Recentemente, Ana Hickmann trouxe à tona um tema importante: a pressão estética enfrentada por mulheres ao longo da vida. Após engordar 12 kg, a apresentadora compartilhou os desafios com comentários sobre seu corpo e as cobranças sobre aparência. Em um desabafo honesto, ela afirmou que os comentários afetam seu bem-estar emocional, além de denunciar a falta de empatia e a cobrança irreal que muitas mulheres enfrentam.
A pressão para se adequar a padrões de beleza específicos é uma realidade persistente para mulheres de todas as idades, profissões e contextos sociais. Esse fenômeno afeta não só a autoestima, mas também a saúde mental, levando muitas mulheres a enfrentarem sentimentos de inadequação e ansiedade. Estudos indicam que essas cobranças podem desencadear quadros de depressão e transtornos alimentares, à medida que a busca pela “imagem perfeita” se torna uma meta constante e frustrante.
A construção dos padrões estéticos e seu impacto psicológico
A pressão estética decorre de padrões de beleza amplamente disseminados pela mídia e redes sociais, com foco excessivo em características como magreza, juventude e pele impecável. Segundo a psicóloga Luciana Oliveira, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), essa pressão mina a autoestima feminina, reforçando a ideia de que o valor de uma mulher está atrelado à sua aparência física. Esses padrões frequentemente envolvem ideais inatingíveis, como corpos magros e traços simétricos.
“Quando esses padrões são impostos e reforçados, as mulheres começam a acreditar que só serão aceitas se corresponderem a esses ideais, o que resulta em insegurança e uma busca constante por aceitação”, afirma Luciana. A psicóloga também destaca que essa busca pela “perfeição” pode provocar consequências graves para a saúde mental, incluindo distúrbios de imagem corporal e ansiedade.
Redes sociais e a cultura da comparação
As redes sociais desempenham um papel central na amplificação da pressão estética. Constantemente expostas a imagens editadas e idealizadas, as mulheres podem desenvolver uma percepção distorcida sobre si mesmas e sobre o que é considerado “belo”. A comparação entre a própria aparência e a de influenciadoras ou celebridades cria uma sensação de inadequação.
De acordo com pesquisas, o uso excessivo das redes sociais é diretamente associado ao aumento de baixa autoestima e à intensificação de sentimentos de insatisfação com a imagem corporal. Luciana recomenda limitar o tempo em plataformas como Instagram e TikTok, além de buscar perfis que celebrem a diversidade e promovam uma imagem mais realista de beleza. “A autocompaixão é essencial nesse processo de desconstrução dos padrões estéticos”, afirma a psicóloga.
Como lidar com a pressão estética no dia a dia
Para lidar com os impactos da pressão estética, é importante adotar medidas práticas que fortaleçam a autoestima e blindem o psicológico contra essas cobranças. Algumas das recomendações incluem:
- Desconstruir padrões impossíveis: reconhecer que as imagens vistas nas redes sociais não representam a realidade pode ajudar a reduzir a pressão. As mulheres precisam lembrar que a perfeição é uma ilusão e que as diferenças são o que torna cada pessoa única;
- Cultivar a autocompaixão: muitas vezes, as pessoas são mais duras consigo mesmas do que com os outros. Tratar-se com carinho e compreensão, aceitando falhas e imperfeições, é essencial para construir uma autoestima saudável;
- Limitar comentários externos: estabelecer limites para conversas sobre aparência com amigos, familiares ou colegas pode ajudar a reduzir a pressão. Em situações em que comentários sobre o corpo são frequentes, é importante deixar claro que críticas sobre aparência não são bem-vindas;
- Focar em atividades que promovam o bem-estar: a prática de atividades que vão além da estética, como exercícios físicos para a saúde, hobbies e atividades de autocuidado, fortalece o vínculo com a própria essência e estimula a autoconfiança;
- Buscar terapia: quando a pressão estética se torna insuportável, a ajuda profissional é essencial. A terapia pode ajudar mulheres a desconstruírem crenças limitantes e desenvolverem uma visão mais positiva e saudável de si mesmas.
O desabafo de Ana Hickmann reflete uma realidade comum para muitas mulheres e reforça a importância de uma mudança na forma como enxergamos a beleza. A pressão estética é uma questão social e cultural que exige conscientização e empatia. Quando mulheres se apoiam e compartilham suas vulnerabilidades, ajudam a desconstruir os padrões irrealistas impostos pela sociedade. Aceitar a própria individualidade, valorizar a diversidade e buscar uma autoestima sólida são passos fundamentais para uma vida mais leve e plena.
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