As redes sociais já fazem parte do dia a dia das famílias, especialmente dos adolescentes e crianças conectadas nas redes sociais. Seja para interagir com amigos, acompanhar influenciadores ou compartilhar momentos do cotidiano, a presença online parece inevitável.
Mas você já parou para pensar nos riscos que essa exposição traz? Um estudo recente da Unico, em parceria com o Instituto Locomotiva, revelou que uma em cada três contas de crianças e adolescentes de 7 a 17 anos no Brasil tem perfil totalmente aberto. Isso significa que informações pessoais, fotos e localizações estão acessíveis a qualquer pessoa.
A realidade das crianças conectadas
A pesquisa, divulgada no Dia Internacional da Proteção de Dados, entrevistou 2.006 responsáveis por menores de idade em todo o país. Os números são alarmantes: 47% das crianças e adolescentes não restringem seguidores, adicionando desconhecidos e interagindo sem critérios. Além disso, 75% dos jovens têm perfis próprios em redes sociais, e 61% compartilham fotos pessoais, localizações e até identificam familiares.
Essa falta de privacidade expõe os jovens a riscos variados, desde assédio até vazamento de dados. “Minha filha pratica esportes, mas as redes sociais têm causado impactos negativos na saúde dela, como crises de ansiedade e mau-humor”, relatou uma mãe durante o estudo.
Os riscos da exposição às redes sociais
A psicóloga Marília Scabora, fundadora da Comunidade Tribo Mãe, alerta para os impactos emocionais dessa exposição precoce. “O ambiente online, quando não mediado pelos pais, pode gerar ansiedade, baixa autoestima e uma pressão social intensa para se encaixar em padrões irreais”, explica. Além disso, a superexposição pode comprometer o desenvolvimento da identidade da criança, tornando-a dependente da aceitação digital.
Outro ponto preocupante é a busca por validação externa. Luiz Mafle, psicólogo e professor da PUC Minas, destaca que a constante exposição nas redes sociais pode fazer com que as crianças percam a espontaneidade em suas atividades. “Elas passam a agir sempre em busca de likes e comentários, esquecendo o prazer de viver o momento presente”, afirma.
Como proteger os adolescentes nas redes sociais
Apesar dos riscos, a pesquisa mostrou que 89% dos responsáveis se consideram preparados para garantir a privacidade dos filhos. No entanto, 73% desconhecem atitudes que podem levar a vazamentos de dados. Isso revela uma lacuna importante: a necessidade de orientação e educação digital.
Marília reforça que os pais têm um papel fundamental nesse processo. “É essencial que os adultos orientem, eduquem e acompanhem o uso das redes, garantindo um espaço mais seguro para seus filhos crescerem emocionalmente saudáveis”, diz.
Dicas para equilibrar a vida online e offline
- Estabeleça limites: defina horários para o uso das redes sociais e incentive atividades offline, como esportes e leitura.
- Oriente sobre privacidade: ensine seus filhos a configurar perfis privados e a não compartilhar informações pessoais.
- Monitore sem invadir: acompanhe o que seus filhos publicam, mas respeite o espaço deles. O diálogo é a chave.
- Promova a autoestima: reforce a importância de se valorizar além dos likes e comentários.
Um olhar atento para as crianças conectadas
A tecnologia veio para ficar, e as redes sociais são uma ferramenta poderosa de conexão. No entanto, é preciso usá-las com consciência e responsabilidade. Proteger as crianças conectadas e os adolescentes nas redes sociais não significa proibir, mas sim educar e acompanhar. Afinal, o equilíbrio entre o mundo online e offline é essencial para o desenvolvimento saudável dos nossos filhos.
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