Cães são conhecidos por serem carinhosos, brincalhões e fiéis. Mas outra característica marcante dos bichanos é sua gula! Prova disso é que os pets estão sempre de olho na comida de seus tutores. Mas será que seu cachorro pode comer de tudo?
À AnaMaria, o médico-veterinário Thiago Teixeira, diretor geral do centro veterinário Nouvet, esclareceu algumas dúvidas sobre a alimentação dos animais. Inicialmente, ele ressalta que a melhor opção é ter uma alimentação balanceada e mais natural possível.
“Disponibilizar alimentos naturais também contribui para uma dieta balanceada, sempre levando em consideração as particularidades de cada pet. É uma prática até incentivada, pois pode trazer benefícios nutritivos, além de bem-estar e longevidade”, explica.
Ou seja: além da ração, é permitido – e recomendado – incluir outros alimentos na dieta canina. A dica é válida para frutas, carboidratos saudáveis, legumes e verduras e, claro, proteínas. Mas isso não significa que o cachorro pode comer o mesmo que você.
CUIDADO REDOBRADO
Todo tutor já se deparou com o cão de olho em uma refeição que não pertence a ele. A tentação de ceder ao olhar faminto e servir o bichinho é grande. Mas todo cuidado é pouco: apesar da alimentação natural ser incentivada, alguns alertas se fazem necessários.
Isso porque, enquanto os humanos apreciam refeições caprichadas em temperos, alguns desses ingredientes são extremamente tóxicos para os filhos de quatro patas. Por isso, se a intenção é compartilhar a comida com o cachorro, exclua alguns itens.
Temperos que o cachorro não pode comer:
- Sal;
- Cebola;
- Alho;
- Temperos artificiais;
- Especiarias ou molhos.
A dica é válida até mesmo para arroz e feijão, dupla que faz parte da dieta do brasileiro e que, ocasionalmente, podem ser incluídos na refeição dos pets. O veterinário ressalta que, em ambos os casos, em pequenas quantidades, completamente cozidos e sem temperos.
“No entanto, é importante introduzir novos alimentos gradualmente na dieta do seu animal de estimação e observar qualquer reação adversa. É sempre uma boa ideia consultar o veterinário antes de fazer mudanças significativas na dieta do seu pet”, acrescenta Thiago.
“Como eu sei que estou alimentando direito meu pet?”
QUAL O MÉTODO DE PREPARO IDEAL?
O cuidado se estende quando o assunto é o preparo de proteínas. O cachorro pode comer carnes, peixes e frangos – desde que preparados da maneira correta. O veterinário explica que oferecer proteínas cruas para os animais é uma prática controversa.
“Pode apresentar riscos significativos para a saúde dos pets, como a Salmonella, que é uma das principais zoonoses. Além disso, carnes cruas podem ter parasitas”. Ou seja, o ideal é servi-las cozidas – e, mais uma vez, sem temperos.
O método de preparo é recomendado para impedir a ingestão de alimentos contaminados. Isso porque, apesar dos animais que fazem parte da ordem dos carnívoros – como os cachorros – terem uma digestão mais forte que a nossa, o consumo pode trazer problemas.
Por exemplo: se seu cachorro come um alimento contaminado e em seguida entra em contato direto com você ou outra pessoa de sua casa, é provável que ele passe o patógeno para frente. Por isso, é recomendado servir a carne cozida.
CACHORRO PODE COMER BATATA?
A batata é um dos alimentos preferidos dos humanos. Não à toa ela é servida de muitas maneiras: como purê, frita, cozida, assada e até mesmo sendo o sabor principal de alguns salgadinhos e biscoitos.
Porém, o cenário não se repete para os cachorros. As únicas formas recomendadas na dieta canina são as batatas assadas e cozidas. A versão frita pode ser prejudicial pelo alto teor de gordura, o que causa diversos problemas na saúde do animal.
A batata crua também é proibida na alimentação dos cães. Isso porque o alimento contém uma substância chamada solanina, que serve para afastar insetos e parasitas e é tóxica para os pets. Por conter leite e manteiga, o purê de batata também é vetado.
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CACHORRO PODE COMER FRUTA?
Outra classe de alimentos recomendada para os cães são as frutas, que costumam ser bem aceitas pelos peludos – e também pelos gatinhos. De acordo com o veterinário, as preferidas pelos pets são maçã, pera e banana.
Em épocas de altas temperaturas, o ideal é fazer picolés naturais para refrescar os animais. E é bem fácil prepará-los: basta misturar as frutas com água e colocar em forminhas no congelador para servir congeladas. “Assim, além de consumir um alimento saudável, ele estará se hidratando e se entretendo com as lambidas”, observa.
Porém, vale ressaltar que há exceções e cuidados a serem tomados. Isso porque, apesar da maioria das frutas serem permitidas, algumas são proibidas. A uva é um exemplo do que um cachorro não pode comer.
“O consumo da uva para cães e gatos pode causar problemas gastrointestinais como vômitos, diarreia e desconforto abdominal e até causar problemas de saúde gravíssimos, como insuficiência renal aguda, podendo ser até mesmo fatal à saúde do pet”. Abacate também está proibido.
Por outro lado, o cachorro pode comer melancia, que é uma fruta saudável para os animais pela sua composição rica em água e nutrientes. Mas vale ressaltar os cuidados na hora de servi-las aos cães, que não podem ingerir a casca ou a semente do alimento.
Indicado ou vetado? O veterinário separa dicas de alimentos na dieta canina
Alimentos que podem ser oferecidos aos cachorros:
- Legumes e verduras: cenoura, chuchu e brócolis;
- Frutas: maçã (certifique-se de remover as sementes, pois contêm
- pequenas quantidades de cianeto), banana e melancia;
- Carboidratos: arroz, batata (assada ou cozida), abóbora (cozida).
Alimentos vetados na dieta dos cachorros:
- Legumes e verduras: cebola, alho e batata crua;
- Frutas: uvas, uvas passas e abacate;
- Carboidratos: massa crua, xilitol e alimentos com alto teor de açúcar.
Por fim, Thiago ressalta a importância de oferecer os alimentos aos bichinhos de maneira moderada. Além disso, sempre com base na orientação de um profissional: “Entenda com o médico-veterinário quais são as contraindicações e peculiaridades de cada pet. Além de, é claro, saber se seu amiguinho tem alergias ou sensibilidade às comidas”, finaliza..
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