Lionel Messi com a Adidas, Cristiano Ronaldo com a Nike e Neymar Jr. com a Puma: os craques do futebol masculino ostentam contratos poderosos com fornecedoras esportivas. Mas o mesmo não acontece com Marta, que usa chuteira sem patrocínio na Copa do Mundo Feminina.
O Brasil estreou no Mundial com a vitória por 4×0 contra o Panamá nesta segunda-feira (24). Mas, muito além dos três gols de Ary Borges, os pés da camisa 10, que entrou só no segundo tempo, também viraram assunto. Mas afinal, por que a craque não é patrocinada por nenhuma marca?
A resposta pode parecer simples: ela não quer. Mas o motivo para isso é mais nobre do que parece. Isso porque Marta escolheu não assinar com nenhuma das fornecedoras como uma forma de protesto. A ideia é lutar contra a disparidade dos contratos de homens e mulheres.
Por isso, as chuteiras da Rainha do Futebol são personalizadas e contam com o símbolo de igual com as cores rosa e azul, além da escrita ‘Go Equal’. A marca própria, lançada dias atrás em parceria com a Centauro, promete reverter os lucros para projetos de empoderamento feminino.
MAS E A QUALIDADE?
Apesar de não ostentar as logos das marcas esportivas mais famosas do mundo, a principal ferramenta de trabalho de Marta não deixa nada a desejar para Nike, Adidas, Puma ou outras fornecedoras. A chuteira da camisa 10 também conta com as principais tecnologias disponíveis.
O acessório conta com travas, colarinho e tecido dos mais modernos. Na Austrália, uma das sedes da Copa do Mundo, a atleta ostentou dois modelos personalizados: uma predominantemente preta e outra branca, além dos detalhes coloridos de ambas.
NÃO É A PRIMEIRA VEZ
Vale mencionar que o protesto de Marta já virou uma espécie de marca registrada. A seis vezes melhor do mundo, que era parceira da Puma até 2018, recusou renovar com a marca alemã após receber uma proposta de “menos da metade” do que recebia.
Desde então, a jogadora recusou todas as propostas de fornecedoras por conta da disparidade com os atletas do futebol masculino. Marta jogou a Copa do Mundo de 2019, sediada na França, e as Olimpíadas de Tóquio de 2020 já com as chuteiras sem as logos das gigantes do mercado.
“Não é só pelo dinheiro em si. É toda uma história. Mas muitas vezes, os contratantes da patrocinadora não enxergam por esse lado”, disse ela para o GE, nos jogos disputados no ano seguinte, por conta da pandemia.
Ainda nos Jogos Olímpicos, Marta foi além e estendeu seu protesto silencioso às fotos oficiais da Seleção Brasileira. A craque escondeu o símbolo da Nike, fornecedora de materias da CBF, com seu cabelo nos registros.