A campanha de Fernanda Torres para ser indicada ao Oscar 2025 por ‘Ainda Estou Aqui‘ está a todo vapor. Apesar de difícil, as estratégias estão voltadas para conquistar a atenção da crítica e do público internacional. “Todo o meu trabalho parece girar em torno de maquiagem, cabelo e figurino,” comentou a atriz ao jornal O Globo. No entanto, caso aconteça, essa não seria a primeira vez que uma brasileira seria indicada à categoria de Melhor Atriz Principal — esse mérito pertence à sua mãe, Fernanda Montenegro.
Há exatos 25 anos, Fernanda Montenegro foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz, em 1999, por seu papel como Dora no filme ‘Central do Brasil’, também dirigido por Walter Salles. Ela competiu ao lado de grandes nomes de Hollywood: Cate Blanchett (‘Elizabeth’), Meryl Streep (‘Um Amor Verdadeiro’), Emily Watson (‘Hilary e Jackie’), e a vencedora Gwyneth Paltrow (‘Shakespeare Apaixonado’). O filme também foi indicado na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira, mas perdeu para ‘A Vida É Bela’, do italiano Roberto Benigni.
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Apesar de não ter levado a estatueta, o feito marcou a história do cinema nacional e sua performance em ‘Central do Brasil’ segue sendo lembrada como uma das maiores injustiças da premiação, tanto por brasileiros quanto por cinéfilos internacionais.
O que Fernanda Montenegro diz sobre a indicação
No documentário ‘Tributo – Fernanda Montenegro‘, disponível no Globoplay, a atriz relembrou a experiência única de estar na maior premiação do cinema mundial. “Mesmo que não pegue a estatueta, aquilo já coloca você no noticiário. Eu assisti como se estivesse em uma fantasia. Sabia que não iria levar nada, mas estive lá”, comentou Fernanda.
A indicação de Fernanda Montenegro é tão marcante que, até hoje, o resultado do Oscar de 1999 gera discussões. Em 2010, o canal oficial do Oscar no YouTube publicou o discurso de Gwyneth Paltrow ao aceitar o prêmio. O vídeo é repleto de comentários exaltando a performance da brasileira:
“Como fã de Meryl Streep, sinto que a melhor performance nessa categoria foi a de Fernanda Montenegro, do Brasil, em Central do Brasil. Ela merecia o Oscar”, escreveu um internauta. Outro comentou: “O Oscar menos merecido da história da Academia. Cate Blanchett e Fernanda Montenegro entregaram performances brilhantes e inesquecíveis naquele ano. Isso foi uma piada”.
E a crítica não vem só do público. Em 2020, a atriz Glenn Close, indicada oito vezes ao Oscar e conhecida por interpretar Cruella de Vil, em ‘Os 101 Dálmatas’, também mencionou sua indignação. “Eu me lembro do ano que em que a Gwyneth Paltrow ganhou daquela atriz incrível de Central do Brasil. Eu pensei: ‘O quê? Isso não faz sentido'”, disse em entrevista ao programa matinal Good Morning America.
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Questionada sobre a fala de Glenn Close, Fernanda Montenegro agradeceu o elogio, mas apontou que daria o prêmio à Cate Blanchett. “É uma avaliação dela [Glenn Close]. Eu teria dado o prêmio para Blanchett. Ela tinha feito duas Rainhas Elisabeth naquele ano extraordinárias”, afirmou durante o Conversa com Bial, em 2020.
O Oscar que virou peso de porta
Mais de 20 anos depois, o troféu de Gwyneth Paltrow voltou ao centro das atenções, mas por um motivo inusitado: a atriz revelou, durante uma entrevista à revista Vogue, que usava a estatueta como peso de porta.
A declaração gerou críticas e um representante de Paltrow precisou esclarecer à Variety que tudo não passava de uma “piada”. A equipe ainda citou uma entrevista ao The New York Times, na qual Gwyneth afirmou que guarda o prêmio em sua casa em Nova York.
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