Estudo mostra que problemas de saúde mental no trabalho estão entre as principais razões pelas quais os profissionais consideram mudar de emprego.
Publicado em 09/10/2024, às 16h40
Pressão por resultados, prazos apertados e convivência difícil com colegas e chefias: o dia a dia corporativo pode ser uma fonte constante de estresse. Até por isso, torna-se cada vez mais importante falar sobre saúde mental no trabalho.
Afinal, não é só a rotina pessoal com amigos, familiares e cônjugues que traz problemas. No ambiente profissional, esse cenário tem sido cada vez mais comum. Prova disso é que muitos já reconsideram suas carreiras em prol de alternativas que priorizem seu bem-estar emocional.
Segundo uma pesquisa realizada pela Infojobs, plataforma de tecnologia para RH, 90% dos profissionais afirmam que trocariam de emprego por motivos relacionados à satisfação, felicidade ou saúde mental no trabalho.
O levantamento destaca outros números que evidenciam a importância do tema, além do problema estrutural, no qual questões emocionais são frequentemente ignoradas:
Na visão de Hosana Azevedo, Head de Recursos Humanos do Infojobs, o modelo empregatício atual está passando por uma mudança de cenário: “As pessoas não estão mais dispostas a sacrificar seu bem-estar em troca de um salário. Elas querem trabalhar em ambientes que promovam equilíbrio e respeito ao seu estado emocional".
"Esse dado reflete a crescente consciência de que uma vida profissional saudável vai além da produtividade — é sobre viver e trabalhar com propósito e bem-estar", acrescenta a especialista.
Azevedo explica que, como o trabalho ocupa parte tão significativda da vida, é essencial que as empresas se tornem verdadeiros aliados na promoção da saúde mental. "Criar um ambiente de trabalho acolhedor, que escute e valorize o bem-estar emocional dos colaboradores, é vital."
Do contrário, a insatisfação é sinal de alerta não só para os empregados, mas também para as empresas. A falta de preparo dem oferecer suporte psicológico adequado aos colaboradores não só aumenta o índice de afastamentos, como também agrava o impacto nos resultados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e ansiedade. Segundo a mesma estimativa, o prejuízo gerado pela em perda de produtividade à economia global é de aproximadamente 1 trilhão de dólares anuais.
No Brasil, o impacto também é significativo: dados da Secretaria de Trabalho indicam que afastamentos relacionados a problemas mentais e comportamentais estão entre os maiores motivos de licenças médicas no país, também contribuindo para a redução na força de trabalho disponível.
Volta ao estudo da Infojobs, o nível de estresse no trabalho também é alarmante: em uma escala de 0 a 10, 23% dos entrevistados classificaram seu estresse como 8, enquanto 19% deram nota máxima. Ao mesmo tempo, apenas 51% afirmam conseguir e quilibrar a vida pessoal e profissional.
Ou seja: a urgência para as empresas promoverem no saúde mental no trabalho precisa ser debatida.
Aos poucos, a saúde mental no trabalho deixa de ser um tema secundário para se tornar uma prioridade nas pautas empresariais.l Além de ações imediatas para apoiar colaboradores em situações de crise, é crucial que as organizações desenvolvam estratégias de longo prazo para criar um ambiente mais acolhedor e seguro psicologicamente.
"Quando as empresas negligenciam a saúde mental de seus colaboradores, não apenas falham em apoiar o desenvolvimento humano, mas também desconsideram a importância do respeito e do cuidado com aqueles que compõem sua força de trabalho", ressalta Hosana.
De maneira geral, a mudança na cultura organizacional, que considera a saúde mental no trabalho como prioridade, não só promove um ambiente mais saudável, mas também ajuda cada indivíduo a se sentir valorizado e seguro em seu espaço de trabalho. De quebra, ajuda nos resultados corporativos.
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