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Pets / NÃO É FÁCIL!

Perda repentina de um animal doméstico: como lidar com o luto pela morte do pet?

O luto pela morte do pet é uma fase importante e necessária para todo tutor, mas algumas práticas ajudam a minimizá-lo de maneira saudável

A morte de um pet pode desencadear uma série de problemas nos tutores. - Foto: Trinity Kubassek/Pexels
A morte de um pet pode desencadear uma série de problemas nos tutores. - Foto: Trinity Kubassek/Pexels

Há quem duvide, mas todo tutor sabe bem o que é considerar cães, gatos e outros bichanos como parte da família. Até por isso, não é nada fácil quando o tempo deles chega ao fim. A perda repentina do animal doméstico pode tornar ainda mais difícil saber como lidar com o luto pela morte do pet.

E, infelizmente, isso ocorre com uma grande frequência — principalmente quando comparado aos humanos. É que, além do tempo de vida menor por natureza, os animais também estão suscetíveis a acidentes, abandono, doenças e até maus-tratos.

Para efeito de comparação, no Brasil, a expectativa média de vida é 75,5 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto isso, um gato doméstico vive em torno de 15 anos; os cães vivem, em média, entre 10 e 13 anos.

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O tempo ao lado dos pets é precioso, feliz e, infelizmente, curto. Foto: wirestock/Freepik

Ou seja, não há o que fazer. As chances de todos os tutores passarem pelo momento difícil são altíssimas. E a morte do animal doméstico pode desencadear uma série de problemas à família. Por isso, é importante aprender a lidar com o luto pela morte do pet.

Mas como fazer isso? É normal sofrer pela morte do pet? Como ajudar alguém que está passando por essa situação? Adotar outro cão ou gato ajuda ou é prejudicial? É o que AnaMaria te conta a seguir.

A morte do pet

Meu filho de quatro patas morreu, e agora? Permita-se chorar e sentir tristeza. É um momento triste, e deve ser tratado como tal, assim como no óbito de um ente querido. O luto é uma etapa normal, que precisa ser vivida por todos aqueles que enfrentam a morte.

Para muitas pessoas, os animais domésticos são os únicos companheiros, que os acompanham desde o momento em que acordam até a hora de ir dormir. Isso significa que sim, são parte da família. Por isso, não tente minimizar os próprios sentimentos com a partida do bichano.

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Permita-se chorar. Não tente minimizar os próprios sentimentos com a morte do pet. Foto: Freepik

De acordo com uma pesquisa conjunta entre a Universidade de Toronto, no Canadá, e a Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, aceitar as emoções, pensamentos e sentimentos negativos produz efeitos positivos para a saúde psicológica. Leia aqui.

O mesmo vale para quem planeja ajudar alguém que está enfrentando o luto pela morte do pet. Respeite a dor daquela pessoa. Nada de repetir frases comuns, como: "Era só um cachorro, não precisa ficar assim", ou "agora é só adotar outro".

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Como lidar com o luto?

Dor, tristeza, inconformismo e até raiva: são todos sentimentos comuns durante o período. Porém, com o tempo, devem ser superados. Do contrário, esses sentimentos negativos podem tomar conta e gerar consequências mais graves, como a depressão, assim como os efeitos da partida de um ente querido.

Uma série de atitudes podem ajudar a reduzi-los — de maneira saudável, claro. Confira abaixo:

1. Cerimônia de despedida

Realizar uma cerimônia de despedida é uma maneira eficaz de simbolizar a despedida do companheiro de tantos anos. O ritual de passagem, feito de acordo com as crenças e preferências do tutor, pode ajudar a entender a morte do pet, lidar com o luto e todas as emoções que fazem parte do processo.

Em algumas culturas, a despedida de um corpo é essencial para a partida — no caso de humanos. De acordo com o médico psiquiatra Ewerton Teixeira, a não realização da cerimônia de despedida pode gerar prejuízo à experiência do luto. Ao que tudo indica, o mesmo pode acontecer com os pets.

2. A culpa não é sua

Os cinco estágios do luto são negação, raiva, barganha/negociação, depressão e aceitação. Porém, outro sentimento muito comum é a culpa. Algumas pessoas tendem a se responsabilizar pelo acontecido, ainda que não tenham ligação direta.

Só que a ação não traz efeitos positivos. Lembre-se: há certas coisas na vida que estão fora do seu controle e você não possui qualquer responsabilidade sobre elas. Pare de se culpar. 

3. Compartilhe suas emoções

Assim como é importante não menosprezar as próprias emoções, também é importante compartilhá-las. A Universidade da Califórnia apresentou os benefícios de colocar os sentimentos para fora. O ato reduz a resposta da amígdala e, com o tempo, reduz a reação emocional negativa ao que lhe afetava.

Ou seja, não guarde a dor para si, desabafe com um amigo ou familiar. Também é importante não sentir vergonha de buscar ajuda profissional com psicólogos, psiquiatras ou analistas.

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4. Celebre a vida

Não tente esquecer seu amigo de quatro patas. Pelo contrário: faça de tudo para manter a memória dele viva. Relembre momentos divertidos ao lado dele, como um passeio no parque ou brincadeira com crianças, reveja fotos e vídeos de momentos especiais.

Também vale fazer um álbum de fotos digitais ou até mesmo plantar uma árvore em sua homenagem.

5. Adote um novo amigo

Novo pet, novo sorriso: A adoção de um novo animal de estimação também pode ajudar. Neste caso, é importante ressaltar que a intenção não é substituir o pet que veio a óbito.  Entretanto, a nova companhia vem para preencher o espaço deixado, além de ajudar a reviver as memórias do passado.

E mais do que isso: a chegada te permite viver outros momentos especiais ao lado de um amigo de quatro patas. Para considerar uma nova adoção, é importante se assegurar que está pronto para criar o vínculo com outro bichano.

Lidar com a perda de um animal de estimação é um desafio emocional que requer tempo e apoio, principalmente psicológico. Permita-se sentir dor e tristeza, mas compartilhe os sentimentos e celebre a o tempo juntos. E quando estiver pronto, considere dar amor a um novo pet.