Se você, assim como eu, já ouviu falar que se a espinha está localizada na região da mandíbula significa que a causa é hormonal, saiba que essa é uma teoria bastante comum na dermatologia – e te provamos que não é nenhuma loucura de quem te contou isso. A localização da acne no rosto pode, sim, sugerir possíveis causas e o método tem até nome: mapa das espinhas.
Mas, então, como o mapa das espinhas funciona? E como surgiu? E o que todas queremos saber: será que é eficaz mesmo? Para respondermos essas perguntas, AnaMaria conversa com a dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Mayla Carbone, para desvendar tudo sobre o método e sua acne, que merece o melhor tratamento possível.
Omnibeauty: conheça a nova tendência de skincare com produtos multifuncionais
Como o mapa das espinhas surgiu?
Segundo Mayla, o conceito do mapa das espinhas tem origem na medicina tradicional chinesa. “É uma prática milenar que associa cada área do rosto a diferentes órgãos ou sistemas internos do corpo”, ela explica. Na época, era utilizado para auxiliar no diagnóstico de condições patológicas, mas deixou de ser usado por conta do avanço tecnológico na ciência.
Na prática, Mayla conta que o mapa das espinhas funciona desta maneira: “a testa estaria conectada ao sistema digestivo e ao fígado, enquanto a região do queixo seria reflexo dos órgãos reprodutivos e hormonais. A ideia é baseada na crença de que o estado da pele pode refletir desequilíbrios internos.”
Bebês, jovens e adultos: entenda sobre acne em diferentes fases da vida
Como se localizar?
O mapa das espinhas engloba as seguintes regiões: testa, bochechas, queixo e mandíbula, nariz, área ao redor da boca. Em cada uma delas, Mayla afirma que o profissional será responsável por encontrar possíveis conexões com problemas hormonais, dietéticos, ambientais ou ao estilo de vida.
Na testa
Espinhas na testa podem indicar problemas digestivos, como má digestão, alimentação inadequada ou estresse. A região também pode ser afetada por produtos capilares que deixam o couro cabeludo mais oleoso, resultando em acne na linha do cabelo.
Como resolver? Além de fazer uma limpeza adequada e esfoliação suave, a recomendação é reavaliar os produtos capilares usados, optando por fórmulas não comedogênicas que não aumentem a oleosidade da testa.
Bochecha
Nas bochechas, o mapa das espinhas associa a acne a alguns fatores: exposição à poluição, reações alérgicas a produtos de maquiagem ou skincare, fronha de travesseiro suja, uso de celular sujo e, até, problemas respiratórios – o tabagismo, por exemplo, pode ser refletido na pele.
O que é peeling de fenol? Procedimento estético é invasivo e agressivo
Como resolver? Realizar uma limpeza profunda para remover resíduos de poluição e maquiagem. Evitar o uso excessivo de maquiagem comedogênica e limpar com frequência objetos que entram em contato com o rosto, como celulares e fronhas.
Queixo e mandíbula
Como mencionado, a região do queixo e da mandíbula é influenciada por hormônios, especialmente em mulheres. “Espinhas nessa área são frequentemente ligadas ao ciclo menstrual, à síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou a outros desequilíbrios hormonais”, conta a dermatologista.
Como resolver? Produtos com ácido salicílico ou retinoides são eficazes no controle de oleosidade e na prevenção de novas lesões, mas pode ser necessário um tratamento que regule a produção hormonal, como o uso de contraceptivos específicos ou outros tipos de medicamentos – sempre prescritos por um profissional.
Nariz
No nariz, a acne pode indicar problemas relacionados à dieta, especialmente ao consumo excessivo de alimentos gordurosos. Também pode sugerir questões ligadas à circulação sanguínea ou ao sistema cardiovascular.
Como resolver? Evite alimentos gordurosos e adote uma dieta balanceada. Produtos para controlar a produção de sebo, como aqueles à base de niacinamida, podem auxiliar na melhora das espinhas.
Ao redor da boca
A acne ao redor da boca podem estar ligadas à ingestão de alimentos ricos em gordura ou à intolerância a certos alimentos, como laticínios. Mayla reforça que o uso de produtos labiais ou, até mesmo, o hábito de tocar o rosto com as mãos sujas também podem influenciar o surgimento de espinhas.
Como resolver? Na área ao redor da boca, é importante identificar e evitar alimentos que desencadeiam a acne, como laticínios.
Vermelhidão no rosto? Conheça a rosácea e adeque o skincare
Mas afinal, funciona?
A verdade é que não há muitos estudos que comprovem a eficácia do mapa das espinhas, mas ainda é bastante utilizado ao redor do mundo e, apesar de não parecer, por você também – que atire a primeira pedra quem nunca creditou a acne ao ciclo menstrual.
Para Mayla, que traz o ponto de vista da medicina moderna, o mapa das espinhas não é rigoroso ou cientificamente comprovado. “Ele pode servir como um ponto de partida para observar padrões e levantar hipóteses, mas não substitui uma consulta médica”, diz.
E completa, por fim: “É importante utilizar o mapa da acne como ferramenta complementar, associada a exames clínicos e laboratoriais, para uma avaliação mais precisa e personalizada das causas da acne.”
Leia também:
Sunburn makeup: nova tendência que imita queimaduras solares conquista o TikTok
Oleosa, mista ou seca: como escolher o hidratante ideal para cada tipo de pele?
