Comer para aliviar a ansiedade: a relação entre transtornos emocionais e mudanças na dieta - Freepik

Chega de comer para aliviar a ansiedade! Conheça a relação entre transtornos emocionais e mudanças na dieta

Você sabia que a ansiedade e o estresse influenciam em nossas escolhas alimentares? Confira estratégias para manter o equilíbrio na dieta

Beatriz Caroline Men Publicado em 09/08/2024, às 11h00

A ansiedade, que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, tem um impacto significativo na nossa relação com a comida.

Com o aumento do estresse emocional e dos transtornos de ansiedade, observamos mudanças importantes nos hábitos alimentares. Muitas pessoas buscam conforto na comida, enquanto outras perdem o apetite, resultando em dietas desbalanceadas que podem prejudicar a saúde.

Por isso, AnaMaria conversou com a psicóloga Valeska Bassan, que conta mais sobre os transtornos alimentares e sobre como a ansiedade é um grande gatilho que influencia em nossa alimentação. 

Entenda como a ansiedade e o estresse emocional podem afetar a sua alimentação - Freepik

Ansiedade e mudanças alimentares

A ansiedade é uma condição emocional que pode afetar profundamente nossos comportamentos, incluindo como nos alimentamos. Essa influência pode se manifestar de várias maneiras, alterando tanto a qualidade quanto a quantidade da alimentação.

Quando lidam com altos níveis de ansiedade, muitas pessoas buscam conforto na comida. Isso pode levar ao aumento do consumo de alimentos ricos em açúcar e gorduras, que "enganam" nosso cérebro e proporcionam alívio momentâneo.

Esse comportamento, conhecido como "alimentação emocional", pode se tornar um método para enfrentar o estresse, mas pode criar um ciclo prejudicial de saúde e aumentar a ansiedade.

"Os sinais de que seus hábitos alimentares podem estar sendo influenciados pela ansiedade incluem comer por impulso, comer sem fome, preferência por alimentos específicos, aumento ou diminuição significativa do apetite e padrões alimentares irregulares", afirma Valeska.

Fome emocional e fome física 

A especialista diz que diferenciar entre fome emocional e fome física pode ser desafiador, mas observar alguns indicadores pode ajudar a distinguir entre essas duas formas de fome.

A fome emocional aparece geralmente de forma repentina e inesperada, muitas vezes sem sinais físicos prévios. Esse tipo de fome costuma envolver desejos intensos por alimentos específicos que oferecem conforto, como doces ou alimentos gordurosos.

Ela pode levar a comer de maneira automática e desatenta, sem prestar muita atenção ao que ou quanto está sendo consumido. Além disso, mesmo após comer, a fome emocional pode não ser completamente aliviada, pois o desejo está mais relacionado às emoções do que a uma necessidade física real.

Esse tipo de fome é frequentemente desencadeado por sentimentos como estresse, tristeza ou tédio, e pode levar a sentimentos de culpa ou vergonha após a alimentação.

Por outro lado, a fome física se desenvolve gradualmente, começando como uma leve sensação de fome e aumentando com o tempo. Ela não está restrita a desejos específicos; você pode estar aberto a várias opções de alimentos que satisfaçam suas necessidades nutricionais.

A fome física leva a uma alimentação mais consciente, focada em satisfazer a necessidade real de comida de maneira equilibrada. Esse tipo de fome é aliviado quando o estômago está cheio e satisfeito, e a sensação de saciedade geralmente dura mais tempo.

É desencadeada por sinais físicos claros, como o estômago roncando ou uma sensação de fraqueza, e segue um padrão regular, sem gerar sentimentos negativos associados à alimentação.

"Pessoas ansiosas tendem a preferir alimentos ricos em açúcar, gordura e carboidratos, como doces, fast food e alimentos altamente processados. Esses alimentos são frequentemente escolhidos porque proporcionam uma sensação temporária de conforto e prazer, ajudando a aliviar os sintomas de ansiedade momentaneamente", aponta ela.

Aprenda a lidar com a ansiedade quando for escolher seus alimentos - Katie Smith/Unsplash

 

Como desenvolver uma relação mais saudável e consciente com a comida?

Desenvolver uma relação mais saudável e consciente com a comida, mesmo enfrentando a ansiedade, pode ser desafiador, mas é possível com estratégias adequadas e um enfoque equilibrado.

A psicóloga sugere algumas abordagens úteis:

Manter um diário alimentar pode ser uma ferramenta valiosa para identificar gatilhos emocionais que levam à compulsão alimentar. Registrar o que se come e os sentimentos associados a essas escolhas ajuda a reconhecer padrões e desenvolver estratégias para lidar com esses gatilhos de forma mais eficaz.

Finalmente, encontrar alternativas saudáveis para lidar com o estresse pode ser benéfico. Em vez de usar a comida como mecanismo de enfrentamento, é útil incorporar exercícios físicos, como caminhadas ou atividades em grupo, para liberar endorfinas e reduzir o estresse.

Engajar-se em atividades de lazer também pode oferecer distração e alívio, ajudando a desviar a atenção da comida e melhorar o bem-estar geral.

Implementar essas estratégias pode ajudar a reduzir a compulsão alimentar relacionada à ansiedade e promover uma abordagem mais equilibrada e consciente à alimentação e ao gerenciamento do estresse.

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