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Vida universitária: como gerenciar a saúde mental com sucesso

Saiba como lidar com a pressão acadêmica e manter o bem-estar emocional durante a vida universitária com essas dicas úteis e práticas

Beatriz Caroline Men Publicado em 08/10/2024, às 10h00

A vida universitária é um período repleto de desafios e transformações, marcado por novas responsabilidades, pressões acadêmicas e a busca pela construção de um futuro profissional. Nesse contexto, a saúde mental desempenha um papel crucial na capacidade dos estudantes de enfrentar esses obstáculos de maneira saudável e produtiva.

O estresse, a ansiedade e a sensação de sobrecarga são problemas comuns entre os universitários, podendo impactar não apenas o desempenho acadêmico, mas também a qualidade de vida e os relacionamentos pessoais.

Portanto, é fundamental que os estudantes adotem estratégias eficazes para cuidar de sua saúde mental, promovendo o bem-estar emocional e garantindo uma experiência universitária mais equilibrada e enriquecedora. AnaMaria conversou com psicóloga clínica e educacional Marley Marques Zeferino, que fala sobre a importância da saúde mental na vida universitária e estratégias que podem ajudar. 

Principais desafios dos universitários

A vida universitária é um período de intensa transformação e aprendizado, repleto de desafios que vão além do conteúdo acadêmico. Um dos primeiros obstáculos enfrentados pelos estudantes é a adaptação a um ambiente diverso, onde convivem pessoas de diferentes culturas, origens e perspectivas.

Essa diversidade enriquece a experiência universitária, mas também pode gerar um sentimento de estranhamento e ansiedade, especialmente para aqueles que vêm de contextos mais homogêneos. O desafio de se inserir em grupos, fazer novos amigos e encontrar um espaço de pertencimento pode ser estressante, exigindo habilidades sociais e emocionais que nem todos têm desenvolvidas.

Além disso, a transição para o ritmo acadêmico universitário muitas vezes surpreende os novos estudantes. O volume de conteúdo, a profundidade das discussões e a expectativa de autonomia são bem diferentes do que muitos vivenciaram no ensino médio.

"A falta de habilidade no manejo do estresse e das emoções acaba afetando o rendimento acadêmico, gerando muita frustação e sentimento de incapacidade, afetando diretamente a questão relacional e emocional do estudante", afirma Marley. 

As barreiras enfrentadas por aqueles que buscam manter a saúde mental durante a vida universitária são multifacetadas, sendo o preconceito uma das mais significativas. Muitas vezes, a sociedade estigmatiza questões de saúde mental, levando estudantes a se sentirem envergonhados ou relutantes em buscar ajuda.

Esse preconceito pode se manifestar em comentários depreciativos, em uma falta de compreensão sobre o que realmente significa enfrentar problemas emocionais e em uma cultura que valoriza a produtividade em detrimento do bem-estar. Como resultado, muitos alunos evitam discutir suas dificuldades, temendo serem vistos como fracos ou incapazes de lidar com os desafios.

Além do preconceito, a falta de conhecimento e autoconhecimento é uma barreira crucial. Muitos estudantes não têm clareza sobre os sinais de que precisam de apoio emocional, o que pode levar a uma deterioração de sua saúde mental antes que se sintam prontos para procurar ajuda.

"As pressões sociais e expectativas externas e familiares podem desencadear em quadros ansiosos e de estresse pela cobrança de alto desempenho e recolocação profissional imediata", completou ela. 

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A saúde mental é muito importante. Ela afeta diretamente os processos de aprendizagem e adaptação no ambiente acadêmico. - Freepik

Técnicas e estratégias

Investir no autoconhecimento e no desenvolvimento de habilidades socioemocionais é fundamental para que os universitários possam enfrentar os desafios da vida acadêmica de maneira saudável e resiliente.

O autoconhecimento permite que os estudantes compreendam suas próprias emoções, identifiquem seus limites e reconheçam quais situações podem gerar estresse ou ansiedade.

Ao entender suas reações e gatilhos emocionais, os alunos conseguem adotar estratégias mais efetivas para gerenciar suas emoções, tornando-se mais preparados para lidar com as pressões do ambiente universitário.

"As atividades físicas e hobbies proporcionam um descanso mental. As atividades físicas contribuem para o sentimento de bem-estar geral, a endorfina liberada ajuda a regular o sono, que é muito importante no processo de aprendizagem, aumenta o ânimo e a disposição, contribuindo para a concentração e foco", sugere a especialista. 

Uma boa gestão do tempo e a habilidade de elencar prioridades são fundamentais para equilibrar a vida acadêmica e social de forma saudável e prazerosa.

Quando os estudantes conseguem organizar suas atividades diárias, são capazes de dedicar o tempo necessário aos estudos, sem renunciar a momentos de lazer e descanso. Esse equilíbrio é essencial, pois ajuda a evitar o estresse excessivo e a exaustão mental, que podem ser prejudiciais ao bem-estar emocional.

Ao reservar momentos para relaxar e se divertir, o cérebro tem a oportunidade de recarregar suas energias. Isso não só melhora o foco e a produtividade, mas também estimula a criatividade e a capacidade de resolver problemas.

Portanto, quando os estudantes equilibram suas responsabilidades acadêmicas com momentos de prazer, eles estão criando um ciclo positivo que beneficia tanto a saúde mental quanto o rendimento acadêmico.

"Os estudantes devem buscar por ajuda, seja compartilhando com alguém de confiança ou mesmo buscando os serviços de apoio que as instituições oferecem", completa Marley. 

Se um aluno se sente constantemente desanimado, mesmo em relação a atividades que antes lhe davam prazer, isso pode ser um indicativo de que sua saúde mental está comprometida. É importante que os estudantes reconheçam que a desmotivação prolongada não é uma fase passageira, mas sim um sintoma que merece atenção e cuidados.

As crises de ansiedade que ocorrem com frequência, especialmente no ambiente acadêmico ou ao estudar, são outro sinal de alerta importante. Essa ansiedade pode se manifestar de diversas maneiras, desde palpitações e sudorese até dificuldades de concentração e pensamento acelerado.

Os estudantes devem buscar por ajuda, seja compartilhando com alguém de confiança ou mesmo buscando os serviços de apoio que as instituições oferecem - Freepik

Crescimento pessoal

Em um ambiente universitário, onde a pressão e o estresse podem ser intensos, o autoconhecimento se torna um verdadeiro aliado. Estudantes que investem tempo em entender suas emoções e motivações estão melhor equipados para navegar por essa fase de transição.

Ao cultivarem um forte sentido de si, criam um espaço seguro para o crescimento pessoal e acadêmico. Dessa forma, o autoconhecimento não é apenas um meio de lidar com desafios; é uma base sólida para uma vida equilibrada e satisfatória, contribuindo significativamente para a saúde mental ao longo de toda a jornada universitária.

Saber quando precisamos de uma pausa ou quando é hora de buscar ajuda é crucial para evitar a sobrecarga emocional. Esse respeito por nós mesmos também se reflete nas relações que estabelecemos com os outros.

Ao conhecermos nossas necessidades e desejos, conseguimos estabelecer relacionamentos mais saudáveis e autênticos. Conexões positivas com amigos, familiares e colegas não apenas oferecem suporte, mas também enriquecem nossa vida emocional.

"É importante entender o que vem afetando sua saúde mental para poder tratar de forma correta ou mesmo preventiva. Não tenha vergonha e nem se defina por um momento difícil que possa estar vivenciado", indica a psicóloga. 

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