Em um desdobramento do processo judicial envolvendo Klara Castanho, de 21 anos, e Antônia Fontenelle, a justiça determinou que a última deverá pagar uma indenização de R$ 50 mil a Klara por danos morais. A informação foi divulgada por Ancelmo Gois, colunista de O Globo.
Fontenelle, conhecida como youtuber e defensora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi acusada de divulgar e criticar a atriz por ter entregado uma criança para adoção, que nasceu de um estupro. Klara havia optado por manter esse ato em privado. O caso, que surgiu a partir de um comentário de Fontenelle nas redes sociais, só se tornou público nos últimos meses, quando Klara decidiu falar abertamente sobre o assunto na mídia.
A decisão recente foi proferida pela juíza Flávia Viveiro de Castro, da 2ª Vara Cível da Barra, mas ainda há a possibilidade de recurso. De acordo com relatos, Klara foi emocionalmente abalada durante a audiência, chorando copiosamente enquanto a transmissão ao vivo de Fontenelle era reproduzida. A sentença se baseou não apenas na transmissão ao vivo, mas também no ataque aos princípios de dignidade humana.
Em resposta à sentença, o advogado de Antonia Fontenelle, Carlos Melo, expressou seu descontentamento e prometeu recorrer. “Pretendemos solicitar esclarecimentos à distinta magistrada, visando corrigir qualquer obscuridade, omissão ou contradição na decisão em questão”, afirmou Melo.
“A COISA MAIS DIFÍCIL DA MINHA VIDA”
No início do mês passado, Klara Castanho foi uma das convidadas do programa “Altas Horas”, da TV Globo. Durante sua participação, a atriz compartilhou sua experiência de violência no passado. Klara falou pela primeira vez, quando tornou público que engravidou após ser vítima de estupro e decidiu entregar o bebê para adoção.
“Meu coração está acelerado e é muito provável que, em algum momento, eu vá chorar. Quero agradecer por esse espaço. Foi um período de recolhimento voluntário. Depois de tudo que aconteceu no ano passado, cheguei ao meu limite do que eu poderia, deveria e consigo falar. Eu sei que é um assunto latente, por ser a minha primeira vez falando publicamente, é o que as pessoas querem saber. É o que as pessoas estão buscando. Fui forçada a trazer a público a coisa mais difícil da minha vida. Nunca imaginei que teria que falar e lidar com isso além das pessoas que, involuntariamente, foram incluídas na história, que são a minha família”, desabafou Klara, aos prantos.