Uma das maiores recomendações dos especialistas para quem está tentando organizar a vida financeira é construir uma reserva de emergência. Entretanto, essa economia ainda é motivo de dúvidas para muitas pessoas.
Reserva de emergência é um valor que deve ser guardado para cobrir imprevistos ou situações em caráter de urgência – despesas com médicos ou perda de emprego, por exemplo. Portanto, é uma maneira de evitar empréstimos ou comprometer outros fundos.
“Esse dinheiro é o que guardamos para o que chamamos de imprevisto por hábito, mas eles são previstos. Se você tem uma geladeira, ela pode quebrar. Se você tem vida, você pode pegar uma gripe, ficar doente e precisar de remédio. Tudo isso foge do controle. Então a reserva é para dar tranquilidade para os imprevistos que são previstos”, afirma Marina Farias, especialista em planejamento financeiro da Me Poupe! à AnaMaria.
Como construir a reserva de emergência?
Essa é a grande questão! Não é fácil guardar dinheiro e, muito menos, para futuros imprevistos. Por isso, a dica é mudar a ordem da organização financeira.
“Primeiro guarda, depois gasta o que sobra. Porque o dinheiro não vai sobrar, a vida é muito difícil. As coisas não são fáceis. Se a gente não priorizar guardar aqueles vinte, trinta, cinquenta, cem reais não vai sobrar no fim do mês. Então primeiro guarda depois se vira com o que sobrar”, recomenda Marina.
A especialista orienta que esse dinheiro guardado deve ser aplicado em qualquer investimento que respeite a tríade: rentabilidade, liquidez e segurança.
“Dinheiro precisa render. Precisa ter liquidez, que é você poder sacar. E para ser segura não pode assumir riscos com esse dinheiro da reserva. Então geralmente são investimentos em CDB, Tesouro Selic e esses mais tranquilos, com menos risco”, afirma.
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Qual valor deve ser a reserva de emergência?
Essa é outra pergunta que permeia quando se trata de construir a reserva de emergência. Afinal, qual valor deve ser guardado para futuros imprevistos?
De acordo com a especialista do Me Poupe!, o ideal é que cada pessoa tenha, no mínimo, seis vezes o valor que precisa para se manter. Então, se precisar de R$ 1 mil para se manter, o ideal é que sua reserva seja de R$ 6 mil. Se você precisa de R$ 5 mil mensalmente então a reserva precisa ter R$ 30 mil.
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A regra dos 50 30 20
Essa é uma estratégia para ajudar na organização financeira e que pode ser adaptada à realidade. Ou seja, separar o dinheiro em porcentagem para cada destino. Por exemplo, 50% para contas, 30% para educação e 20% para reserva.
“Eu gosto de dividir assim: do que você ganhar, 60% vai para as contas do mês, como parcelas, água, luz, internet, cartão de crédito etc. Tudo tem que encaixar no 60%. 30% é para você realizar seus sonhos, como uma viagem. Se você quer quitar suas dívidas, tem que priorizar isso. Então 30% do que você ganha vai para isso. E 10% é guardar para aposentadoria”, explica Marina.
O grande problema dessa regra e da construção da reserva de emergência está nas dívidas.
“O maior problema é que a maioria das pessoas está gastando 110% do que ganha. Para encaixar em 60% é muito difícil. Então meu conselho é começar com 90 10 e ir mudando gradativamente: 80 20, 70 30, 60 30 10”, orienta a especialista.
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