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Comportamento / Maternidade

Prematuridade: como se preparar para os desafios e garantir os melhores cuidados para o bebê

Receber o diagnóstico de prematuridade pode ser avassalador, mas o avanço da medicina neonatal, somado ao suporte dos pais, facilita o processo

Marina Borges
por Marina Borges
[email protected]

Publicado em 20/11/2024, às 20h00

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A prematuridade é um desafio para muitos pais - Freepik/KamranAydinov
A prematuridade é um desafio para muitos pais - Freepik/KamranAydinov

A prematuridade, condição em que o bebê nasce antes de 37 semanas de gestação, é uma experiência que exige resiliência e preparo dos pais. Esses bebês, especialmente os nascidos antes de 31 semanas, frequentemente enfrentam desafios médicos e emocionais intensos, exigindo suporte contínuo.

Para o pediatra e neonatologista Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, ter um bebê prematuro é uma verdadeira jornada. “Eu diria que os pais de um prematuro precisam estar preparados para uma maratona. Não se vence nos primeiros minutos; é preciso paciência, estrutura emocional e uma boa equipe médica para garantir um final feliz.”

O que é a prematuridade e quais são os riscos?

Bebês prematuros podem ser classificados em diferentes graus:

  • Prematuros tardios (34-36 semanas): apresentam menos complicações, mas ainda necessitam de cuidados;

  • Prematuros moderados (32-33 semanas): podem enfrentar desafios respiratórios e imunológicos;

  • Prematuros extremos (menos de 31 semanas): geralmente precisam de suporte intensivo na UTI neonatal.

Segundo Ejzenbaum, as causas da prematuridade podem variar. “Condições maternas como hipertensão, diabetes gestacional e infecções são fatores importantes. Além disso, gravidez de gêmeos ou problemas no útero, como insuficiência cervical, podem levar ao parto prematuro.”

Os riscos para os bebês incluem problemas pulmonares, devido à imaturidade do órgão, infecções por um sistema imunológico ainda em desenvolvimento, e complicações neurológicas. “Infelizmente, as crianças prematuras estão mais suscetíveis a hemorragias intracranianas e outras condições cerebrais. Mas com cuidados adequados, muitas complicações podem ser prevenidas ou minimizadas”, afirma o especialista.

Como os pais podem se preparar para um bebê prematuro?

prematuridade
Os pais podem participar ativamente dos cuidados com o bebê prematuro - Foto: Freepik/rawpixel.com

Receber o diagnóstico de prematuridade pode ser avassalador, mas a preparação é fundamental.

1. Educação e informação

Para Ejzenbaum, entender o processo é o primeiro passo. “Os pais precisam saber o que esperar na UTI neonatal. É um ambiente intenso, mas também repleto de recursos para salvar vidas.”

2. Rede de apoio

Além da equipe médica, contar com familiares e amigos é crucial. Participar de grupos de apoio para pais de prematuros também pode oferecer consolo e orientação prática.

3. Envolvimento nos cuidados

Mesmo em um ambiente hospitalar, os pais podem participar ativamente. O método canguru, por exemplo, é uma prática recomendada. “O contato pele a pele ajuda na regulação da temperatura do bebê, promove o vínculo emocional e pode até melhorar a recuperação”, explica o neonatologista.

4. Aspectos emocionais e financeiros

“Cuidar de um prematuro exige uma força emocional enorme”, reconhece Ejzenbaum. Ele aconselha os pais a procurarem apoio psicológico se sentirem dificuldades. Além disso, é importante se preparar para os custos, que podem incluir internações prolongadas, consultas médicas e terapias específicas.

5. Cuidados após a alta hospitalar

A transição do hospital para casa é um momento aguardado, mas que exige atenção redobrada.

6. Monitoramento constante

As visitas ao pediatra serão frequentes. "Bebês prematuros precisam de acompanhamento detalhado para monitorar peso, crescimento e sinais de complicações", alerta Ejzenbaum.

7. Vacinação prioritária

A imunização de prematuros é um cuidado essencial, incluindo vacinas específicas como a contra o vírus sincicial respiratório (VSR). “Esse vírus pode ser especialmente perigoso para crianças com pulmões imaturos”, reforça o médico.

8. Ambiente protegido

Nos primeiros meses, é fundamental evitar ambientes com grandes aglomerações e restringir o contato com pessoas doentes.

9. Estímulos e reabilitação

“Fisioterapia e terapia ocupacional são aliadas no desenvolvimento motor e cognitivo. Cada bebê tem seu ritmo, e esses estímulos ajudam a alcançar os marcos do crescimento de forma mais segura”, afirma Ejzenbaum.

Lidando com os desafios a longo prazo

Embora muitos bebês prematuros cresçam saudáveis, alguns podem enfrentar desafios a longo prazo, como dificuldades de aprendizado e problemas na coordenação motora. O acompanhamento multidisciplinar é essencial para minimizar esses impactos. Profissionais como pediatras, neurologistas e fonoaudiólogos desempenham um papel importante na identificação precoce de atrasos no desenvolvimento, oferecendo soluções eficazes que ajudam a promover o progresso do bebê.

Na fase escolar, algumas crianças que nasceram prematuras podem precisar de atenção especial. Trabalhar em parceria com professores e outros profissionais da educação é fundamental para criar um ambiente que favoreça o aprendizado e o desenvolvimento social.

Além disso, é importante que os pais celebrem cada conquista do filho, por menor que ela pareça. Ejzenbaum reforça a importância desse olhar positivo: “Para um pai de prematuro, cada pequena vitória, como o primeiro sorriso ou uma consulta médica sem complicações, é motivo de celebração.”

Apesar dos desafios que a prematuridade pode apresentar, o avanço da medicina neonatal e o suporte emocional e prático dos pais tornam possível superar muitas barreiras, permitindo que os pequenos alcancem um futuro promissor.

A prematuridade apresenta desafios únicos, mas o avanço da medicina neonatal torna o processo mais fácil. Para o médico, o mais importante é entender que o processo demanda tempo e dedicação. “Por mais longa que pareça a jornada, cada passo traz mais segurança e saúde para o bebê. Com apoio adequado, a maioria das histórias tem finais muito felizes.”

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