Uma pessoa workaholic dedica a maior parte do tempo e da energia às tarefas profissionais, sacrificando outras áreas da vida, como lazer e relacionamentos
Marina Borges Publicado em 24/11/2024, às 17h00
Sasha Meneghel, aos 26 anos, surpreendeu ao declarar em entrevista à 'Forbes Life' que se considera uma workaholic. A jovem designer e empresária revelou que sua paixão pelo trabalho a faz enfrentar desafios para equilibrar vida profissional e pessoal. “É difícil separar a vida pessoal do trabalho, porque estão muito conectados. Recentemente, me dei conta de que sou uma 'workaholic'”, afirmou a filha de Xuxa.
A declaração de Sasha reacende um tema importante: como identificar quando o foco no trabalho ultrapassa os limites saudáveis e se torna um vício? De acordo com o psicólogo Raphael Suwwan, mestre em psiquiatria e psicologia médica pela Unifesp, o comportamento de quem é viciado no trabalho é multifacetado, mas apresenta sinais claros que impactam diversas áreas da vida.
O primeiro indício, segundo Suwwan, é o foco excessivo no trabalho, mesmo quando isso não é necessário. Pessoas workaholics dedicam a maior parte do tempo e da energia às tarefas profissionais, sacrificando outras áreas da vida, como saúde, lazer e relacionamentos.
Além disso, a dificuldade de se desligar é outro sinal evidente. Para quem sofre desse problema, momentos de desconexão geram culpa e ansiedade. “Mesmo durante uma viagem ou uma oportunidade de lazer, essas pessoas passam grande parte do tempo pensando em trabalho”, explica o especialista.
Os sinais físicos também são comuns: insônia, fadiga crônica, irritabilidade e frequentes sensações de ansiedade ou angústia podem estar diretamente relacionados ao comportamento workaholic.
Há uma diferença clara entre trabalhar intensamente e ser um workaholic. Em uma produtividade saudável, é possível dedicar bastante tempo ao trabalho sem que isso comprometa outras áreas da vida. Suwwan destaca que, nesse modelo, o indivíduo consegue manter momentos de lazer, interagir socialmente, e concluir tarefas sem sentir exaustão emocional.
Já o comportamento prejudicial é caracterizado por um impacto significativo no bem-estar. “Quando a dedicação ao trabalho compromete a capacidade funcional e outras áreas da vida, estamos diante de algo que vai além da produtividade saudável”, alerta o psicólogo.
Sasha Meneghel, ao refletir sobre seu estilo de vida, parece compreender essa diferença. Sua declaração pode servir como um ponto de partida para muitos repensarem suas rotinas e identificarem possíveis excessos.
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Ser viciado no trabalho pode trazer sérias consequências. Além do desgaste emocional, esse comportamento pode levar ao esgotamento físico e mental, conhecido como burnout. Esse quadro é caracterizado por exaustão extrema, sensação de ineficiência e distanciamento emocional do trabalho.
Relações interpessoais também sofrem com o vício no trabalho. Sacrificar momentos com a família e amigos em prol de demandas profissionais pode enfraquecer os vínculos e levar a sentimentos de isolamento.
Além disso, problemas de saúde, como pressão alta, insônia e doenças relacionadas ao estresse, são frequentemente associados ao comportamento workaholic.
Se você acredita que pode estar exagerando no foco no trabalho, algumas mudanças podem ajudar:
Lembre-se: o trabalho é apenas um aspecto da vida. Cultivar outras áreas, como saúde, lazer e relações pessoais, é essencial para o bem-estar.
A declaração de Sasha Meneghel sobre ser workaholic traz uma reflexão importante sobre os limites entre paixão pelo trabalho e vício. Reconhecer os sinais de alerta, como foco excessivo, dificuldade de desconexão e impacto negativo na saúde, é o primeiro passo para buscar equilíbrio.
Como lembra o psicólogo Raphael Suwwan, é possível ter uma produtividade saudável e, ao mesmo tempo, preservar outras áreas da vida. Afinal, viver plenamente significa encontrar harmonia entre trabalho e bem-estar.
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