Um barco com sete pessoas naufragou no último domingo (29), na região conhecida como Garganta do Diabo, em São Vicente, no litoral paulista. O Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMar) e a Marinha do Brasil resgataram cinco dos ocupantes, mas duas seguem desaparecidas.
Segundo as autoridades, o acidente aconteceu durante a noite. As vítimas estavam em uma festa em uma lancha, mas sofreram o acidente em uma embarcação menor, que as levava de volta à terra firme. Cinco embarcações buscam as desaparecidas no local.
Aline Tamara Moreira de Amorim, de 37 anos, e Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27 anos, são as duas desaparecidas. Segundo o g1, as duas se conheceram no local. Em entrevista ao portal, Anderson Carlos Moreira de Amorim, irmão de Aline, afirmou que ela não sabe nadar.
Os sobreviventes do naufrágio na Garganta do Diabo são:
- Vanessa Audrey da Silva, 35 anos;
- Camila Alves de Carvalho, 20 anos;
- Daniel Gonçalves Ferreira, 22 anos;
- Gabriela Santos Lima;
- Natan Cardoso Soares da Silva.
O efetivo da Estação de Bombeiros Guarda Vidas de São Vicente retomaram as buscas pelas duas mulheres desaparecidas na manhã desta terça-feira (1). Segundo o GBMar, os sobreviventes afirmaram que as duas vítimas se desgarraram do grupo no momento do naufrágio. Ninguém soube informar se elas estavam usando coletes salva-vidas.
A Garganta do Diabo
A Garganta do Diabo é uma área de difícil navegação, situada entre a Ilha Porchat e o Parque Estadual Xixová-Japuí. O local, que também serve como entrada para a Baía de São Vicente, é considerado perigoso por causa das fortes correntezas e ondulações da zona de transição entre rio e mar.
A região já foi palco de diversos incidentes ao longo dos anos, tanto com embarcações quanto com pessoas afogadas. Além das correntezas, a geomorfologia e a hidrodinâmica da região contribuem para o perigo. É um local com muitas bancadas de areia, com áreas mais fundas e outras mais rasas.
O tenente Pedro Felipe Costa Pedroza Martins, do GBMar, explica: “O nome Garganta do Diabo se dá por conta dessas condições. A navegação é difícil e o acesso à Baía de São Vicente exige algumas peculiaridades. Não é uma navegação simples de ser feita.”
Segundo o relato das autoridades, as ondas estavam com 1,5m no momento em que atenderam o chamado de testemunhas do acidente: “É uma altura considerável e facilmente capaz de virar uma embarcação”, afirmou Martins, à CNN Brasil.
Além disso, existe uma crença popular de que o local serviu de passagem para as caravelas de Martim Afonso, administrador colonial português, na fundação da Vila de São Vicente, em 1532.