Saiba como a alta do dólar influencia na economia doméstica - Imagem │Unsplash
ECONOMIA

Como a alta do dólar afeta a economia do dia a dia

Do supermercado às compras em sites internacionais; economista explica como a alta do dólar influencia na economia doméstica

Jéssica Batista Publicado em 29/07/2024, às 19h00

Você certamente já ouviu falar que o dólar influencia a economia de modo geral, não apenas do Brasil, mas ao redor de todo o mundo. Ao visitar o supermercado, passando os olhos pelas prateleiras de mantimentos, percebemos a alta do dólar em sua ponta final. A moeda tem um impacto significativo na economia, influenciando diversos aspectos que afetam diretamente não apenas o bolso dos consumidores, mas a saúde financeira da indústria. 

“O mundo todo está em dólar. Apesar de usarmos o real, nossos produtos do dia a dia são precificados em dólar. A diferença é que esse dólar pode ser volátil, como no preço da gasolina, ou pode ser mais estático, quando o fornecedor compra insumos para fabricação de produtos”, explica o economista Igor Lucena, Doutor em Relações Internacionais na Universidade de Lisboa, à AnaMaria. A seguir, o especialista detalha como a alta do dólar afeta a economia do dia a dia. Confira!

Alta do dólar e economia doméstica

O dólar, por ser a moeda de paridade das commodities internacionais — produtos básicos globais não industrializados, ou seja, matérias-primas — todos os compradores consomem em dólar, mesmo que indiretamente. Do ponto de vista prático, quando falamos do dólar, ele é um ativo que precifica todos os agentes. 

Igor detalha que o dólar varia porque, no Brasil, temos o câmbio flutuante. Ou seja, o valor da moeda é determinado pela oferta e demanda no mercado de câmbio: se a demanda por uma moeda aumenta, seu valor tende a subir. Por outro lado, se o que aumenta é a oferta, seu valor cai.

Unsplash│Saiba como a alta do dólar influencia na economia doméstica

 

“O câmbio flutua à medida que entram ou saem mais dólares do país, ou que as pessoas compram ou vendem mais dólar, fazendo com que o dólar suba ou desça. Essas pessoas são empresas, o setor do turismo, bancos, investidores, que ao entrar no Brasil vendem dólares e compram reais, e investidores que saem do Brasil”, descreve o economista. 

Política vs alta do dólar: entenda!

Em resumo, a alta do dólar — ou baixa — acontece por decisões políticas ou de investidores. “Vimos isso acontecer recentemente quando o presidente Lula criticou a política fiscal e a política monetária: os investidores venderam rapidamente dólares, e a cotação do dólar subiu”, exemplifica. 

Quanto mais credibilidade um país tem nas suas contas fiscais, na política monetária, mantendo a inflação controlada, mais dólares entram no país e a cotação cai. Com a queda do dólar, os produtos importados que chegam ao consumidor final, consequentemente, ficam mais baratos. 

O contrário é visto na Argentina e na Turquia, onde as dívidas internacionais são muito altas, não há credibilidade do Banco Central e a inflação é alta, ocasionando a debandada de investidores que tiram a moeda do país, afetando diretamente a cotação.

Unsplash│Saiba como a alta do dólar influencia na economia doméstica

 

A moeda é uma variável que inspira o quanto um país está bem ou não e impacta diretamente na compra de bens e serviços e na economia. O dólar mais caro significa menos poder de compra da população e o dólar mais barato, mais poder de compra.  

Alguns países com grande reserva internacional fixam o dólar, como a China e Hong Kong. As reservas são ativos mantidos por um país em moeda estrangeira, o que pode incluir ouro, títulos de governo estrangeiro, depósitos em bancos estrangeiros e outros instrumentos financeiros. As reservas internacionais, basicamente, estabilizam a moeda local. 

O Brasil, assim como a maioria dos países, não fixa o dólar. Contudo, Igor explica que essa é uma medida positiva, porque faz com que a reserva internacional do país, ou seja, tudo o que é exportado, cresça de uma maneira favorável. O especialista finaliza dizendo que o Brasil está longe de passar por uma crise cambial, como a que acontece hoje na Argentina. 

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