O retinol é um ativo poderoso em todos os sentidos, seja pela sua alta performance ou pela recente polêmica que vem causando nas redes sociais. Sem saber o que é retinol ou para que serve, crianças e jovens de 8 a 14 anos têm apostado em produtos para rejuvenescer para peles que ainda não demonstram nenhum sinal de envelhecimento.
AnaMaria conversa com Maurizio Pupo, farmacêutico e especialista em cosmetologia, e Luiz Romancini, dermatologista e cofundador da Creamy Skincare para entender o que é retinol, para que serve, seus inúmeros benefícios, diferentes variações e compreender porque o ativo é amado e, ao mesmo tempo, tão temido.
O que é retinol e para que serve?
Derivado da vitamina A, o retinol é uma substância que, em contato com a derme, é responsável por combater o envelhecimento precoce. “O retinol ou retinol puro, como as marcas costumam chamar, é capaz de penetrar na pele e, dentro dela, se transformar em ácido retinóico”, explica o especialista.
Os dois, no entanto, não são a mesma coisa. O efeito do ácido retinóico é mais forte, age diretamente na nossa pele e deve ser prescrito por um dermatologista. O retinol, por sua vez, tem efeitos colaterais menores, quando comparado com o primeiro, e pode ser adquirido em farmácias sem receita.
Apesar de temido, o retinol é um grande aliado a quem deseja estimuar a renovação e uniformização da pele. Se usado corretamente, o resultado rejuvenescedor a longo prazo é bastante animador e, segundo o farmacêutico, conta com os seguintes benefícios:
- Aumento do colágeno;
- Redução de rugas e linhas de expressão;
- Diminuição da flacidez;
- Redução das imperfeições e clareamento das manchas superficiais;
- Prevenção do envelhecimento celular;
- Aumento de viço e brilho da pele
Exatamente por essas razões que o produto deve ser utilizado apenas em peles maduras, e não por jovens ainda com pele sensível e, muito menos, por quem ao menos sabe o que é retinol. “A indicação seria para as peles mais envelhecidas que necessitam de um maior conteúdo de colágeno para preenchimento de rugas e, também, de um maior estímulo para renovação celular”, orienta Maurizio.
É seguro utilizar retinol?
O retinol não é livre de riscos e, se colocado em desuso, pode causar efeitos adversos, como irritação e vermelhidão da pele. A sensibilidade aumentada para o sol também é um dos perigos do uso de retinol puro. Caso não ocorra a fotoproteção adequada, a pele se torna mais propensa a queimaduras solares.
Grávidas e lactantes também devem evitar o uso da substância. “Pessoas com peles sensíveis e rosácea também devem evitar o retinol tópico. Tanto para estes grupos, quanto para o restante da população, a escolha mais segura é o retinol-like”, diz Maurizio.
O retinol puro, por ser convertido a ácido retinóico na pele, também impossibilita fazer associações com outros ingredientes que sejam ácidos, como a vitamina C pura: “A combinação do ácido retinóico, um subproduto do retinol e do retinal, com estes outros ácidos, poderá trazer irritações ainda mais severas para a pele.”
Maurizio avalia que o uso de retinol puro deve ser feito somente após a orientação de um médico, que irá recomendar a quantidade, quantas vezes por semana e por quanto tempo para evitar ou minimizar os efeitos adversos: “O ideal é que seja feito com acompanhamento, além do protetor solar diário e hidratante, aplicando o retinóide tópico pela noite e um antioxidante tópico diariamente.”
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Conheça os tipos de retinol
Quando falamos em retinol, não há uma única opção. Sim, há muitas alternativas nas prateleiras das farmácias, mas o leque de fórmulas também é mais aberto do que se imagina. Os inúmeros tipos de retinol têm uma ação semelhante e, segundo o farmacêutico, a mesma eficácia ou até superior a do retinol puro, porém, sem trazer riscos para pele e para a saúde.
Retinol puro x Retinol-like
Uma dessas opções e a mais conhecida no mercado é o retinol-like. Uma das principais diferenças entre os dois é que, por não conter o retinol puro como ingrediente, ele não irá causar as reações adversas e pode ser usado em peles mais sensíveis, delicadas, jovens e, até, na pele de quem está em fase fértil ou gestacional.
Ao contrário do retinol puro, que exige medidas redobradas de hidratação e proteção solar por conta da sensibilidade da pele, o retinol-like é um produto seguro sob a exposição do sol. Estável, não oxida, não se degrada e seu uso ainda pode ser associado a outros ingredientes, inclusive à vitamina C e à niacinamida, obtendo resultados iguais ou, até, melhores.
Retinal
Assim como o retinol-like, o retinal, conhecido ainda como retinaldeído, é uma das muitas formas da vitamina A. Essa variação do produto também é indicada para pessoas com pele madura que desejam combater os sinais de envelhecimento, como rugas, flacidez e manchas de idade.
O dermatologista Luiz Romancini, cofundador da Creamy, que apresenta o único retinal no mercado brasileiro com a máxima concentração permitida, conta que o diferencial está no sistema de liberação gradual da substância. “Esse método maximiza a eficácia do ativo, assegura uma ação prolongada e reduz o potencial de irritação cutânea”, diz o especialista.
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No entanto, devido à alta concentração de Retinaldeído, também deve ser usado com cautela. Ele indica aplicá-lo à noite, sobre a pele limpa e completamente seca, evitando áreas sensíveis como os contornos dos olhos, nariz e boca: “Nas primeiras semanas, é aconselhável limitar o uso a uma ou duas vezes por semana para permitir que a pele se adapte.”
A frequência poderá ser aumentada conforme a tolerância da pele e as mesmas orientações do retinol puro se aplicam: aplicar um filtro solar de alta proteção durante o dia para prevenir danos causados pela fotossensibilidade aumentada. “Gestantes, lactantes e mulheres planejando engravidar devem evitar o uso do produto”, finaliza o médico.
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