Seu chefe não é bom? Saiba os tipos de chefia e aprenda como lidar com um chefe ruim, transformando seu ambiente de trabalho com dicas valiosas!
Gabriela Occhipinti Publicado em 01/11/2024, às 20h00
A convivência no ambiente de trabalho pode ser desafiadora, especialmente quando encontramos um chefe ruim. Segundo um levantamento da Michael Page, 80% dos profissionais que pedem demissão citam a dificuldade de relacionamento com a chefia como principal motivo. Mas a boa notícia é que, com algumas estratégias, é possível lidar melhor com essas situações.
O autor do livro “Manual Antichefe: Como enfrentar a toxicidade na gestão e não repetir os mesmos erros ao se tornar líder ”, Eberson Terra, explora a complexa relação entre líderes e subordinados, oferecendo insights sobre como lidar com chefe ruim. Saiba mais a seguir!
Embora existam chefes que realmente se comportam de maneira tóxica, muitas vezes o que parece ser uma liderança opressora é, na verdade, resultado de inseguranças pessoais. A seguir, conheça alguns dos arquétipos mais comuns de chefes ruins e veja as dicas de Eberson Terra de como lidar com cada um deles.
Tirano
Esse líder usa métodos opressivos para impor sua vontade. Para lidar com um tirano, evite confrontos diretos. Compartilhe o crédito por boas ideias e mantenha a calma em situações de conflito. Embora você precise abrir mão de receber total reconhecimento por seus sucessos, essa atitude pode garantir maior liberdade de ação e evitar que você seja visto como um inimigo da liderança.
Politiqueiro
Hábil em manter uma imagem amigável, esse chefe pode manipular a situação em seu favor. Mantenha-se longe de fofocas e documente suas atividades para evitar armadilhas. É importante reconhecer sinais de manipulação e agir com cautela para evitar ser vítima desse tipo de gestor. Além disso, evite participar de reuniões que fogem de suas atribuições, pois esses encontros podem ser usados para distorcer informações e te envolver em jogos de poder.
Microgerente
Controla todos os detalhes do trabalho, sufocando a autonomia da equipe. Para lidar com isso, mantenha uma comunicação constante e forneça atualizações frequentes sobre o andamento das tarefas. Enviar informações periódicas, detalhando o andamento das tarefas, pode reduzir a ansiedade desse gestor e criar uma sensação de segurança. Antecipar as demandas mais sensíveis e assumir a iniciativa no fornecimento de atualizações também ajudam a evitar interrupções constantes e estabelecer uma relação de confiança que, com o tempo, pode resultar em mais liberdade e autonomia.
Omissão-permissivo
Esse chefe acredita que a equipe pode se virar sozinha, mas essa falta de direcionamento prejudica a produtividade. É importante assumir proativamente a organização das próprias atividades e incentivar os colegas a fazerem o mesmo. Manter uma comunicação constante, mesmo que assíncrona, como o envio de relatórios periódicos, é fundamental para garantir que o chefe seja informado sem se sentir sobrecarregado. Estabelecer uma agenda de contatos regular, ainda que breve, ajuda a manter um canal aberto de diálogo, assegurando que os problemas importantes sejam abordados sem perder o interesse do gestor.
Guardião da verdade
Centraliza o poder e ignora sugestões. Para lidar com esse tipo de chefe, é fundamental evitar confrontos diretos e escolher cuidadosamente os momentos para discutir pontos de vista divergentes, de preferência em conversas privadas. Busque mediação de colegas ou superiores que possam intervir, mas evite expor publicamente os erros do líder. Demonstrar inteligência emocional e paciência, mantendo-se discreto e estratégico nas abordagens, ajuda a mitigar conflitos e possibilita a apresentação de ideias sem desencadear reações negativas do chefe.
Multiplicador da ansiedade
Cria um ambiente de alta pressão, confundindo urgência com agilidade. Mantenha seu equilíbrio emocional e proponha cronogramas realistas para suavizar o estresse da equipe. Também é importante envolver o RH e outras áreas de apoio para oferecer ajuda ao líder, garantindo que ele receba o suporte necessário sem expô-lo negativamente. A ideia é colaborar para restabelecer o ritmo da equipe, sem aumentar o estresse.
Gladiador
Promove a competição destrutiva entre os membros da equipe. Conviver com um chefe gladiador é extremamente prejudicial, tanto emocional quanto mentalmente. A melhor forma de lidar com um chefe assim é mantendo seus valores e não se deixar levar pelas competições desmedidas que podem envolver práticas antiéticas. Caso o comportamento abusivo persista, é recomendável coletar evidências e denunciar a situação para autoridades competentes, como sindicatos ou o Ministério Público do Trabalho.
Bélico
Esse líder é agressivo e não aceita críticas. . Esses líderes tendem a ver críticas construtivas como ataques pessoais, respondendo com hostilidade e procurando culpar os outros por quaisquer problemas. É crucial manter uma postura neutra e focar no próprio trabalho, evitando se envolver em conflitos e discussões desnecessárias. A resiliência é essencial, pois, apesar do impacto negativo do líder, manter-se firme pode garantir uma posição favorável perante a diretoria. É importante não ceder a pedidos escusos, pois isso pode levar a situações ainda mais complicadas.
Acumulador de problemas
Tende a sobrecarregar-se e a equipe, aceitando demandas excessivas. São líderes marcados por uma elevada insegurança e medo de rejeição, levando-os a aceitar demandas desnecessárias e a se sobrecarregar de responsabilidades. Os subordinados devem compreender as limitações de um chefe acumulador de problemas e sua impossibilidade de atender todas as demandas simultaneamente. Os funcionários devem priorizar suas tarefas, montar um planejamento de capacidade e documentar prazos realistas para renegociar expectativas de forma clara e objetiva.
Espalha-promessas
Alimenta falsas esperanças com promessas não cumpridas. Exija clareza nas metas e busque documentar, por meio de e-mails ou mensagens, acordos para evitar desilusões. É importante não se deixar levar por promessas vazias e repensar a viabilidade das propostas, mantendo os pés no chão e buscando garantias que sustentem novas negociações. Caso ocorra uma quebra de acordo, o colaborador deve impor novos limites e se resguardar, evitando cair em um ciclo de desilusão que possa comprometer seu desenvolvimento profissional.
Lidar com chefe ruim pode ser complicado, mas com as estratégias certas, você pode tornar essa convivência menos difícil. Se a situação se tornar insustentável, pode ser hora de considerar novas oportunidades. O importante é não deixar que um ambiente tóxico comprometa sua saúde mental e seu crescimento profissional.
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