Ainda que, oficialmente, a Black Friday seja apenas no dia 29 de novembro, os lojistas já antecipam descontos desde o início do mês. Em 2024, o comércio no estado de São Paulo tem a expectativa de movimentar cerca de R$ 2,91 bilhões, um crescimento de aproximadamente 5% em relação ao ano passado, segundo pesquisa realizada pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDL-SP). Mas, será que é melhor comprar na Black Friday ou antes?
De acordo com Fernando Moulin, partner da Sponsorb, professor e especialista em negócios, é possível comprar produtos com desconto antes, durante e até mesmo depois da Black Friday. Mas o momento ideal para comprar nesta época do ano depende de três fatores: o item procurado, a condição do consumidor e a necessidade naquele momento.
“Ao longo de todo o mês de novembro, os varejistas sempre fazem muitas promoções. Cada vez mais isso tem acontecido e confesso que, muitas vezes, são melhores do que as ofertas da própria data, que são mais restritas a alguns produtos, mas nem todos eles tem o preço reduzido no período pré-Black Friday, apenas na data sazonal. Sendo assim, vale a pena monitorar e acompanhar a movimentação de preços”, diz à AnaMaria.
Portanto, se o consumidor não tem urgência e está com tempo, pode pesquisar melhor, monitorando o mercado na espera de uma oportunidade mais vantajosa. Ainda assim, a oferta pode ficar só na promessa. Logo, o próprio consumidor tem de estar ciente para não se arrepender.
Comprar na Black Friday ou antes?
A pesquisa da FCDL-SP indica que o e-commerce será o principal canal de vendas, com 64,3% dos lojistas apostando nas plataformas digitais para concentrar o volume de transações. Em segundo lugar, o comércio de rua deve responder por 25% das vendas, enquanto apenas 10% dos comerciantes acreditam que os shoppings terão maior movimentação durante a data.
Com tantos canais de venda, não faltam opções para o consumidor comprar na Black Friday, antes ou até mesmo depois. Neste sentido, algumas dicas podem ajudar a tomar na decisão de esperar ou de comprar antes da data oficial.
Segundo Fernando, o primeiro passo é listar todos os itens que o consumidor busca (tudo que já estiver planejado). Esse processo pode evitar aquelas compras por impulso, que sempre acontecem, e podem corroer o orçamento.
“Outra dica é monitorar, inclusive com o uso de sites que detalham preços semanais médios dos produtos que estão sendo pesquisados, para poder ver se o preço realmente baixou nesse período ou se não”, indica.
Além disso, é interessante definir um teto de gastos, estipular um valor máximo para saciar o desejo de gastar, verificar as formas de pagamento e o desconto. “É dentro desse planejamento que você também pode estabelecer quanto quer gastar, segundo o valor que acha justo pelo produto”, afirma.
“Às vezes, compensa mais fazer a compra e garantir o produto/serviço do que ficar esperando uma oferta hipotética (que pode nunca vir). Existem itens, em particular importados, que se esgotam e cuja reposição de estoques pode ocorrer somente no ano seguinte ou sequer ocorrer”, alerta Fernando.
E depois da Black Friday?
Alguns lojistas costumam estender as ofertas da Black Friday até a chamada ‘Cyber Monday’, que é a segunda-feira logo após a Black Friday. Entretanto, as promoções costumam ficar restritas nessa data a produtos eletrônicos. “Dependendo do que o consumidor estiver buscando, pode sim ser vantajoso fazer a compra nessa ocasião”, destaca Fernando.
No entanto, o especialista alerta que logo após a Black Friday começam as ofertas de Natal e os saldões de janeiro. “Ou seja, é um período que costuma trazer bastante oportunidade para quem está buscando realizar sua compra em melhores condições”, afirma.
Comprar com consciência
As inúmeras promoções exigem atenção do consumidor, tanto para não extrapolar o orçamento como para não cair em golpes.
Fernando afirma que, entre os cuidados, é fundamental suspeitar das variações de preços que pareçam muito positivas, mas que podem ser enganosas. Ou seja, evitar flutuações grandes demais e que pareçam suspeitas.
Outra dica é não ficar preso ao excesso de pesquisa, isso porque nem sempre se consegue a “oferta perfeita” e, muitas vezes, o produto esgota antes do consumidor realizar a compra.
“A precificação é dinâmica e valores mudam o tempo todo, o frete muda o tempo todo. Às vezes, o preço total vai oscilar conforme o frete, enfim… não existe “ponto ótimo” para este processo”, explica Fernando.
Nesse contexto, a dica é que o consumidor procure um bom preço dentro daquilo que acha justo pagar, que está dentro do monitoramento realizado e do orçamento, além de que tenha o dinheiro ou o meio de pagamento disponível para fazer a compra sem ficar se endividando desnecessariamente.
“Lembre-se-que no início do ano a carga de contas e impostos a pagar costuma ser grande…”, destaca o especialista.
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