Como vivo no meio artístico, não tenho essa ilusão de que um é melhor que o outro. Acho que somos seres humanos: todos iguais com os mesmos sentimentos. O que acontece é que alguns se destacam. Hoje, eu queria falar um pouquinho deles. Alguns, infelizmente já não estão mais entre nós.
É o caso, por exemplo, do Michael Jackson. Eu não o conheci pessoalmente, mas esse artista tinha uma magia… Não sei se é porque foi criado no meio musical, mas era algo vivo, impressionante – e isso desde que era criancinha. Queria muito ter visto um show dele no auge daquela energia.
Outra que eu gostaria de ter conhecido era a Amy Winehouse. Nossa, vi recentemente o documentário sobre a vida dela e fiquei abalada. Ela tinha pais tranquilos, uma voz fantástica, mas era tão solitária! E morreu de uma maneira estranha… A carreira artística é introspectiva. Tenho que buscar meus sentimentos mais tristes e duros para representar. É perigoso se isolar muito, como aconteceu com Amy.
Acho que para evitar esse tipo de tristeza é preciso manter os pés no chão, mesmo sendo famosos. Quase todo mundo sabe quem eu sou? Sim. Mas não é por isso que vou viver afastada da realidade. É legal para a pessoa saber o que tem na geladeira. Acompanhar o filho na escola, resolver os problemas da casa, conversar com os parentes… Entrar em um local público e falar com as pessoas também!
Ainda na sessão saudade, um que eu amo e acho ótimo é o Chico Anysio. Um gênio. Era um cara completo, disposto a mostrar a realidade. Imagina o que ele faria com essa maluquice que está acontecendo na política brasileira nos dias de hoje? Eu o admirava tanto que ficava nervosa. Que maravilha aquele humor com uma pitada de acidez que refletia tão bem o amargo da vida!
Mas, agora, que tem gente viva e linda por aqui para inspirar a gente muito, ah isso tem. Um exemplo é o Renato Aragão. Que homem sério, determinado, que eu admiro! Nathalia Timberg é a mesma coisa: ficava (e fico) tímida em cena com ela mesmo que já tivesse muitos anos de carreira. É uma coisa de ficar admirando a voz, o timbre, o jeito de olhar… Que sorte termos eles em nosso país!
Um beijo bem grande,
PS: E para terminar esse momento, preciso falar dos meus mestres Laura Cardoso e Lima Duarte. Que experiência de vida, que olhar bonito que eles têm para o mundo!