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O papel dos hormônios na qualidade de vida na terceira idade

À medida que envelhecemos, nosso corpo passa por diversas mudanças hormonais que podem afetar significativamente nossa qualidade de vida.

Dra. Thais Mussi Publicado em 02/09/2024, às 18h09

À medida que envelhecemos, nosso corpo passa por diversas mudanças hormonais que podem afetar significativamente nossa qualidade de vida. O entendimento dessas alterações e como elas impactam o bem-estar é fundamental para promover uma terceira idade mais saudável e ativa.

Com o avanço da idade, ocorre uma redução natural na produção de vários hormônios essenciais.

Em homens, por exemplo, há uma diminuição gradual na produção de testosterona, o que pode afetar a massa muscular, a densidade óssea e a libido. Nas mulheres, a menopausa marca uma redução significativa nos níveis de estrogênio e progesterona, o que pode levar a mudanças na saúde óssea, no humor e na composição corporal.

Essas alterações hormonais podem contribuir para várias condições associadas à idade, como osteoporose, sarcopenia (perda de massa muscular), e um risco aumentado de doenças cardiovasculares. Além disso, os hormônios também influenciam o metabolismo, a função cognitiva e a regulação do sono, todos fatores críticos para uma boa qualidade de vida.

Só que, com o envelhecimento, as mudanças hormonais não se limitam apenas aos hormônios mais discutidos como estrogênio e testosterona. Outros hormônios, como a melatonina, o hormônio do crescimento e a insulina, também desempenham papéis vitais que afetam diretamente a qualidade de vida dos idosos.

Hormônio do crescimento e envelhecimento

O hormônio do crescimento (GH), conhecido por seu papel no desenvolvimento durante a infância, continua sendo crucial na idade adulta e na terceira idade.

Sua produção diminui com a idade, o que contribui para a diminuição da massa muscular e aumento da gordura corporal, afetando negativamente a mobilidade e aumentando o risco de quedas e fraturas. A manutenção dos níveis adequados de GH pode ajudar a preservar a massa muscular, a densidade óssea e a vitalidade.

 Melatonina e o sono

A melatonina, conhecida como o hormônio do sono, regula os ciclos de sono-vigília. Com o envelhecimento, a produção de melatonina diminui, o que pode resultar em distúrbios do sono, impactando não só a energia diurna, mas também a memória e a cognição. Suplementação de melatonina ou estratégias para melhorar sua produção natural podem ser fundamentais para melhorar a qualidade do sono e, por extensão, a qualidade de vida.

Insulina e metabolismo

A insulina é um hormônio crucial na regulação do metabolismo de glicose. A resistência à insulina frequentemente aumenta com a idade, levando a um maior risco de diabetes tipo 2, que está associado a numerosas complicações de saúde em idosos. Gerenciar a sensibilidade à insulina através de dieta, exercício e, quando necessário, medicação, é fundamental para manter a saúde metabólica e prevenir complicações.

Com base em uma avaliação, que inclui não só exames de sangue mas também uma avaliação detalhada do estilo de vida e sintomas, endocrinologistas podem personalizar tratamentos que vão além da reposição hormonal.

Essas intervenções podem incluir ajustes nutricionais, regimes de exercícios físicos e suplementação direcionada para otimizar os níveis hormonais e melhorar a qualidade de vida.

Viu? Com as estratégias certas, tanto médicas quanto de estilo de vida, é possível mitigar os efeitos das mudanças hormonais e manter uma alta qualidade de vida durante os anos dourados. O acompanhamento com um endocrinologista, aliado a um estilo de vida ativo e saudável, são os pilares para aproveitar ao máximo esta fase da vida.

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Dra. Thais Mussi Endocrinologista e Metabolgista Colunista da Ana Maria Digital.

 

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