Olivier Anquier usou as redes sociais, na última segunda-feira (16), para criticar as medidas contra o Coronavírus.
Enquanto a maioria está preocupada com a pandemia, o chef francês resolveu opinar sobre o tema e deixou claro que não irá fechar as portas de seus estabelecimentos e nem se isolar.
“Eu me recuso! Eu me recuso a aceitar essa paranóia injetada a força. Eu me recuso a ser hipócrita. Eu me recuso a ser covarde. Me recuso a ser mais um boi do rebanho. Eu me recusa a me esconder em casa e abandonar os meus clientes que saíram de casa e foram nas minhas padarias ou restaurantes”, afirmou.
Na sequência, Anquier detonou o fato de não poder ter contato com seus clientes.
“Faço questão de ser presente e cumprimentar cada um deles, como eu fiz ontem de manhã antes de viajar para São Sebastião, para que no final da tarde eu pudesse apresentar o meu show a essa plateia composta de gentes simples, de todas as idades, que vieram em peso feliz e pensa como eu. Até porque, para muitos, a realidade da vida é muito mais cruel e violenta que o corona”, disse.
O cozinheiro parou por aí e prosseguiu com o desabafo: “Eu me recuso a ler, ver e ouvir os argumentos daqueles que nunca se revoltaram ou fizeram qualquer coisa sólida para acabar com problemas infinitamente maiores, profundamente instalados no nosso país: epidemia de dengue ou outras transmitidas por mosquitos que mata todos [os] anos milhares de gentes jovens e idosos; assassinatos causados pela criminalidade que mata milhares de cidadão todos os anos; acidentes rodoviários causados pelo deplorável estado das nossas estradas que matam milhares de famílias todos os fins de semanas; epidemias diversas e mortalidade infantil considerável nos bairros abandonados com esgotos a céu abert, que mata a nossa população confinada nessa realidade por interesses, há décadas, das nossas administrações monstruosas”, destacou.
“Desmoronamentos sistemáticos e repetitivos, todos os anos, na época das chuvas, que matam centenas e centenas de pessoas em todo o nosso país; barragens que se abrem e matam comunidades inteiras em uma tacada sem que ninguém se revolta de verdade para que todas essas coisas acabem. A todos que se autorizam a me fazer a moral, cadê a sua revolta concreta e efetiva para acabar com essas realidades que nunca mudam? No Brasil, até ontem, nem chegamos a 200 casos de infetados e temos 0 falecimento em uma população que beira os 200 milhões. Essa realidade é pífia comparada a realidade das misérias do nosso país. Não embarco nessa e a notoriedade que a população me ofereceu não me obriga a mugir no meio do rebanho”, concluiu.
O posicionamento de Olivier causou grande revolta na web. “Infelizmente não dá para concordar com você, ainda mais sendo pessoa pública. Os estudiosos sabem o que estão dizendo e estão lutando para evitar o pico da doença como nos demais países, visto que a saúde pública é um caos e temos muitos idosos”, rebateu uma internauta.
“Acho que você sendo uma figura pública e formadora de opiniões, não poderia fazer esse tipo de comentário”, afirmou outro. “Isso é muita irresponsabilidade da sua parte, é puro egoísmo. Seus clientes também fazem parte do grupo de risco, é absolutamente inaceitável essa sua postura!”, completou um terceiro.