaleses, que surpreenderam a França, então atual campeã, na primeira fase, ao vencerem por 1 a 0, caíram para outra surpresa do Mundial, a Turquia (22ª na lista da Fifa, à época).

Na Copa do Catar, por sua vez, são seis times entre os dez primeiros do ranking da Fifa nas quartas de final. No formato com 32 seleções, é o Mundial com mais representantes do top-10 neste estágio. Nas edições de 2006 (Alemanha) e 2010 (África do Sul), foram cinco equipes.

Além disso, pelo menos duas destas seleções estarão na próxima fase do Mundial catari, devido aos confrontos entre Argentina (3ª) e Holanda (8ª) e França (4ª) e Inglaterra (5ª). Se Brasil (1º) e Portugal (9º) eliminarem Croácia (12ª) e Marrocos (22º), respectivamente, 100% dos semifinalistas estarão no top-10, o que ainda não aconteceu de 1998 para cá.

O mais próximo foi em 2010 e 2014, quando três dos quatro classificados às semifinais ocupavam um posto entre os dez primeiros do ranking da Fifa. Na África do Sul, Espanha (2ª), Holanda (4ª) e Alemanha (6ª) tiveram companhia do Uruguai (16º). Quatro anos depois, os alemães, em segundo lugar, chegaram lá de novo, além do anfitrião Brasil (3ª) e da Argentina (5ª). Os holandeses, na 15ª posição, completaram o mata-mata.

Em termos de surpresas, a Copa que mais se aproximou de 2002 foi a da Rússia, em 2018, com somente três países do top-10 nas quartas: Brasil (2º), Bélgica (3ª) e França (7ª). O detalhe é que a seleção anfitriã, a pior colocada no ranking da Fifa entre as oito melhores do Mundial, era também a última entre as 32 participantes da competição. Os russos ocupavam a 70ª posição. Mesmo assim, eliminaram a Espanha (10ª) nas oitavas de final e só caíram nos pênaltis para a Croácia (20ª), que seria vice-campeã.

Em 1998, também foram somente três seleções top-10 da Fifa nas quartas: Brasil (1º), Alemanha (2ª) e Argentina (5ª). A diferença é que, das oito melhores equipes daquela Copa, a Dinamarca, pior colocada entre elas no ranking, estava em 22º lugar, mesma situação de Marrocos na edição de 2022.

Confira, abaixo, as oito melhores seleções das Copas de 1998 a 2018, com a colocação final na edição e respectiva posição no ranking da Fifa, à época, entre parênteses.

França - 1998

Coreia do Sul / Japão - 2002

Alemanha - 2006

África do Sul - 2010

Brasil - 2014

Rússia - 2018

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