Saiba como funciona a guarda compartilhada durante as férias escolares - Imagem │Unsplash
confira

Saiba como funciona a guarda compartilhada durante as férias escolares

Guarda compartilhada durante as férias escolares deve garantir a convivência familiar e ser proporcional entre os genitores; entenda

Jéssica Batista Publicado em 18/07/2024, às 18h00

O período de férias escolares é sempre muito aguardado por crianças e adolescentes, que durante algumas semanas têm a chance de recarregar as energias para iniciar o novo semestre letivo. Além disso, os pequenos podem passar mais tempo ao lado da família. Contudo, em casos onde os pais são divorciados, sempre surgem dúvidas sobre como deve seguir a rotina de crianças que têm a guarda compartilhada durante as férias escolares.

Antes de esclarecer como deve funcionar a guarda compartilhada durante as férias escolares, é importante apresentar as diferenças entre guarda e convivência. “A guarda está diretamente atrelada às responsabilidades e ao poder familiar exercidos pelos genitores, como a escolha da escola, atividades extracurriculares e do plano de saúde, por exemplo”, diz Thaís Marques, advogada de família do escritório Martins Cardozo Advogados Associados à AnaMaria. 

Thaís explica que no Brasil, os modelos mais frequentes de guarda são: a guarda unilateral — em que apenas um dos pais é responsável pela tomada de decisões relacionadas aos filhos, e a guarda compartilhada, na qual os pais, de forma cooperativa, exercem as responsabilidades, o dever de cuidado e a tomada de decisões relacionadas à vida das crianças. 

O poder familiar está relacionado ao dever dos pais de sustento, guarda e educação dos filhos menores. Ou seja, é o conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais em relação à pessoa e aos bens dos filhos até que eles completem 18 anos.

Enquanto a guarda compartilhada diz respeito ao exercício do poder familiar e às decisões sobre questões relacionadas ao desenvolvimento e formação dos filhos, a convivência é o direito dos pais de permanecer ao lado dos filhos. A convivência assegura o direito da criança de estar próximo da família de ambos os genitores.

Unsplash│Saiba como funciona a guarda compartilhada durante as férias escolares

 

Guarda compartilhada durante as férias escolares

No caso da guarda compartilhada ter sido fixada pelo Juízo, é esperado que os pais mantenham um diálogo adequado para garantir a convivência. Eles devem, sobretudo, lidar de forma construtiva com a rotina dos filhos, inclusive em situações que fujam do cotidiano dos pequenos, como no período de férias escolares.

As sentenças ou acordos homologados judicialmente, que tratam sobre guarda e convivência dos pais com os filhos, costumam prever como será a convivência durante as férias escolares. Em regra, o Juízo determina que o período de férias será dividido proporcionalmente entre os pais. Isso quer dizer que a criança deve permanecer 50% das férias com cada um. Por exemplo, se o seu filho tiver duas semanas de férias, deverá passar uma semana com o pai e outra semana com a mãe. 

Cada caso é um caso

A advogada salienta que cada família demandará uma solução diferente. Há casos em que um dos genitores não terá disponibilidade para permanecer ininterruptamente com o filho durante uma semana inteira ou desejará passar um período determinado com o filho para fazer uma viagem de férias. 

“Nessas hipóteses, as partes podem celebrar um acordo, que devem submeter à homologação judicial, tratando sobre a convivência durante o período de férias, ou as partes poderão ajuizar uma demanda e obter uma decisão sobre a ‘convivência nas férias’ adequada à realidade que os envolve”, explica Thaís. 

Unsplash│Saiba como funciona a guarda compartilhada durante as férias escolares

 

Em outras palavras, se houver conflito entre os pais sobre a fixação da convivência durante o período de férias, há duas possibilidades de resolução: na primeira, as partes podem contratar um mediador de família, que os auxiliará a conversar e chegar a um ‘denominador comum’. Vale lembrar que, neste caso, o acordo deverá ser validado pelo juiz.  

Na segunda opção, as partes poderão ajuizar uma ação para a regulamentação de convivência e o juiz decidirá sobre a questão. O mais importante é adequar a solução à realidade dos envolvidos e prezar pelo melhor interesse da criança e do adolescente.

Deveres dos pais

Sobre o dever dos pais de pagar alimentos aos filhos, normalmente não há alteração nas obrigações financeiras durante as férias escolares. Em geral, o pagamento é o mesmo do período letivo. Contudo, sempre é possível que as partes negociem o melhor formato — em um acordo — ou que demonstrem ao juiz as mudanças no binômio 'necessidade-possibilidade' durante as férias, para considerar um possível aumento do valor dos alimentos ou uma redução.

Por fim, é importante destacar que havendo uma decisão judicial que fixe a convivência no período de férias, as partes só poderão modificar essa regra realizando um novo acordo, que deverá ser submetido à análise e homologação judicial. Outra opção é buscar o judiciário para obter uma nova decisão. Isso porque o descumprimento das regras de convivência previamente fixadas pelo judiciário poderá ocasionar medidas como: cumprimento forçado da obrigação ou pagamento de multa por descumprimento.

Leia também:

Como lidar com as férias escolares? 62% dos pais consideram o período estressante

8 atividades para fazer com crianças nas férias escolares

Como aproveitar as férias escolares com as crianças sem gastar muito?

guarda compartilhada Férias escolares guarda compartilhada nas férias escolares

Leia também

Dia do Amigo: 5 formas de cultivar amizades na vida adulta


Aborto espontâneo: entenda por que acontece e o que podemos fazer para evitá-lo


5 fatos sobre congelamento de óvulos que você não conhecia


Maya Massafera explica diferença entre os termos trans e travesti


Cancelamento e cyberbullying: como proteger as crianças na internet


Por que existem menos meninas e mulheres autistas do que meninos?