É preciso sentir fisicamente o travesseiro ao comprá-lo porque existem muitas diferenças de materiais no mercado - Imagem Pixabay

Existe o travesseiro ideal para dormir? Médicos ensinam que sim

Especialistas falam da importância da higiene do sono que interfere na produtividade, metabolismo, saúde mental e física de maneira direta

Renata Rode Publicado em 05/08/2024, às 23h11

Cerca de 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios relacionados ao sono, entre eles, a insônia, de acordo com estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A dificuldade de iniciar o sono e mantê-lo de forma contínua durante à noite ou o ato de despertar antes do horário desejado definem a insônia. Cada vez mais as pessoas buscam a chamada higiene do sono, que consiste em mudanças no ambiente do quarto e nos hábitos visando um descanso revigorante.

Dentre os motivos da má qualidade do sono estão os travesseiros. Segundo o médico ortopedista Dr. José Machado, a escolha do travesseiro é fundamental tanto para a prevenção dos desgastes da coluna cervical, quanto para o tratamento de quem já tem doença no pescoço. “O principal papel do travesseiro deve ser o de suporte da cabeça, sem esquecer o conforto. Primeiro, pense na sua posição de dormir. Dormir de lado é a posição correta. O ideal é que o travesseiro mantenha o alinhamento entre a cabeça e a coluna, evitando que a cabeça fique erguida ou abaixada”. Ele ensina que é preciso trocar o travesseiro a cada um ou dois anos. “Para evitar o acúmulo de ácaros, suor e células mortas, garantindo melhor higiene e suporte”, ressalta.

O ortopedista Dr. Carlos Cedano lembra que a posição mais recomendada para dormir é a de lado. “Ela reduz o risco de apneia do sono e de dores musculares.  Para as grávidas, especificamente, se sugere  dormir viradas para a esquerda. Dormir de costas também é possível se for a preferência, mas aumenta o risco de apneia do sono. E de bruços é a posição menos recomendada já que é a que mais colabora para o aparecimento de dores nas costas e no pescoço, devido à angulação do corpo”, esclarece.

Cedano lembra que na hora de escolher um travesseiro o recomendável é que não se faça pela internet, sem avaliar o travesseiro antes. “Devemos pegá-lo nas mãos e sentir sua consistência, assim como se o toque da cabeça nele são agradáveis. Lembre-se que você passará um terço das suas horas com ele e é preciso segurança, conforto e tecnologia empregados”. Em consultório, o especialista explica detalhadamente ao paciente: “Indico: se possível, deite e o sinta. Se for dormir de costas, veja se sua cabeça não levanta demais, trazendo desconforto. Se dormir de lado, observe se seu pescoço está alinhado com a coluna. Isso pode ser feito deitado ou de pé, encostando o ombro em uma parede e colocando o travesseiro entre sua cabeça e a parede (com seu pescoço alinhado com o resto da coluna, o travesseiro deve ocupar o espaço entre sua cabeça e a parede)”, ensina.

Dormir mal pode te deixar mais "pesado"

A escolha do travesseiro ideal é um dos passos que pode garantir o sono adequado. Para o médico integrativo Dr. Enrique Lora, o ciclo do corpo precisa ser respeitado. “Todos nós seguimos o círculo circadiano, que é o nosso relógio biológico. Ele determina que durante o dia estamos acordados e ativos para fazermos todas as nossas atividades, e no final da noite, por volta das 18h, 19h, deveria haver um mecanismo no corpo sinalizando que está chegando o período para descanso. Esse é o momento de sinalização para a glândula pineal quanto à fabricação da melatonina, que é um hormônio produzido por nós a partir do momento em que nascemos”.

De acordo com Lora, essa interpretação depende de um contexto de inibição de luz, então, se você tem luz de eletrônicos ou da própria iluminação da casa, acaba dando uma sinalização errada ao corpo, a Fake News de que ainda é dia.  “O ideal no nosso ciclo circadiano é, em média, na grande maioria das pessoas, dormir das 22h às 6h, concluindo essas 8 horas de sono. Claro que o mais apropriado é dormir essas 8 horas de forma restauradora”, ressalta o especialista, que também ensina como classificar a higiene do sono: “É muito simples, no dia seguinte pergunte-se: ‘Eu estou super disposto? Estou me sentindo completamente produtivo?’. Os relógios usados para marcar o sono são bons para se ter um parâmetro, porém, eles não têm uma precisão tão exata como qualquer outro exame”, alerta.

Durante o sono nós temos três estágios: sono superficial, sono R.E.M e sono profundo, não se tendo mais hoje em dia essa ideia de que o R.E.M seja o mais importante, tornando o não R.E.M tão importante quanto ele. “A grande função desses ciclos é deixar a capacidade do corpo de forma máxima para produzir no dia seguinte. Quando falamos em funcionar direito estamos dizendo sobre a parte cognitiva, da mental, da imunológica e do metabolismo, ou seja, não podemos deixar de falar da nossa capacidade de perder gordura, já que o organismo que funciona direito tem uma queima mais efetiva de gordura. Por isso uma pessoa que quer emagrecer deve primeiramente observar o seu sono”, indica o médico.

 

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