Saiba como um pai de primeira viagem pode enfrentar as dúvidas, dividir responsabilidades e fortalecer o vínculo com o bebê desde a gestação
Guilherme Giagio Publicado em 02/11/2024, às 08h00
A chegada de um novo integrante na família é um momento de muita felicidade, mas também recheado de descobertas e desafios. Para quem é pai de primeira viagem, o período gera ainda mais incertezas. Afinal, é natural sentir-se inseguro e ansioso diante de tantas responsabilidades.
"Perguntas como 'Serei um bom pai?', 'Como posso exercer bem esse papel?', 'Saberei realizar os cuidados?' e 'E se algo de errado acontecer?' são comuns neste período, afinal, é algo novo", afirma Ligia Kaori Matsumoto, psicóloga do CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas 'Dr. João Amorim').
No entanto, com as informações e apoio, é possível aproveitar ao máximo essa jornada e a paternidade. Para isso, é importante que o pai de primeira viagem se envolva desde o início, compreendendo seu papel e as possibilidades de apoio que pode oferecer à parceira e ao bebê.
Durante a gestação, a experiência dos pais muitas vezes difere bastante da vivida pelas mães, e o processo de conexão com o bebê pode não ser tão imediato. Segundo especialistas, muitos homens sentem essa ligação acontecendo após o nascimento, com o primeiro contato visual e físico com bebê.
Essa resposta intensa ao contato com o recém-nascido é conhecida como 'engrossment'. Nesse contexto, o pai assume um papel protetor, demonstrando mais envolvimento, preocupação e interesse com esse universo.
"No começo, muitos realmente encontram dificuldades para tocar a barriga ou interagir e isso é perfeitamente compreensível. Essas reações são normais e não indicam desinteresse", ressalta a enfermeira Graziela Abdalla, gerente assistencial do CEJAM.
Ainda assim, é importante que os pais se esforcem nos meses que antecedem a chegada do bebê, dividindo as responsabilidades e deveres. "Adaptar-se, aprender sobre seu papel no parto, colaborar na criação do plano de parto e adquirir conhecimentos sobre os cuidados com o bebê e a amamentação", explica a enfermeira.
Já na hora do parto, acompanhar tudo é papel dos papais. Eles devem apoiar a gestante, além de garantir que os desejos dela sejam respeitados. "Também podem participar auxiliando na utilização dos métodos não farmacológicos de alívio da dor durante o trabalho de parto".
Tensão, alegria, ansiedade e insegurança: o momento do nascimento é quando tudo muda. O parto é um momento único e emocionante, e a presença do pai é um apoio fundamental para a mamãe e para o bebê. O contato também é benéfico para a relação do casal e o fortalecimento do vínculo familiar.
Após o nascimento, o pai tem a oportunidade de participar dos primeiros cuidados, incluindo ajudar na amamentação e apoiar a parceira durante o puerpério, que é um período delicado para a recuperação da mãe. A participação próxima pode tornar a fase mais leve e harmoniosa, para todos os envolvidos.
Além das preocupações emocionais e os cuidados com o bebê, é comum que surjam desafios na adaptação à nova rotina. Mudanças na dinâmica do relacionamento, equilibrar o trabalho com a rotina familiar e reorganizar as finanças são algumas das principais questões enfrentadas por pais de primeira viagem e sua família.
Nesse contexto, buscar orientação e apoio pode ser um diferencial para lidar melhor com as transformações dessa nova fase. Participar de aulas preparatórias e grupos de apoio para pais pode ser uma estratégia positiva para reduzir as inseguranças.
Também é válido buscar trocar com amigos, familiares, como o pai (agora promovido a avô), e outras pessoas próximas. Ao adquirir conhecimento e ouvir relatos de outros pais, o pai de primeira viagem se sente mais confiante para cuidar do bebê e lidar com as demandas do dia a dia.
“Os grupos de apoio para pais também podem oferecer um espaço seguro para compartilhar experiências, desafios e sucessos com outras pessoas que estão passando pela mesma situação”, finaliza Matsumoto.
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