Tutores com animais diferentes do convencional viralizaram ao longo dos anos. - Foto: Reprodução
TERIA CORAGEM?

Ovelha, jacaré e até urso: 4 pets inusitados pelo mundo

Seja no Brasil ou no resto do mundo, os pets inusitados deixaram seus ambientes de natureza para viver com os tutores; mas será que é permitido?

Guilherme Giagio Publicado em 02/08/2024, às 15h40

O convívio pacífico entre humanos e animais é antigo: algumas pesquisas indicam que começou há mais de 30 mil anos, com a domestificação dos lobos e cães. No entanto, não são todos os bichos que são aptos à convivência. Ainda assim, é comum ver alguns pets inusitados por aí.

É que nem mesmo as questões biológicas — ou até mesmo lógicas, impedem a vontade de algumas pessoas. Animais pacíficos, como ovelhas, e até os grandes carnívoros, como jacarés, ursos e leões, deixaram o ambiente natural e passaram a dividir ambiente com pessoas.

Os pets inusitados são bem diferentes dos animais domésticos mais comuns. No Brasil, estima-se que há cerca de 160,9 milhões, segundo dados da Abinpet e do Instituto Pet Brasil. O número, que inclui cães, gatos, aves, répteis, peixes e pequenos mamíferos, é 3,33% maior em relação à última pesquisa, de 2022.

E a procura pelos pets inusitados acompanhou o crescimento. Porém, o cuidado deve ser ainda maior. A seguir, você confere a lista de animais diferentes que convivem com humanos ao redor do mundo:

Os pets inusitados pelo mundo

Na década de 70, o casal escoceses Andy e Maggie Robin viveu com um urso-pardo. O bichano, batizado como Hércules e 2,5m de altura, virou celebridade e chegou a participar de filmes e comerciais de TV. A tutora contou ter comprado o animal de um parque local: "Ele provavelmente teria sido abatido, porque os ursos se reproduzem facilmente  e havia mais animais do que o parque comportava".

Andy e Maggie com o urso Hércules. Foto: Arquivo Pessoal

 

Maggie contou que a adaptação do animal foi difícil e demorada, mas depois que se acostumou, passou a fazer parte da família e dividir todos os momentos com o casal. Eles comiam, dormiam e passeavam juntos. Hercules morreu com 25 anos: "Eu e Andy ficamos perdidos", relembrou.

Quem também dividiu o lar com um urso foi canadense Mark Dumas. Ele adotou um urso polar ainda filhote para treiná-lo para a indústria de cinema. Entre os filmes que Agee  participou estão Alaska (1996), Fronteira Selvagem (2014) e Operação Ártico (2014).

Os antigos donos não puderam mais cuidar do pet incomum, que foi viver seus dias de aposentadoria no Assiniboine Park Zoo após 25 anos de vida. A ursa-polar vive em um ambiente restrito, distante dos companheiros de espécie e dos visitantes do zoológico.

 

Abraços, lambidas e muito aconchego: são cachorros, certo? Neste caso, não. Essa é a realidade de donos de leões. Isso mesmo o temido rei da selva sendo tratado como um animal doméstico. Em 2013, a história do checo Ales Basista e seus dois leões viralizou e foi pauta no DailyMail, do Reino Unido.

Ales cria Alex e Mijanka, os dois leões, como se fosses cães ou gatos.
Os dois felinos também ficam com a esposa e filha do tcheco.

 

Alex, o macho, foi resgatado de um circo com sete meses e tinha deformidades, inclusive na coluna. Já a fêmea, Mijanka, chegou à residência da família, na aldeia de Stupava, na República Checa, com apenas quatro semanas. Os felinos brincam no quintal e Ales garante que nunca atacaram ninguém. No entanto, os vizinhos do tcheco não gostam nada da presença dos leões. 

Você costuma assistir TV e passear com seu pet? Joseph Henney, de 66 anos, faz isso com seu jacaré de estimação, chamado Wally Gator. O norte-americana publica sua rotina ao lado do pet inusitado no TikTok, onde acumula mais de 150 mil seguidores.

A criação foi autorizada pela lei local e o jacaré é considerado um "animal de suporte emocional" para as autoridades. Joseph relatou que o bichano o ajudou a superar uma depressão grave: "Ele é simplesmente adorável. Dorme comigo, rouba os meus travesseiros e as minhas mantas".

Porém, Wally está desaparecido desde abril deste ano. Segundo o dono, ele foi raptato do lar onde vivia na Pensilvânia, Estados Unidos. "Precisamos de toda a ajuda que conseguirmos para reencontrar o meu bebê", disse, em meio às lágrimas, em um vídeo publicado nas redes sociais.

Este pet não chega a ser tão incomum. Afinal, é comum encontrar criações — normalmente em sítios, campos e fazendas. Entretanto, Evilásio Carneiro compartilha seu apartamento com a ovelha negra Rebeca. E ele garante que seu sobrenome é só uma coincidência.

O bancário adotou o animal após sugestão do terapeuta e, desde então, fizeram sucesso nas rua de Ipanema, no Rio de Janeiro. Até por isso, a Rebeca foi apelidada como a "nova garota de Ipanema". Os dois viralizaram nas redes sociais e até participaram de programas de TV;

 

Vale o alerta sobre os pets inusitados

Em todos os casos, é necessário ressaltar que a prioridade do animal deve ser a prioridade. É dever do tutor garantir o lazer, alimentação, saúde e ambiente adequados. Ou seja, não adote-os apenas para satisfazer seus desejos. É importante para o bem-estar deles e segurança de todos, já que os animais podem causar acidentes graves e até a morte.

A médica-veterinária MSc. Erica Couto, professora da Faculdade Qualittas, explica que certas espécies precisam de cuidados especiais, até mesmo no tratamento: "Como possuem metabolismo diferente dos animais pets convencionais, o tratamento terá variação de doses. No caso, de peixes, anfíbios e répteis, o próprio meio ambiente interfere na metabolização". 

Além disso, seguir as leis locais é essencial nesse tipo de adoção e criação. No Brasi, a regulamentação da criação de animais silvestres (pertencente à fauna local) e exóticos (fauna de outro país) é feita por entidades ambientais de cada estado, como o Ibama.

E lembre-se: animais vindos de criadouros não autorizados geralmente são frutos de tráfico ilegal e vítimas maus tratos

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