Fugindo dos óculos? Conheça ioga ocular defendida por Paul McCartney

Durante uma recente entrevista ao jornal britânico The Times, Paul McCartney revelou que conheceu a ioga ocular na Índia há alguns anos e desde então adotou a prática para não precisar usar óculos. Segundo ele, exercitar os músculos dos olhos pode reduzir problemas de visão. Entenda como isso funciona e quais são os posicionamentos dos médicos!

O músico e ex-Beatles demonstrou algumas dessas técnicas de "ginástica para os olhos" em um vídeo disponível no YouTube. Confira abaixo:

O que é ioga ocular?

Mas o que exatamente é a ioga ocular? E será que esses exercícios podem realmente evitar, por exemplo, o uso de óculos? Entenda a seguir!

Diversos tipos de exercícios oculares têm sido praticados há milênios. Um exemplo é o tratak kriya, uma meditação originária da Índia que acredita-se desenvolver estados superiores de consciência e despertar espiritual.

Em sânscrito, "tratak" significa "fixar o olhar". A prática consiste em observar um objeto, como a chama de uma vela, sem piscar até lacrimejar.

No final do século 19, o oftalmologista William Bates publicou o Método Bates para "melhorar a visão sem óculos". Bates argumentava que exercícios oculares poderiam substituir a necessidade de óculos, utilizando técnicas de visualização e movimento dos olhos. Contudo, a premissa de Bates sobre a alteração do formato do olho durante seu movimento e foco foi fisiologicamente desacreditada.

Um estudo de 2018 publicado no International Journal of Yoga comparou a acuidade visual, medida da nitidez com que uma pessoa consegue enxergar no dia a dia, e o erro de refração, que torna a visão turva ou distorcida, entre grupos que praticaram os exercícios de Bates ou trataka yoga por oito semanas.

O estudo concluiu que nenhum dos exercícios trouxe melhorias significativas na visão ou são capaz de reduzir a necessidade de óculos.

Críticas médicas

Oftalmologistas rejeitam amplamente o método de Bates devido à falta de evidências e ao risco potencial. Por exemplo, ele promoveu a exposição direta ao sol, prática perigosa que pode danificar a retina.

Para entender o motivo da ioga ocular ou os exercícios de Bates não corrigem a visão, é essencial compreender como enxergamos.

Por exemplo, problemas como miopia e hipermetropia ocorrem quando os raios de luz não se concentram corretamente na retina. O astigmatismo é causado pela curvatura irregular da superfície frontal do olho, enquanto a presbiopia resulta do envelhecimento natural do cristalino.

Assim, como cada uma dessas causas mais comuns para o uso de óculos tem uma forma de se manifestar os exercícios não são indicados para evitar ou corrigir esse problemas por serem generalistas, além de influenciarem práticas que podem apresentar perigo para a saúde dos olhos.

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Exercícios úteis

Existem outras alternativas de atividades que beneficiam os olhos. Alguns especilistas da área recomendam exercícios específicos para condições como "insuficiência de convergência", que causa visão dupla ao olhar objetos próximos. Praticar movimentos como seguir uma caneta com os olhos pode ajudar nesse sentido.

Embora os exercícios possam ser benéficos em alguns aspectos, mudanças no estilo de vida podem ser mais eficazes do que o ioga ocular, veja abaixo algumas delas:

• Consultas regulares com um optometrista e/ou oftalmologista, ambos especialistas em cuidados com os olhos;
• Fazer intervalos frequentes ao usar telas. A regra 20:20:20 é um exercício conhecido que estabelece que a cada 20 minutos passados ​​olhando para uma tela, a pessoa deve desviar o olhar para algo a aproximadamente seis metros de distância (20 pés) e fixar a visão por 20 segundos;
• Passar tempo ao ar livre;
• Alimentação saudável, rica em ômega 3 e vegetais verdes;
• Dormir bem e usar óculos de sol adequados;
• Massagem nas glândulas meibomianas para aliviar olhos secos. Essa massagem pode ser feita após aplicar uma compressa quente na margem da palpebra para aumentar a produção gordurosa e amolecer a gordura que se solidificou nas glândulas. Ela consiste em aplicar leve pressão com as pontas dos dedos na margem palpebral, logo acima dos cílios.

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