A alimentação natural para cães ainda é um tema muito controverso. Durante muito tempo, acreditava-se que as comidas comuns para os humanos fariam mal para os bichanos. No entanto, esse jogo virou nos últimos anos e a ração perdeu espaço.
Mas será que é saudável alimentar meu cachorro com comida natural? Há alimentos prejudiciais? Qual a quantidade ideal? Vale a pena insistir na ração tradicional? A alimentação natural para cães é mais cara ou barata? As perguntas são muitas.
Para respondê-las, AnaMaria conversou com o médico-veterinário Thiago Teixeira, diretor-geral do centro veterinário Nouvet, que explicou a diferença entre a alimentação tradicional e a 100% natural e quais tipos de alimentos podem ser oferecidos aos pets.
Antes, vale um alerta sobre a nomenclatura correta. Alguns especialistas discordam do termo “alimentação natural”. Isso porque, para ser natural, não há nada de artificial — ao contrário de boa parte desses itens, que passam por uma certa industrialização. Neste caso, dá para ser dieta ou alimentação caseira.
Outro ponto da alimentação natural para cães que merece um alerta é sobre a percepção de algumas pessoas. Há quem acredite que o método consiste em oferecer as sobras humanas para os pets, o que não é nada saudável. Na verdade, há toda uma preparação especial em prol do bem-estar e saúde deles.
Dito isso, é hora de entender mais sobre alimentação natural para cães. Veja a seguir:
Quais os benefícios da alimentação natural?
O objetivo da alimentação natural para cães é oferecer o mínimo de substâncias químicas prejudiciais à saúde. Com o método, é possível fazer o controle de ingredientes e saber exatamente o que seu cachorro consome. Ao contrário das rações secas, que são produtos industrializados.
Isso não significa que não são saudáveis, mas precisam ter boa procedência. Do contrário, há a adição de conservantes artificiais, corantes e aromatizantes. Também há outras substâncias maléficas aos animais domésticos, como os componentes artificiais transgênicos, alergênicos e até cancerígenos.
O que meu cachorro pode comer? Saiba quais são os alimentos proibidos para os pets
Segundo o especialista, a saúde dos pets segue o mesmo princípio da dieta humana: a melhor opção é a alimentação balanceada e que seja o mais natural possível. Só que, assim como acontece com os humanos, nem sempre é possível segui-la fielmente. Ainda assim, vale a tentativa de adaptação.
“A alimentação natural para cães é uma prática incentivada, pois pode trazer benefícios nutritivos, além de bem-estar e longevidade”, avalia o diretor. A hidratação também é beneficiada, já que os alimentos naturais carregam mais água do que a ração seca.
Cuidados necessários
Para isso, inclua petiscos ou pequenas refeições com alimentos naturais. O método evita que os animais enjoem da ração seca e tornem-se mais receptivos aos alimentos naturais, que tendem a ser mais atrativos, com diferentes texturas, sabores e “molhadinhos” até para o paladar animal.
E lembre-se: nunca faça nenhuma alteração na dieta sem consultar um médico-veterinário. Somente um especialista pode indicar a dieta adequada para os animais, que precisam ingerir 58 nutrientes diferentes todos os dias — e nem sempre a alimentação natural para cães irá suprir toda necessidade.
“Todo alimento precisa ser entregue de forma moderada aos bichinhos e, mais do que isso, sempre com base na orientação de um médico-veterinário. Antes de oferecer alimentos diferentes, entenda com o profissional quais são as contraindicações e peculiaridades de cada pet. Além de, é claro, saber se seu amiguinho tem alergias ou sensibilidade às comidas”, acrescenta Thiago Teixeira.
O chocolate encabeça a lista dos alimentos proibidos e tóxicos para cães e gatos. Mas, além deles, também é essencial se atentar com o método de preparo e armazenamento. A alimentação natural para cães requer uma série de cuidados e pode ser mais trabalhosa. Por isso, se certifique-se de que você terá condições de cumprir com todos os requisitos necessários antes de elegê-la.
Alimentos permitidos para os pets
Entre os alimentos mais comuns na dieta dos bichanos, estão os cozidos a vapor, segundo o especialista. Além disso, ele destaca a importância de entender quais alimentos disponíveis em casa são, de fato, permitidos. Pensando nisso, o veterinário listou algumas opções.
- Frutas: são ricas em vitaminas, fibras e água. Elas costumam ser bem aeitas por cães e gatos. As mais comuns são maçã, pera e banana. A maioria das frutas são permitidas, mas algumas possuem restrições. É o caso da uva, que deve ser evitada por conter substâncias tóxicas aos cães.
- Legumes e verduras: fontes de fibras e antioxidantes e com menos açúcares. Segundo Thiago, os legumes e verduras são bem-vindos como snacks. As opções mais comuns são a cenoura crua, que ajuda na limpeza dos dentes, abobrinha, que colaboram na visão e pele, e o alface, recomendado pela manutenção dos ossos e trato intestinal.
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Carboidratos saudáveis: apesar dos cães pedirem todo tipo de comida, é importante saber quais tipos eles podem ingerir — e isso inclui os carboidratos. Segundo o especialista, é importante levar em conta um cozimento bem-feito e sem tempero, já que alguns podem ser tóxicos para eles.
Entre os carboidratos indicados, estão arroz integral, aveia e quinoa, que proporcionam nutrientes e energia: “A batata assada ou cozida, livre de temperos, também é uma boa opção, garantindo vitaminas do complexo B e K, fósforo e potássio”, acrescenta Thiago.
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