Após alerta de invasão em babás eletrônicas, air fryers inteligentes chamam atenção como possível nova brecha para roubo de dados pessoais; entenda!
Jéssica Batista Publicado em 12/11/2024, às 20h00
Recentemente, a preocupação com a segurança digital em residências ganhou novos contornos. Em março de 2024, a Polícia Federal divulgou um dado alarmante: criminosos estavam explorando vulnerabilidades em babás eletrônicas conectadas à rede wi-fi para obter dados pessoais e imagens de bebês e suas casas. No ano passado, mais de 100 casos foram registrados, e os responsáveis por esses crimes poderiam ser punidos sob a lei Carolina Dieckmann, que trata de crimes cibernéticos.
Agora, uma nova preocupação se forma, e o foco está em um dispositivo que se tornou o queridinho das cozinhas: a air fryer. Mas não qualquer uma — estamos falando das versões inteligentes de marcas como Xiaomi, Cosori e Aigostar.
No início de novembro, a organização britânica de defesa do consumidor Which? emitiu um alerta sobre os riscos de privacidade associados a air fryers conectadas. Segundo informações publicadas pela Which?, esses aparelhos passaram a solicitar permissões como acesso à localização precisa dos usuários e permissão para gravar áudio, com dados sendo enviados a servidores na China.
“Hoje o consumidor precisa ter uma postura diferente, mais prudente e vigilante quando se trata da sua privacidade”, diz Raphael Santos Marques, co-fundador da Tech do Bem, em entrevista à AnaMaria. O especialista recomenda que os consumidores façam uma pesquisa detalhada sobre o histórico de segurança do fabricante antes de adquirir qualquer dispositivo inteligente. “Vale também verificar se a empresa possui um programa de recompensas por feedback enviado, ou outra prática que indique um compromisso sério com a segurança”, completa.
Marques enfatiza a importância de auditar regularmente as configurações de privacidade dos dispositivos, revogando permissões desnecessárias e desativando recursos que não são utilizados. “Desativar microfones em dispositivos que não precisam de entrada de voz é uma medida preventiva simples, mas eficaz”, sugere.
Lucas Galvão, CEO da Open Cybersecurity e especialista em cibersegurança e governança corporativa, acrescenta: “É possível restringir o acesso de dispositivos inteligentes à internet, configurando-os para operar apenas na rede local ou bloqueando a conexão pelo roteador. Isso aumenta a privacidade, ao impedir que o dispositivo envie dados para servidores externos, ou seja, acessado remotamente”. Ele ainda sugere que, caso o dispositivo permita, o consumidor opte por conexões locais em vez de servidores externos sempre que possível.
Os especialistas destacam que, mesmo que o dispositivo pareça inofensivo, como uma air fryer, ele pode servir de porta de entrada para ataques cibernéticos maiores. A proteção vai além de ajustar permissões: é importante que os usuários estejam cientes de que esses dispositivos estão ligados à internet e podem ser explorados por terceiros, caso as medidas de segurança sejam negligenciadas.
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