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Cissa Guimarães completamente livre e sem censura!

Em entrevista exclusiva à Coluna Melhores da TV, de AnaMaria, apresentadora falou sobre sua carreira, a passagem do tempo e relembrou sucessos na TV

Renan Pereira, colunista de Ana Maria Digital Publicado em 11/10/2024, às 12h21

A atriz e apresentadora Cissa Guimarães tem se reinventado constantemente. Aos 60 anos, dos quais boa parte deles foram vividos na TV Globo - onde atuou em novelas poderosas como Direito de Amar (1987), O Clone (2001), Salve Jorge (2012) e em programas como o Vídeo Show e Saí de Baixo - ela comemora agora os frutos de uma grande mudança: a sua ida à TV Brasil, para o comando do Sem Censura.

O clássico programa de entrevistas da TV Brasil já foi comandado por outros grandes nomes da comunicação nacional, como por exemplo, Leda Nagle. Porém, a condução de Cissa tem chamado tanta a atenção no programa, que já virou hit nas redes sociais e bateu recorde de audiência com a participação do youtuber Felipe Netto, mesmo em um período no qual a TV tradicional se esforça para atrair a atenção dos telespectadores.

Além da emissora, Cissa também tem se desdobrado em sua peça, a comédia romântica Doidas e Santas, que já levou para a arquibancada aproximadamente 500 mil espectadores nos últimos anos, um dos maiores públicos já vistos no teatro brasileiro. Na obra, ela interpreta Beatriz, uma psicanalista que está em crise com o seu casamento. O texto é baseado na obra da escritora Martha Madeiros, e a inspiração surgiu quando Cissa tinha acabado de completar 50 anos, como explicou em entrevista para a Coluna Melhores da TV, de AnaMaria.

"A Martha Medeiros tem um texto incrível. A peça aborda um casal juntos há mais de 40 anos, vivendo uma crise no casamento. A mulher percebe que não é feliz e decide buscar a própria felicidade. É algo muito atual. As pessoas se identificam, porque muitas mulheres vivem a pressão de manter uma imagem ou um relacionamento ideal. O público, tanto masculino quanto feminino, sai tocado, e isso me deixa muito feliz.”

Mas sem a guerra de sexos, já que ela diz que os homens também se beneficiam muito com o espetáculo. "Os homens também estão repensando suas atitudes. Na peça, o personagem masculino passa por uma transformação. Não demonizamos o homem. Mostramos que todos têm a capacidade de crescer e evoluir.”

 

Vestido curto?

Questionada sobre o que mudou desde que começou a encenar Doidas e Santas, Cissa ri e responde que precisou encurtar a saía, por causa da idade.

“A peça continua igual, não mudei nada. Na verdade, eu mudei um figurino, porque eu acho que estava muito jovenzinho, muito curtinho demais para a minha idade. Eu acho que a gente tem que saber os nossos limites e respeitar o nosso tempo. Então, o que eu mudei foi um figurino. Está tudo igual, foi um vestido só que eu tirei”, diz enquanto ri.

Ainda sobre a passagem do tempo, Cissa reflete sobre a mudança de disposição. “Faço tudo com a mesma energia, e mesmo que eu fique um pouco cansada depois, eu saio com os colegas, vou celebrar e vamos jantar juntos quando estamos em viagem. Isto está ligado ao poder transformador do teatro.”

 

Energia da arte!

“Eu já cansei de fazer peça doente, me sentindo mal com infecções, gripes. Mas mesmo me sentindo mal, chegava a hora de abrir o pano e começar o espetáculo, nós fazíamos tudo de forma maravilhosa e com uma energia incrível, uma coisa assim inacreditável. O teatro tem esse poder transformador nos atores. Eu computo isso ao teatro mesmo, porque vemos atrizes como a Fernanda Montenegro e Natália Timberg que ainda estão fazendo teatro, com 90 anos de idade.”

 

Sem monogamia!

Como a peça fala sobre um casal que está junto há quarenta anos, perguntamos à Cissa o que ela pensa sobre a monogamia, que parece estar cada vez menos em desuso pelos jovens.

Eu acho que o ser humano não é monogâmico. Eu não acredito muito nessa coisa de “felizes para sempre”, não, mas eu acho maravilhoso quando acontece.” AnaMaria perguntou se Cissa já acreditou neste modelo de relacionamento.

“Quando eu era mocinha, sim, né? Todo mundo acredita, todo mundo é educado para isso. Eu acho que você pode estar ali amando a pessoa e estar tranquila, mas pode acontecer de você se apaixonar ou você ter uma atração por outra pessoa. E isso não é nada demais. Eu não sou poligâmica, eu gosto de ter um relacionamento com outra pessoa, porque eu acho que é mais fácil. Se relacionar é tão difícil com uma pessoa apenas, imagina quando é com um bando de gente? Mesmo assim, acho que o ser humano não tem uma tendência monogâmica. É muito normal acontecer de você estar numa relação e se apaixonar ou ter uma atração por outras pessoas. Não vejo isso como uma infidelidade, ou uma coisa horrorosa.”

 

Sem Censura!

Conforme divulgado à exaustão pela imprensa, a saída de Cissa da TV Globo aconteceu logo após uma pesquisa interna da emissora, que mostrou que ela era uma das apresentadoras mais queridas do semanal É de Casa, transmitido nas manhãs de sábado. Mesmo com a enorme aprovação da audiência, seu contrato não foi renovado, pegando tanto ela quanto o público de surpresa.

Mesmo assim, ela seguiu em frente e confessou no papo que está bem em relação a isto. " Eu estou muito feliz, o Sem Censura tem prestígio, por exemplo, hoje vou entrevistar o Boni, pai. Olha que privilégio e que prestígio que eu estou tendo.”

 

Cissa e as novelas!

Não poderíamos deixar de aproveitar esta oportunidade para falar um pouquinho com a Cissa sobre a sua participação nas telenovelas brasileiras. Começamos perguntando qual delas mais marcou a sua carreira.

“Eu tenho muita saudade do Clone. Foi um trabalho muito bacana, muito intenso. Foi uma excelente campanha contra as drogas que a Gloria Perez fez. Eu contracenei com o Thiago Fragoso, que é um grande ator e contracenei com o Osmar Prado, que é maravilhoso, também com o Marcos Frota. Foi um trabalho muito, muito intenso mesmo. Eu chegava em casa exausta, mas tinha grande, de utilidade pública, porque era uma campanha contra drogas muito importante. Eu adorava fazer, adorava! Foi uma personagem que eu tenho muita saudade, a Clarice”, relembrou Cissa.

Para quem não se lembra, a personagem de Cissa, Clarice, teve de lidar com a dependência química de seu filho, Nando (Thiago Fragoso), que se tornou usuário de drogas juntamente com a personagem Mel, interpretada por Débora Falabella. A novela expos o dilema vivido por milhares de mães no país. Uma das cenas mais marcantes foi quando Clarice foi à casa de traficantes para tentar libertar seu filho, que havia sido capturado por dívidas de drogas. Na ocasião, Clarice se desespera, pois não tem mais dinheiro para oferecer aos traficantes, e acaba dando suas joias pessoas. Ela é salva por Maysa (Daniela Escobar), mãe de Mel, que era de uma família rica e com mais condições. É uma cena emocionante e de cortar o coração!

 

"Doidas e Santas" 

Próximas datas e locais:

- ⁠João Pessoa: 25/10

- ⁠Natal: 26/10

- Recife: 15, 16 e 17/11

 

 

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